Como vimos anteriormente, o Antigo Regime era alicerçado em dois pilares principais: o absolutismo e o mercantilismo. A partir do século XVII, no entanto, ele começou a sofrer contestações. Neste post falaremos sobre algumas delas, as Revoluções Inglesas.
Revoluções Inglesas: contestações ao modelo
As chamadas Revoluções Inglesas representaram as primeiras manifestações políticas contrárias ao Antigo Regime, pois colocaram fim ao absolutismo na Inglaterra.
No século XVIII, mudanças econômicas e culturais também colaboraram para o fim das práticas do período moderno. Novas formas de produção econômica deram origem à Revolução Industrial.
No campo intelectual, o conjunto de ideias ficou conhecido como Iluminismo.
O poder concentrado nas mãos do monarca passou a ser fortemente criticado por outros setores da sociedade que buscavam uma nova forma de legitimar as organizações políticas, sociais e econômicas. Aos burgueses não interessava mais apoiar a monarquia, já que eles não queriam mais o papel de coadjuvantes no cenário nacional e os operários também reivindicavam maior participação política.
Dentro desse cenário político, social, econômico e cultural é possível entender as Revoluções Inglesas que representaram o começo do fim do Antigo Regime.
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Revolução Puritana (1640- 1649)
Com a morte de Elizabeth I (que não havia deixado herdeiros), em 1603, a dinastia Tudor chegou ao fim, assumindo o trono Jaime I. Esse monarca defendia que todo o poder deveria ser concentrado em suas mãos, o que desagradou tanto a burguesia quanto os setores populares.
Devido a sua impopularidade, Jaime I abdicou em favor de seu filho: Carlos I. O filho deu continuidade à política do pai, causando uma disputa acirrada entre ele e o Parlamento.
Carlos I entrou em conflito com a Escócia, ao tentar impor aos presbiterianos escoceses um livro de preces baseado na liturgia anglicana. Ao convocar o Parlamento para ajudá-lo nessa guerra, o rei obteve uma resposta negativa, o que colaborou para o enfraquecimento do poder real.
Os calvinistas ingleses (puritanos) passaram a reivindicar limitações para a ação da Igreja Anglicana e a divisão se agravou resultando em uma guerra civil.
Nesse conflito lutavam os cavaleiros (em nome do rei) e os cabeças-redondas (defensores do parlamento). O líder desses últimos era Oliver Cromwell que criou o Novo Exército Modelo, que reunia membros ricos do parlamento, senhores rurais e religiosos exaltados.
O rei Carlos I foi derrotado e decapitado em 1649 e proclamou-se a República, dominada pelo líder puritano Cromwell. O período ficou conhecido como Commonwealth.
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Commonwealth (1649-1658)
O período da República Puritana foi marcado pela divisão do poder entre o Parlamento e o exército. Cromwell era a figura central de República.
Várias classes haviam se unido para derrubar a monarquia. Mas, com o fim da guerra civil às diferenças, especialmente as sociais, passaram a aparecer e gerar conflitos.
O fôlego revolucionário que executou o rei não alterou a ordem social. Os líderes populares, chamados niveladores foram executados por ordem de Cromwell.
Os conflitos com a Irlanda se acirraram por conta da desconfiança que os irlandeses católicos tinham dos puritanos.
Com a morte de Cromwell, assumiu o poder seu filho Ricardo, que não tinha a habilidade política de seu pai e foi deposto em 1660. Com isso se restaurou a monarquia.
Restauração (1660- 1688)
Em 1660, Carlos II foi convidado a assumir a coroa, com a condição de que manteria o Parlamento livre. O monarca, refugiado na França aceitou e passou a governar com o apoio da nobreza e da burguesia.
Com sua morte assumiu o trono seu irmão, Jaime II, que sem a mesma sensibilidade política de seu antecessor e convertido ao catolicismo, levantou suspeitas. A Igreja Anglicana deixou de apoiá-lo e o clima político se acirrou.
Revolução Gloriosa (1688)
Precavidos com o risco de uma nova Guerra Civil e temendo uma revolta popular, os aristocratas ingleses obrigaram Jaime I a abdicar do trono em favor de seu genro, Guilherme de Orange.
Os reis Maria e Guilherme, protestantes, assumiram o poder com o compromisso de respeitar o parlamento.
Essa transição, ocorrida em 1688, ficou conhecida como Revolução Gloriosa. Ela institui o modelo que perdura na Inglaterra até os dias de hoje.
Nele, o rei é obrigado a respeitar os direitos essenciais expressos pela Carta de Direitos, a Bill of Rights (1689), que institui a Monarquia Parlamentarista e Constitucional.
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