(ENEM - 2011) TEXTO I LEIRNER, N. Tronco com cadeira (detalhe), 1964. Disponvel em: http://www.itaucultural.org.br. Acesso em: 27 jul. 2010. TEXTO II Nessa estranha dignidade e nesse abandono, o objeto foi exaltado de maneira ilimitada e ganhou um significado que se pode considerar mgico. Da sua vida inquietante e absurda. Tornou-se dolo e, ao mesmo tempo, objeto de zombaria. Sua realidade intrnseca foi anulada. JAFF, A. O simbolismo nas artes plsticas. In: JUNG, C.G. (org.).O homem e os seus smbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. A relao observada entre a imagem e o texto apresentados permite o entendimento da inteno de um artista contemporneo. Neste caso, a obra apresenta caractersticas
(ENEM - 2011) No capricho O Adozinho, meu cumpade, enquanto esperava pelo delegado, olhava para um quadro, a pintura de uma senhora. Ao entrar a autoridade e percebendo que o cabco admirava tal figura, perguntou: Que tal? Gosta desse quadro? E o Adozinho, com toda a sinceridade que Deus d ao cabco da roa: Mas pelo amor de Deus, hein, dot! Que mui feia! Parece fiote de cruis-credo, parente do deus-me-livre, mais horrver que briga de cego no escuro. Ao que o delegado no teve como deixar de confessar, um pouco secamente: a minha me. E o cabco, em cima da bucha, no perde a linha: Mais dot, int que uma feiura caprichada. BOLDRIN, R. Almanaque Brasil de Cultura Popular. So Paulo: Andreato Comunicao e Cultura, n o 62, 2004 (adaptado). Por suas caractersticas formais, por sua funo e uso, o texto pertence ao gnero
(ENEM - 2011) Estrada Esta estrada onde moro, entre duas voltas do caminho, Interessa mais que uma avenida urbana. Nas cidades todas as pessoas se parecem. Todo mundo igual. Todo mundo toda a gente. Aqui, no: sente-se bem que cada um traz a sua alma. Cada criatura nica. At os ces. Estes ces da roa parecem homens de negcios: Andam sempre preocupados. E quanta gente vem e vai! E tudo tem aquele carter impressivo que faz meditar: Enterro a p ou a carrocinha de leite puxada por um bodezinho manhoso. Nem falta o murmrio da gua, para sugerir, pela voz dos smbolos, Que a vida passa! que a vida passa! E que a mocidade vai acabar. BANDEIRA, M.O ritmo dissoluto. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967. A lrica de Manuel Bandeira pautada na apreenso de significados profundos a partir de elementos do cotidiano. No poemaEstrada, o lirismo presente no contraste entre campo e cidade aponta para
(ENEM - 2011) PICASSO, P.Guernica. leo sobre tela. 349 X 777 cm. Museu Reina Sofia, Espanha, 1937. Disponvel em: http://www.fddreis.files.wordpress.com. Acesso em: 26 jul. 2010. O pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973), um dos mais valorizados no mundo artstico, tanto em termos financeiros quanto histricos, criou a obraGuernicaem protesto ao ataque areo pequena cidade basca de mesmo nome. A obra, feita para integrar o Salo Internacional de Artes Plsticas de Paris, percorreu toda a Europa, chegando aos EUA e instalando-se no MoMA, de onde sairia apenas em 1981. Essa obra cubista apresenta elementos plsticos identificados pelo
(ENEM - 2011) No Brasil, a condio cidad, embora dependa da leitura e da escrita, no se basta pela enunciao do direito, nem pelo domnio desses instrumentos, o que, sem dvida, viabiliza melhor participao social. A condio cidad depende, seguramente, da ruptura com o ciclo da pobreza, que penaliza um largo contingente populacional. Formao de leitores e construo da cidadania, memria e presena do PROLER. Rio de Janeiro: FBN, 2008. Ao argumentar que a aquisio das habilidades de leitura e escrita no so suficientes para garantir o exerccio da cidadania, o autor
(ENEM - 2011) gua que no acaba mais Dados preliminares divulgados por pesquisadores da Universidade Federal do Par (UFPA) apontaram o Aqufero Alter do Cho como o maior depsito de gua potvel do planeta. Com volume estimado em 86 000 quilmetros cbicos de gua doce, a reserva subterrnea est localizada sob os estados do Amazonas, Par e Amap. Essa quantidade de gua ser suficiente para abastecer a populao mundial durante 500 anos, diz Milton Matta, gelogo da UFPA. Em termos comparativos, Alter do Cho tem quase o dobro do volume de gua do Aqufero Guarani (com 45 000 quilmetros cbicos). At ento, Guarani era a maior reserva subterrnea do mundo, distribuda por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. poca. N 623. 26 abr. 2010. Essa notcia, publicada em uma revista de grande circulao, apresenta resultados de uma pesquisa cientifica realizada por uma universidade brasileira. Nessa situao especfica de comunicao, a funo referencial da linguagem predomina, porque o autor do texto prioriza
(ENEM - 2011) Pequeno concerto que virou cano No, no h por que mentir ou esconder A dor que foi maior do que capaz meu corao No, nem h por que seguir cantando s para explicar No vai nunca entender de amor quem nunca soube amar Ah, eu vou voltar pra mim Seguir sozinho assim At me consumir ou consumir toda essa dor At sentir de novo o corao capaz de amor VANDR, G. Disponvel em: http://www.letras.terra.com.br. Acesso em: 29 jun. 2011. Na cano de Geraldo Vandr, tem-se a manifestao da funo potica da linguagem, que percebida na elaborao artstica e criativa da mensagem, por meio de combinaes sonoras e rtmicas. Pela anlise do texto, entretanto, percebe-se, tambm, a presena marcante da funo emotiva ou expressiva, por meio da qual o emissor
(ENEM - 2011) Quando os portugueses se instalaram no Brasil, o pas era povoado de ndios. Importaram, depois, da frica, grande nmero de escravos. O Portugus, o ndio e o Negro constituem, durante o perodo colonial, as trs bases da populao brasileira. Mas no que se refere cultura, a contribuio do Portugus foi de longe a mais notada. Durante muito tempo o portugus e o tupi viveram lado a lado como lnguas de comunicao. Era o tupi que utilizavam os bandeirantes nas suas expedies. Em 1694, dizia o Padre Antnio Vieira que as famlias dos portugueses e ndios em So Paulo esto to ligadas hoje umas com as outras, que as mulheres e os filhos se criam mstica e domesticamente, e a lngua que nas ditas famlias se fala a dos ndios, e a portuguesa a vo os meninos aprender escola. TEYSSIER, P.Histria da lngua portuguesa. Lisboa: Livraria S da Costa, 1984 (adaptado). A identidade de uma nao est diretamente ligada cultura de seu povo. O texto mostra que, no perodo colonial brasileiro, o Portugus, o ndio e o Negro formaram a base da populao e que o patrimnio lingustico brasileiro resultado da
(ENEM - 2011) Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostlgico dos desterrados, iam todos, at mesmo os brasileiros, se concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o cavaquinho de Porfiro, acompanhado pelo violo do Firmo, romperam vibrantemente com um chorado baiano. Nada mais que os primeiros acordes da msica crioula para que o sangue de toda aquela gente despertasse logo, como se algum lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E seguiram-se outras notas, e outras, cada vez mais ardentes e mais delirantes. J no eram dois instrumentos que soavam, eram lbricos gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem serpenteando, como cobras numa floresta incendiada; eram ais convulsos, chorados em frenesi de amor: msica feita de beijos e soluos gostosos; carcia de fera, carcia de doer, fazendo estalar de gozo. AZEVEDO, A.O Cortio. So Paulo: tica, 1983 (fragmento). No romanceO Cortio(1890), de Aluzio Azevedo, as personagens so observadas como elementos coletivos caracterizados por condicionantes de origem social, sexo e etnia. Na passagem transcrita, o confronto entre brasileiros e portugueses revela prevalncia do elemento brasileiro, pois
(ENEM -2011) Guardar Guardar uma coisa no escond-la ou tranc-la. Em cofre no se guarda coisa alguma. Em cofre perde-se a coisa vista. Guardar uma coisa olh-la, fit-la, mir-la por admir-la, isto , ilumin-la ou ser por ela iluminado. Guardar uma coisa vigi-la, isto , fazer viglia por ela, isto , velar por ela, isto , estar acordado por ela, isto , estar por ela ou ser por ela. Por isso melhor se guarda o voo de um pssaro Do que um pssaro sem voos. Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por isso se declara e declama um poema: Para guard-lo: Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda: Guarde o que quer que guarda um poema: Por isso o lance do poema: Por guardar-se o que se quer guardar. MACHADO, G. In: MORICONI, I. (org.).Os cem melhores poemas brasileiros do sculo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. A memria um importante recurso do patrimnio cultural de uma nao. Ela est presente nas lembranas do passado e no acervo cultural de um povo. Ao tratar o fazer potico como uma das maneiras de seguardar o que se quer, o texto
(ENEM - 2011) Lpida e leve Lngua do meu Amor velosa e doce, que me convences de que sou frase, que me contornas, que me vestes quase, como se o corpo meu de ti vindo me fosse. Lngua que me cativas, que me enleias os surtos de ave estranha, em linhas longas de invisveis teias, de que s, h tanto, habilidosa aranha... [...] Amo-te as sugestes gloriosas e funestas, amo-te como todas as mulheres te amam, lngua-lama, lingua-resplendor, pela carne de som que ideia emprestas e pelas frases mudas que proferes nos silncios de Amor!... MACHADO. G. In: MORICONI, I. (org). Os cem melhores poemas brasileiros do sculo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (fragmento). A poesia de Gilka Machado identifica-se com as concepes artsticas simbolistas. Entretanto, o texto selecionado incorpora referncias temticas e formais modernistas, j que, nele, a poeta
(ENEM - 2011) Ns adoraramos dizer que somos perfeitos. Que somos infalveis. Que no cometemos nem mesmo o menor deslize. E s no falamos isso por um pequeno detalhe: seria uma mentira. Alis, em vez de usar a palavra mentira, como acabamos de fazer, poderamos optar por um eufemismo. Meia-verdade, por exemplo, seria um termo muito menos agressivo. Mas ns no usamos esta palavra simplesmente porque no acreditamos que exista uma Meia-verdade. Para o Conar, Conselho Nacional de Autorregulamentao Publicitria, existem a verdade e a mentira. Existem a honestidade e a desonestidade. Absolutamente nada no meio. O Conar nasceu h 29 anos (viu S? no arredondamos para 30) com a misso de zelar pela tica na publicidade. No fazemos isso porque somos bonzinhos (gostaramos de dizer isso, mas, mais uma vez, seria mentira). Fazemos isso porque a nica forma da propaganda ter o mximo de credibilidade. E, c entre ns, para que serviria a propaganda se o consumidor no acreditasse nela? Qualquer pessoa que se sinta enganada por uma pea publicitria pode fazer uma reclamao ao Conar. Ele analisa cuidadosamente todas as denncias e, quando o caso, aplica a punio. Anncio veiculado na Revista Veja. So Paulo: Abril. Ed.2120, ano 42, n27, 8 jul. 2009 Considerando a autoria e a seleo lexical desse texto, bem como os argumentos nele mobilizados, constata-se que o objetivo do autor do texto
(ENEM - 2011) Ns adoraramos dizer que somos perfeitos. Que somos infalveis. Que no cometemos nem mesmo o menor deslize. E s no falamos isso por um pequeno detalhe: seria uma mentira. Alis, em vez de usar a palavra mentira, como acabamos de fazer, poderamos optar por um eufemismo. Meia-verdade, por exemplo, seria um termo muito menos agressivo. Mas ns no usamos esta palavra simplesmente porque no acreditamos que exista uma Meia-verdade. Para o Conar, Conselho Nacional de Autorregulamentao Publicitria, existem a verdade e a mentira. Existem a honestidade e a desonestidade. Absolutamente nada no meio. O Conar nasceu h 29 anos (viu S? no arredondamos para 30) com a misso de zelar pela tica na publicidade. No fazemos isso porque somos bonzinhos (gostaramos de dizer isso, mas, mais uma vez, seria mentira). Fazemos isso porque a nica forma da propaganda ter o mximo de credibilidade. E, c entre ns, para que serviria a propaganda se o consumidor no acreditasse nela? Qualquer pessoa que se sinta enganada por uma pea publicitria pode fazer uma reclamao ao Conar. Ele analisa cuidadosamente todas as denncias e, quando o caso, aplica a punio. Anncio veiculado na Revista Veja. So Paulo: Abril. Ed.2120, ano 42, n27, 8 jul. 2009 O recurso grfico utilizado no anncio publicitrio de destacar a potencial supresso de trecho no texto refora a eficcia pretendida, revelada na estrtegia de
(ENEM - 2011) Disponvel em: http://www.ccsp.com.br. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado) O texto uma propaganda de um adoante que tem o seguinte mote: Mude sua embalagem. A estratgia que o autor utiliza para o convencimento do leitor baseia-se no emprego de recursos expressivos, verbais e no verbais, com vistas a
(ENEM - 2011) TEXTO I O Brasil sempre deu respostas rpidas atravs da solidariedade do seu povo. Mas a mesma fora que nos motiva a ajudar o prximo deveria tambm nos motivar a ter atitudes cidads. No podemos mais transferir a culpa para quem vtima ou at mesmo para a prpria natureza, como se essa seguisse a lgica humana. Sobram desculpas esfarrapadas e falta competncia da classe poltica. Cartas.Isto. 28 abr. 2010. TEXTO II No podemos negar ao povo sofrido todas as hipteses de previso dos desastres. Demagogos culpam os moradores; o governo e a prefeitura apelam para as pessoas sarem das reas de risco e agora dizem que ser compulsria a realocao. Ento temos a realocar o Brasil inteiro! Criemos um servio, similar ao SUS, com alocao obrigatria de recursos oramentrios com rede de atendimento preventivo, onde participariam arquitetos, engenheiros, gelogos. Bem ou mal, esse SUS organizaria brigadas nos locais. Nos casos da dengue, por exemplo, poderia verificar as condies de acontecer epidemias. Seriam boas aes preventivas. Carta do Leitor.Carta Capital. 28 abr. 2010 (adaptado). Os textos apresentados expressam opinies de leitores acerca de relevante assunto para a sociedade brasileira. Os autores dos dois textos apontam para a