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(ENEM PPL - 2014)Sem flecha, na rimaO grupo de rap

(ENEM PPL - 2014)

Sem flecha, na rima

O grupo de rap Brô MCs, criado no final de 2009, é formado pelos pares de irmãos (daí o “bro”, de brother) Bruno/Clemerson e Kelvin/Charles, jovens que cresceram ouvindo hip hop nas rádios da aldeia Jaguapiru Bororo, em Dourados, Mato Grosso do Sul.

— Desde o começo a gente não queria impor uma cultura estranha que invadisse a cultura indígena — afirma o produtor, chamando a atenção para o grande destaque do Brô MCs: as letras em língua indígena. Expressar-se em língua originária e fazer com que os jovens indígenas percebam a vitalidade do idioma nativo é uma das motivações do grupo.

A dificuldade maior vem dos críticos, que não aceitam o fato de que a cultura indígena é dinâmica e sempre incorpora novidades.

— “Mas índio cantando rap?”, tem gente que questiona. O rap é de quem canta, é de quem gosta, não é só dos americanos — avalia Dani [o vocal feminino].

BONFIM, E. Revista Língua Portuguesa, n. 81, jul. 2012 (adaptado).

 

Considerando-se as opiniões apresentadas no texto, a indagação “Mas índio cantando rap?” traduz um ponto de vista que evidencia

A

desqualificação dos indígenas como músicos, desmerecendo sua capacidade musical devido a sua cultura.

B

desvalorização da cultura rap em contrapartida às tradições musicais indígenas, motivo pelo qual os índios não devem cantar rap.

C

preconceito por parte de quem não concebe que os índios possam conhecer o rap e, menos ainda, cantar esse gênero musical.

D

equívoco por desconsiderar as origens culturais do gênero musical, ligadas ao contexto urbano.

E

entendimento do rap como um gênero ultrapassado em relação à linguagem musical dos indígenas.