(ENEM PPL - 2023)
O Rio Paraíba corria bem próximo ao cercado. E era tudo. Em tempos antigos fora muito mais estreito. Os marizeiros e as ingazeiras apertavam as duas margens e as águas corriam em leito mais fundo. Agora era largo e, quando descia nas grandes enchentes, fazia medo. Contava-se o tempo pelas eras das cheias. Isto se deu na cheia de 1893, aquilo se fez depois da cheia de 1868. Para nós, meninos, o rio era mesmo a nossa serventia nos tempos de verão, quando as águas partiam e se retinham nos poços. Os moleques saíam para lavar os cavalos e íamos com eles. Punham-se os animais dentro d’água e ficávamos nos banhos, nos cangapés. O leito do rio cobria-se de junco e faziam-se plantações de batata-doce pelas vazantes. Era o bom rio da seca a pagar o que fizera de mau nas cheias devastadoras. E quando ainda não partia a corrente, o povo grande do engenho armava banheiros de palha para o banho das moças. O rio para mim seria um ponto de contato com o mundo.
RÊGO, J. L. Meus verdes anos. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1956.
Ao apresentar relações no espaço geográfico, o texto descreve mudanças associadas a
atividades turísticas e itinerários termais.
investigações científicas e biomas nativos.
paisagens naturais e hábitos culturais.
afetividades religiosas e roteiros gastronômicos.
pesquisas etnobotânicas e saberes acadêmicos.