Classificação dos seres vivos

Por: Isabela Nunes

 

Biodiversidade e semelhanças

A taxonomia é a área da ciência responsável por identificar, nomear e agrupar os organismos vivos para que sejam efetivamente estudados. A sistemática, por sua vez, acrescenta as classificações produzidas pela taxonomia, uma perspectiva evolutiva, isto é, passa a agrupar os organismos por suas semelhanças e relações evolutivas. 

A sistemática sofreu diversas alterações com o desenvolvimento científico. Anos atrás, os organismos eram agrupados apenas com base em suas semelhanças anatômicas, critério que não explica por completo como diferentes histórias evolutivas se relacionam. Aspectos anatômicos não explicam corretamente as relações filogenéticas devido a frequente ocorrência de convergências evolutivas, isto é, histórias evolutivas que, por apresentarem pressões seletivas semelhantes, acabam por selecionar organismos com estruturas anatômicas também semelhantes, é o que ocorreu com golfinhos e tubarões, por exemplo. 

Com o desenvolvimento de técnicas de biologia molecular, como a análise genômica, é possível entender com melhores e maiores detalhes a evolução de diversos grupos. Com isso, diversas revisões foram e continuam sendo feitas nas classificações anteriormente produzidas. 

Atualmente, as classificações reúnem em um mesmo grupo organismos que partilham suas histórias evolutivas, portanto, quanto mais grupos em como dois organismos apresentarem, mas relacionados eles são. Portanto, organismos que estão agrupados na mesma família, mas pertencem à espécies distintas, são menos aparentados evolutivamente do que organismos que pertencem à uma mesma espécie.

Figura 1: hierarquia da classificação biológica acompanhada de uma seta que indica o sentido crescente de proximidade biológica

 

Sistema binominal 

A nomenclatura biológica foi metodologicamente estabelecida por Lineu, o naturalista responsável por elaborar o sistema de binominal, no qual todo organismo recebe uma denominação composta por dois nomes, um relativo ao gênero e outro relativo à espécie.

Figura 2: explicação sistema binominal

No sistema binominal, o nome genérico, ou gênero, é referente ao grupo taxonômico no qual o organismo se encaixa. A classificação de um organismo é feita com base em suas relações filogenéticas, portanto, é necessário conhecer a história evolutiva de um animal ainda não classificado. O epíteto específico é referente à espécie, ao grupo restrito no qual o organismo se encaixa. Ambos os nomes são escritos em latim, dessa forma há uma padronização na nomeação dos seres vivos, além disso, o nome científico deve sempre ser grafado em itálico ou grifado.