Resumo de biologia: Fisiologia vegetal: Movimentos vegetais e fotoperiodismo



Tropismos: Fototropismo, gravitropismo, tigmotropismo, quimiotropismo e hidrotropismo


Os tropismos vegetais são respostas direcionadas do crescimento de plantas em relação a estímulos ambientais específicos. Esses comportamentos adaptativos permitem que as plantas otimizem sua exposição à luz, água e outros fatores essenciais para seu crescimento e sobrevivência. Um dos tropismos mais conhecidos é o fototropismo, que envolve a orientação do crescimento das plantas em direção à luz. 
As auxinas, um grupo de hormônios vegetais, desempenham um papel central na regulação do fototropismo em plantas, pois quando a luz incide assimetricamente em uma planta, por exemplo, iluminando mais um lado do caule do que o outro, as auxinas se distribuem mais na região não iluminada, estimulando o crescimento dessa região em detrimento da parte iluminada. Essa diferença na taxa de alongamento celular entre os lados do caule, fazem com que o caule cresça mais em direção à luz, caracterizando os caules, geralmente, com fototropismo positivo. Nas raízes, o excesso de auxinas no lado não iluminado inibe o alongamento celular, causando a distensão do lado oposto, fazendo com que as raízes se direcionem em sentido contrário à luz, indicando um fototropismo negativo
Outro tropismo importante é o gravitropismo ou geotropismo, que direciona o crescimento das raízes para baixo (gravitropismo positivo) e o crescimento dos caules em direção à luz (gravitropismo negativo). Essa resposta é vital para a ancoragem da planta, a absorção de água e nutrientes e a busca por melhores condições de crescimento. Outros tipos de tropismo também acontecem nos vegetais como o tigmotropismo, que envolve o crescimento direcionado em resposta ao toque ou contato físico, permitindo que as plantas se ajustem a obstáculos ou suportes, o quimiotropismo que refere-se à capacidade das plantas de direcionar seu crescimento em resposta a gradientes químicos, como concentrações de substâncias químicas no ambiente, auxiliando na busca por nutrientes ou na resposta a substâncias tóxica e o hidrotropismo a habilidade das raízes das plantas de crescer em direção à fonte de água, direcionando seu crescimento para ambientes mais úmidos e facilitando a absorção de água e nutrientes vitais.

 

Nastismos e Tactismos


Os nastismos e tactismos vegetais são fenômenos de resposta ao estímulo em plantas que não envolvem o crescimento direcional, mas sim movimentos de partes específicas das plantas em resposta a estímulos externos. Os nastismos são movimentos não orientados em relação a um estímulo, enquanto os tactismos deslocamentos provocados por uma fonte estimuladora.
O fotonastismo refere-se ao movimento de partes da planta, como folhas, ou flores em resposta à luz. Um exemplo é a abertura ou fechamento de corola de flores ao longo do dia ou da noite, já o tigmonastismo envolve movimentos de partes da planta em resposta ao toque ou estímulo tátil, como o fechamento rápido das folhas de uma planta carnívora, como a Dionaea muscipula, quando detectam o toque de uma presa em potencial, ou o fechamento das folhas de Mimosa pudica, conhecida por dormideira, que após o contato, desencadeia uma série de reações que levam a perda de turgor de suas células, provocando o fechamento das folhas, evitando o ataque de predadores. 
Já no fototactismo, estruturas podem se deslocar na presença ou ausência da luz, como os cloroplastos que se direcionam próximo a fonte luminosa em uma célula vegetal e no quimiotactismo, onde estruturas se movimentam em relação a liberação de alguma substância, caso dos anterozoides de briófitas e pteridófitas que seguem substâncias liberadas pelos seus respectivos arquegônios, em direção a oosfera.

 

Fitocromo e floração


O fotoperiodismo é um fenômeno em que a duração do período de luz e escuridão desempenham um papel fundamental na regulação de processos biológicos, como a germinação de sementes e a reprodução dos organismos. Nas plantas, o fotoperiodismo é particularmente relevante na regulação do ciclo de crescimento, desenvolvimento e floração em resposta às estações do ano.
Uma das moléculas importantes na percepção da luz pelos vegetais é o fitocromo, um pigmento fotossensível do fotoperiodismo. Existem duas formas principais de fitocromos, conhecidas como fitocromo vermelho curto ou fitocromo inativo e fitocromo vermelho longo ou fitocromo ativo, que estão associados a várias reações bioquímicas vegetais, destaque para o florescimento das plantas em resposta à duração do dia e da noite. 
Em relação ao florescimento, os vegetais podem ser divididos em plantas de dia curto, plantas de dia longo e plantas indiferentes. As plantas de dia curto, também chamadas de plantas de fotoperíodo curto, são aquelas que florescem quando são expostas a luz em um período igual ou menor do que o fotoperíodo crítico, portanto, são plantas que costumam florescer durante o outono e inverno, como o morangueiro. Plantas de dia curto só florescem se a duração do período sem luz for maior em relação ao período luminoso, pois assim o fitocromo encontra-se na forma inativa, não interferindo na floração.
As plantas de dia longo, ou plantas de fotoperíodo longo, florescem quando recebem luz por um tempo igual ou maior em relação ao fotoperíodo crítico, isso significa que precisam passar por períodos curtos sem luz, pois o fitocromo ativo estimula a floração. Essas plantas tendem a florescem na primavera e no verão, como a alface.
Algumas espécies vegetais florescem em decorrer de outros fatores, tanto internos quanto ambientais, como temperatura, disponibilidade hídrica e de matéria orgânica, como por exemplo a roseira. Essas plantas são indiferentes ao fotoperiodismo.