Tecido adiposo e cartilaginoso
O tecido adiposo é um tipo especializado de tecido conjuntivo encontrado em todo o corpo humano, que se destaca pelo seu papel no armazenamento de lipídios, moléculas que atuam como reserva energética secundária e auxiliam na manutenção da temperatura corporal e proteção mecânica de outros tecidos. As células do tecido adiposo são denominadas de adipócitos e armazenam lipídios, principalmente triglicerídeos e podem formar o tecido adiposo amarelo, distribuído por todo e o tecido adiposo marrom que se concentra em áreas específicas, como o pescoço e o peito, e é crucial para a regulação da temperatura corporal, especialmente em recém-nascidos e em resposta ao frio. A principal diferença funcional entre eles reside na capacidade do tecido adiposo marrom de produzir calor, tornando-o essencial para a regulação térmica e a resposta ao frio.
O tecido conjuntivo é composto principalmente por células chamadas condroblastos, que secretam a matriz cartilaginosa firme e elástica, rica em fibras colágenas e proteoglicanos, e os condroclastos que reabsorvem matriz cartilaginosa antiga. Após os condroblastos diminuírem sua atividade metabólica são denominados de condrócitos. Este tecido desempenha um papel vital na sustentação dos indivíduos, principalmente nos primeiros anos de vida, na articulação das estruturas esqueléticas, como nos ossos, na traqueia e na orelha, onde atua como um amortecedor, permitindo a movimentação suave das articulações e mantendo a forma e a flexibilidade das estruturas. Dentre os tecidos conjuntivos, o cartilaginoso é o único que não apresenta vascularização, sendo nutrido pelo pericôndrio, tecido conjuntivo que envolve as cartilagens.
Existem três principais tipos de tecido cartilaginoso: hialino, elástico e fibrocartilagem. A cartilagem hialina é a mais comum e é encontrado nas extremidades dos ossos (epífises), no esqueleto de recém-nascidos e na parede das fossas nasais, traqueia e brônquios, a cartilagem elástica compõe o pavilhão auditivo, a epiglote e a laringe, enquanto a cartilagem fibrosa forma os discos intervertebrais e articulares.
Tecido ósseo e sanguíneo
O tecido conjuntivo ósseo é encontrado no esqueleto humano, desempenhando um papel fundamental na sustentação e na proteção do corpo, bem como na produção de células sanguíneas e no armazenamento de minerais, como cálcio e fósforo. É constituído por células chamadas osteoblastos, produtoras da matriz óssea, rica em fibras colágenas e minerais, principalmente hidroxiapatita, formada por fosfato de cálcio, que conferem resistência e dureza aos ossos; os osteócitos, que são condroblastos que diminuem sua atividade de síntese, e os osteoclastos, que recolhem a matriz óssea antiga.
Os ossos são classificados em dois tipos principais: ossos compactos, que são densos e duros, encontrados na camada externa dos ossos, e ossos esponjosos, que têm uma estrutura mais porosa e são encontrados principalmente nas regiões centrais dos ossos longos e em partes dos ossos chatos. Além de suas funções estruturais, os ossos também desempenham um papel vital na produção de células sanguíneas na medula óssea e no armazenamento de minerais, que podem ser liberados na corrente sanguínea quando necessário para manter o equilíbrio mineral do corpo. Dentro dos ossos há canais para passagem de vasos e nervos, sendo denominados de canais de Volkman e Havers (osteônio).
O tecido sanguíneo, também conhecido como sangue, é composto pelo plasma, porção líquida responsável pelo transporte e distribuição de nutrientes, hormônios, gases e resíduos metabólicos que devem ser eliminados, e os elementos figurados, formados por hemácias, que realizam transporte de gases, leucócitos, responsáveis pela defesa do organismo e as plaquetas, que realizam a coagulação do sangue em caso de lesões nos vasos O sangue também desempenha um papel fundamental na regulação da temperatura corporal, sendo um condutor eficaz de calor e ajuda a manter a temperatura interna do corpo dentro de uma faixa estreita, que é essencial para o funcionamento adequado das células e dos órgãos.
Tecido sanguíneo: Hemácias, leucócitos e plaquetas.
Os elementos figurados do sangue são produzidos na medula óssea vermelha, a partir de células-tronco adultas ou multipotentes, que se dividem e se diferenciam em linhagens celulares linfoides, que formam os linfócitos e a linhagem mieloide, que origina os outros elementos figurados como as hemácias, as plaquetas e os outros leucócitos. Os leucócitos ou glóbulos brancos são responsáveis pela defesa do organismo, identificando e eliminando agentes patogênicos.
Os glóbulos vermelhos ou eritrócitos, também chamados de hemácias são as células mais abundantes no sangue, são derivadas de eritroblastos, que perdem o núcleo, sem antes produzirem hemoglobina, uma proteína que se liga ao oxigênio e ao dióxido de carbono, sendo sua função primordial transportar oxigênio dos pulmões para os tecidos do corpo e levar o dióxido de carbono de volta aos pulmões para eliminação. A eritropoetina é um hormônio produzido pelos rins e estimula a síntese de hemácias quando a concentração de gás oxigênio no sangue diminui.
As plaquetas ou trombócitos são fragmentos celulares envolvidos na coagulação sanguínea. A cascata de coagulação se inicia a partir de tecidos ou vasos lesionados que estimulam a agregação plaquetária liberando uma enzima denominada tromboplastina, que transforma protrombina, enzima inativa do plasma, em trombina, enzima ativa responsável pela transformação de fibrinogênio em fibrina, uma rede de filamentos que agrega células sanguíneas, formando um coágulo, que impede a saída de sangue dos vasos.