Abiogênese ou geração espontânea x Biogênese
A abiogênese ou hipótese da geração espontânea defendia que a vida poderia se originar a partir da matéria bruta, desde que algum tipo de “princípio vital” estivesse presente. Grandes naturalistas e pensadores defendiam a geração espontânea, como Aristóteles (sec. IV a.C) que argumentava que insetos poderiam surgir a partir da terra úmida, ou que folhas caídas na água poderiam originar peixes e o médico belga Jean Baptiste van Helmont (séc. XVII) que acreditava que ratos poderiam surgir espontaneamente a partir de roupas suadas.
Em 1668, os experimentos realizados por Francesco Redi foram fundamentais para derrubar a crença na geração espontânea, validando a ideia da Biogênese, ou seja, toda forma de vida era descendente de um organismo pré-existente. Através da comparação entre carnes expostas a moscas com aquelas sem contato com os insetos, evidenciou que somente as amostras que que entraram em contato diretos com as moscas desenvolveram larvas, que eram provenientes dos ovos depositados pelos insetos nos alimentos.
A queda definitiva da abiogênese: Experimentos de Louis Pasteur
Com a descoberta dos microrganismos, graças a invenção do microscópio, a hipótese da abiogênese ganhou espaço novamente na comunidade cientifica, já que alguns naturalistas acreditavam que microrganismos eram simples o suficiente para serem formados por geração espontânea. John Needham, em 1945, realizou experimentos com caldo de carne, mostrando que microrganismos poderiam ser formados espontaneamente mesmo após a mistura ser fechada e submetida a aquecimento, mas que recebeu críticas de Lazzaro Spallanzani que argumentava que microrganismos só morrem após aquecimento em altas temperaturas em ambiente completamente fechado, o que foi comprovado por seus experimentos em 1978. Mas para Needham, o aquecimento exagerado poderia destruir ou enfraquecer o “princípio vital” que era responsável por originar novas formas de vida e o caldo completamente fechado impedia que novas “partículas da vida” pudessem acessar o caldo.
Com esse impasse, o debate continuou até o século XIX, quando Louis Pasteur, em 1862, propôs um experimento onde um caldo nutritivo estéril, dentro de um recipiente com longo gargalo curvo (balão pescoço de cisne) poderia ficar em contato ar do ambiente, sem originar microrganismos, determinando portanto, que até os microrganismos vem de outros preexistentes.
Metodologia científica
Para explicação de fenômenos ou resolução de problemas, devemos seguir uma série de procedimentos sistemáticos, apoiados no raciocínio lógico, processos esses conhecidos como método científico. O objetivo da metodologia científica é alcançar a validade e a confiabilidade dos resultados obtidos, portanto é necessário que exista um processo crítico e contínuo para a produção de conhecimento científico.
A partir da observação de um fenômeno que se queira explicar ou de um problema que se queira resolver, deve se levantar o máximo de informações sobre o tema, a parti daí, elaboramos uma hipótese, que é uma resposta plausível que explique ou resolva o fenômeno ou problema em questão. Para validação da hipótese, ela deve ser testada, ou submetida a experimentação cientifica, sempre com critérios que sejam possíveis assumir a veracidade do que foi obtido, como o uso de grupos controle para comparação e discussão dos resultados. A partir do momento que a hipótese é válida, temos uma teoria.