Quando falamos em vírus, logo pensamos em doenças como gripe, AIDS, hepatites, poliomielite, febre amarela, entre outras doenças virais conhecidas. Nesse texto, vamos abordar um pouco sobre as características gerais dos vírus!
Quando pensamos nesses seres, logo vem a pergunta: “vírus são seres vivos ou não?”
Para muitos pesquisadores, vírus não são considerados seres vivos pois não possuem metabolismo próprio e necessitam de uma célula hospedeira para se replicarem. Isto ocorre porque não apresentam a maquinaria celular para suas atividades – vírus são considerados acelulares.
Os vírus são partículas infecciosas microscópicas que conseguem se reproduzir apenas no interior de uma célula hospedeira. Por isso são denominados parasitas intracelulares obrigatórios.
São denominados virions as partículas que apresentam estrutura viral infecciosa completa (material genético e envoltório proteico). Os virions estão fora da célula hospedeira e são inertes nessa situação.
Características gerais dos vírus:
Entre as principais características virais estão:
O genoma é composto por DNA ou RNA, que fica dobrado no interior do capsídeo. O capsídeo, também denominado de capsula, é composto por capsômeros proteicos. O capsídeo é formado a partir do genoma do vírus. Ou seja, não é a célula hospedeira que fornece as informações genéticas para a produção do capsídeo, que pode apresentar diferentes simetrias. Como mostra a figura abaixo:
Figura 1: Estrutura Viral
Alguns vírus possuem, além do capsídeo, uma estrutura extra que é chamada de envelope, essa estrutura é composta por lipídeos, proteínas e carboidratos. Esse envelope pode ser externo ou interno ao capsídeo.
De acordo com o tipo de vírus, o envelope pode ou não apresentar espículas (ou peplômeros). As espículas auxiliam os vírus a se ligar à superfície da célula hospedeira. Por exemplo, o vírus Influenza se liga às hemácias devido à presença das espículas.
Nos vírus não envelopados é o capsídeo proteico que protege o ácido nucleico viral. Também é essa estrutura que se liga à célula hospedeiro.
Figura 2: a) Vírus helicoidal envelopado. b) Micrografia do vírus Influenza A. Fonte: TORTORA, FUNKE e CASE (2012)
Figura 3: a) Vírus poliédrico não envelopado. b) Micrografia do vírus Mastadenovirus. Fonte: TORTORA, FUNKE e CASE (2012)
Para a produção de novos vírus, é muito importante a participação da célula hospedeira.
Os virions possuem uma pequena quantidade dos genes que são necessários para a produção de novas partículas virais. Dessa forma, a síntese do ácido nucleico e proteínas virais depende da energia e estruturas celulares do hospedeiro como os ribossomos e enzimas.
Para compreender a reprodução viral, vamos falar um vírus muito comum nas principais provas. O vírus bacteriófago T4, também denominado fago, é um vírus que causa infecção em bactérias. Esses vírus apresentam DNA como material genético.
Nesse ciclo, ocorre a lise e a morte da célula hospedeira. Esse processo de multiplicação ocorre em etapas:
Ciclo lisogênico:
Nesse ciclo, fago pode se reproduzir sem causar a morte da célula hospedeira. Alguns fagos só podem utilizar o ciclo lítico, mas o fago que estamos utilizando como exemplo pode apresentar os dois tipos de ciclos.
No ciclo lisogênico o DNA viral se incorpora ao DNA bacteriano e o vírus permanece latente na célula hospedeira.
A figura abaixo, mostra os dois tipos de ciclos de multiplicação viral:
Figura 4: Ciclos lítico e lisogênico. Fonte: TORTORA, FUNKE e CASE (2012)
De uma forma simplificada, podemos descrever os retrovírus como uma partícula viral que apresenta como material genético o RNA, e não o DNA.
O principal exemplo de retrovírus é o vírus da imunodeficiência humana (HIV).
Quando esse vírus invade uma célula alvo do hospedeiro, o parasita libera o seu RNA e uma enzima, denominada transcriptase reversa, a qual sintetiza o DNA usando o RNA viral como molde.
O DNA viral vai se integrar ao DNA da célula hospedeira, formando um provírus que nunca é removido do cromossomo do hospedeiro. Isso impede que ele seja reconhecido pelo sistema imune do infectado ou medicamentos antivirais.
Abaixo, a figura mostra a replicação de um retrovírus:
Figura 5: Multiplicação Retrovírus. Fonte: TORTORA, FUNKE e CASE (2012)
TORTORA, Gerard J.;FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia- 10 ed.- Porto Alegre: Artmed, 2012