Viroses
Por : Isabela Nunes
Por serem organismos parasitas obrigatórios, vírus podem causar doenças nos mais diversos animais. Aqui, trataremos em especial das doenças causadas em humanos e o que permite que os vírus sejam diversos e migrem entre populações distintas.
Uma característica extremamente importante que permite a diversidade e disseminação dos vírus é a possibilidade de sofrer mutações durante a infecção de um hospedeiro original. É comum que um vírus inicialmente presente em populações de animais selvagens emergir, a pós mutações, como uma infecção humana.
Além da capacidade de infectar seres humanos conferida por mutações, é necessário que esse vírus mutado entre em contato efetivamente com a população. As alterações ambientais acabam reduzindo regiões naturais e expandindo o perímetro urbano proporcionando, assim, maior interação entre populações silvestres e humanas.
Adicionalmente, o grande fluxo migratório e a facilidade de transitar entre regiões distintas facilitam a disseminação de doenças infecciosas. Esses fatores permitem que grandes epidemias surjam.
Algumas doenças humanas cobradas em vestibulares.
De acordo com o Ministério da Saúde “poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e provocar ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.
A vacinação é a principal medida profilática que, no Brasil, têm demonstrado ótimos resultados uma vez que desde 1990 não há casos registrados no país. Além da vacinação, medidas que reduzem o contato com alimentos e água contaminados com os vírus são importantes, contudo, secundárias considerando a extrema importância da adesão à vacinação.
Os primeiros sintomas da infecção são bastante inespecíficos:
· febre;
· mal-estar;
· dor de cabeça;
· dor de garganta e no corpo;
· vômitos;
· diarreia;
· constipação (prisão de ventre);
· espasmos;
· rigidez na nuca;
· Meningite.
De acordo com o Ministério da Saúde “a aids é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV é a sigla em inglês). Esse vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção”.
Os principais prejuízos causados pela infecção por HIV estão relacionados à imunossupressão que permite a progressão de infecções simples que normalmente não apresentam risco para imunocompetentes.
O vírus HIV pode ser transmitido das seguintes formas:
· Sexo vaginal sem camisinha.
· Sexo anal sem camisinha.
· Sexo oral sem camisinha.
· Uso de seringa por mais de uma pessoa.
· Transfusão de sangue contaminado.
· Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação.
· Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.
De acordo com o Ministério da Saúde “a Catapora (varicela) é uma doença infecciosa, altamente contagiosa, mas geralmente benigna, causada pelo vírus Varicela-Zoster, que se manifesta com maior frequência em crianças e com incidência no fim do inverno e início da primavera.
A principal característica clínica é o polimorfismo das lesões cutâneas (na pele) que se apresentam nas diversas formas evolutivas (máculas, pápulas, vesículas, pústulas e crostas), acompanhadas de prurido (coceira). Em crianças, geralmente é benigna e autolimitada. Em adolescentes e adultos, em geral, o quadro clínico é mais exuberante.”
A vacinação é uma medida profilática extremamente importante e eficiente. A imunização contra catapora é disponibilizada na vacina tetra viral, que também inclui
A infecção de adultos pelo vírus da Varicela-Zoster apresenta sintomas graves e progressão bastante delicada, portanto, quando adquirida por adultos, se trata de uma infecção grave. A transmissão da catapora ocorre por contato direto com as lesões e por via respiratória, portanto, deve-se evitar o contato direto com as secreções de pessoas infectadas.
Os sintomas surgem entre 10 e 21 dias após a infecção e consistem em:
· manchas vermelhas e bolhas no corpo;
· mal estar;
· cansaço;
· dor de cabeça;
· perda de apetite;
· febre baixa.
De acordo com o Ministério da Saúde “A caxumba é uma infecção viral aguda e contagiosa. Pode atingir qualquer tecido glandular e nervoso do corpo humano, mas é mais comum afetar as glândulas parótidas, que produzem a saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido. A caxumba, também conhecida como Papeira, é uma doença de distribuição universal, de alta morbidade e baixa letalidade, aparecendo sob a forma endêmica ou surtos.
É mais comum em crianças no período escolar e em adolescentes, mas também pode afetar adultos em qualquer idade. Normalmente, a caxumba tem evolução benigna, mas em alguns raros casos pode apresentar complicações resultando em internações e até mesmo em morte”. O vírus é transmitido por vias aéreas, pela emissão de aerossóis pelo indivíduo infectado e a imunização é a forma mais eficiente de profilaxia.”
Os principais sintomas da caxumba são:
· Inchaço e dor nas glândulas salivares, podendo ser em ambos os lados ou em apenas um deles.
· Febre.
· Dor de cabeça.
· Fadiga e fraqueza.
· Perda de apetite.
· Dor ao mastigar e engolir.
De acordo com o Ministério da Saúde “a rubéola é uma doença aguda, de alta contagiosidade, que é transmitida pelo vírus do gênero Rubivirus, da família Togaviridae. A doença também é conhecida como “Sarampo Alemão”.
No campo das doenças infecto-contagiosas, a importância epidemiológica da Rubéola está representada pela ocorrência da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) que atinge o feto ou o recém-nascido cujas mães se infectaram durante a gestação.
A infecção por rubéola na gravidez acarreta inúmeras complicações para a mãe, como aborto e natimorto (feto expulso morto) e para os recém-nascidos, como malformações congênitas (surdez, malformações cardíacas, lesões oculares e outras”.
A vacina tríplice viral é responsável pela imunização contra rubéola.
De acordo com o Ministério da Saúde “Sarampo é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus, que pode ser fatal. Sua transmissão ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas. A única maneira de evitar o sarampo é pela vacina.”
De acordo com o Ministério da Saúde “a raiva é uma doença infecciosa viral aguda, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. É causada pelo Vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae. A raiva é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais.” A raiva é uma virose de grande importância para a saúde pública uma vez que a letalidade da infecção é próxima de 100%.
De acordo com o Ministério da Saúde “herpes, ou cobreiro é uma doença causada pelo Vírus Varicela-Zóster (VVZ), o mesmo que causa também a Catapora. Esse vírus permanece em latência durante toda a vida da pessoa. A reativação ocorre na idade adulta ou em pessoas com comprometimento imunológico, como os portadores de doenças crônicas (hipertensão, diabetes), câncer, Aids, transplantados e outras.” A transmissão do vírus se dá pelo contato direto com a pessoa infectada.
A gripe, ou influenza, é uma infecção viral que acomete as vias aéreas causando:
· Calafrios
· Mal-estar
· Cefaleia
· Mialgia
· Dor de garganta
· Artralgia
· Prostração
· Rinorreia
· Tosse seca
· Diarreia
· Vômito
· Fadiga
· Rouquidão
· Hiperemia conjuntival
O vírus é transmitido por gotículas geradas durante a tosse e espirros de pessoas infectadas.
De acordo com o Ministério da Saúde “a hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. Em alguns casos, são doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas. As hepatites virais são inflamações causadas por vírus que são classificados por letras do alfabeto em A, B, C, D (Delta) e E. No Brasil, mais de 70% (23.070) dos óbitos por hepatites virais são decorrentes da Hepatite C, seguido da Hepatite B (21,8%) e A (1,7%). O país registrou 40.198 casos novos de hepatites virais em 2017”.
De acordo com o Ministério da Saúde “dengue é uma doença febril grave causada por um arbovírus. Arbovírus são vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente os mosquitos. Existem quatro tipos de vírus de dengue (sorotipos 1, 2, 3 e 4). Cada pessoa pode ter os 4 sorotipos da doença, mas a infecção por um sorotipo gera imunidade permanente para ele. O transmissor (vetor) da dengue é o mosquito Aedes aegypti, que precisa de água parada para se proliferar. O período do ano com maior transmissão são os meses mais chuvosos de cada região, mas é importante manter a higiene e evitar água parada todos os dias, porque os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano até encontrar as melhores condições para se desenvolver.”
De acordo com o Ministério da Saúde “a febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores, e possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano. O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. A febre amarela tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti.”
Figura 1: Esquema representativo do ciclo urbano e silvestre do vírus da febre amarela.
De acordo com o Ministério da Saúde “a infecção por Zika Vírus na maioria dos casos é uma doença branda e tem cura espontânea depois de 10 dias. As principais complicações são neurológicas e devem ser tratadas caso a caso, conforme orientação médica. Todo o tratamento é oferecido, de forma integral e gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A febre por vírus Zika é descrita como uma doença febril aguda, autolimitada, com duração de três a sete dias, geralmente sem complicações graves. Porém há registro de mortes e manifestações neurológicas, além de causar a microcefalia.”
De acordo com o Ministério da Saúde “a Febre pelo vírus Chikungunya é um arbovírus. Arbovírus são aqueles vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente mosquitos, mas tambem pode ser um carrapatos ou outros. O transmissor (vetor) do chikungunya é o mosquito Aedes aegypti, que precisa de água parada para proliferar, portanto, o período do ano com maior transmissão são os meses mais chuvosos de cada região. No entanto, é importante manter a consciência e hábitos sadios de higiene para evitar possíveis focos/criadouros do mosquito Aedes Aegypti, que pode ter ovos resistindo por um ano até encontrar as condições favoráveis de proliferação (tempo quente e úmido)”.
Anexo 1- Cartilha do Ministério da Saúde sobre vacinas e seus respectivos alvos.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cart_vac.pdf