Resumo de historia: Colonização na América Espanhola



Para compreendermos a colonização na América Espanhola é importante entender como ocorreu a conquista dos territórios.

A conquista na América espanhola pode ser dividida em duas etapas: a primeira, que vai da chegada de Colombo, em 1492 até os primeiros anos do século XVI; e a segunda, contada a partir da conquista do México por Hernán Cortés, em 1519.

CARACTERÍSTICAS DA CONQUISTA

A primeira etapa foi mais restrita a pequenos territórios e não houve muito contato com as sociedades nativas.

A segunda, ao contrário, atingiu regiões mais distantes em toda a Mesonamérica e os Andes, e estabeleceu relações violentas, na maioria das vezes, com as sociedades encontradas aqui.

Depois da chegada dos espanhóis à América, várias expedições foram organizadas pela Coroa Espanhola com a intenção de reconhecer e tomar posse do território. Ocorreram uma série de confrontos com os nativos, gerando mortes e destruição.

QUEDA DE MONTEZUMA

Cortés, saindo de Cuba, desembarcou na Península de Iucatã, no México, em 1519. Na região, estavam os astecas, governados por Montezuma II.

Montezuma foi preso e obrigado a reconhecer os reis espanhóis como soberanos do México, subordinando os astecas à Coroa Espanhola.

Os espanhóis promoveram um massacre na nobreza indígena, matando mais de 2000 pessoas e a guerra entre os dois povos teve início. Os indígenas foram derrotados e Montezuma assassinado, em 1521, quando a capital do império foi tomada.

A conquista do império inca ocorreu em 1531, quando o espanhol Francisco Pizarro condenou o imperador Atahualpa à morte. Os incas sucumbiram em 1533, quando os espanhóis tomaram as cidades de Cuzco e Quito.

A COLONIZAÇÃO NA AMÉRICA ESPANHOLA

Passada a parte das conquistas militares, iniciou-se o período de institucionalização da presença espanhola na América. As antigas organizações foram gradativamente sendo reformadas pelos espanhóis.

Mas o desafio não foi apenas para os povos conquistados, os europeus também tiveram que se adaptar às funções que cada um deveria exercer na região.

Os espanhóis que vinham à América estavam sob a máxima reproduzida na época: “Fama, Fé e Fortuna” (em inglês: “God, Gold and Glory). Esses três itens sintetizam o projeto colonizador das Américas:

  • a fama, de explorar e conquistar novas terras para a Coroa;
  • a fé, representando um projeto da Igreja e dos reis católicos de expandir a religião a todos os cantos do mundo;
  • a fortuna, encontrada aos montes na América em forma principalmente de metais precisos.

No Novo Mundo, os órgãos mais importantes eram os Vice-Reinados (Nova-Espanha, Peru, Rio da Prata e Nova Granada), as Audiências (com funções judiciárias e administrativas) e as Capitanias Gerais (áreas econômicas e militares).

IMPACTOS DA COLONIZAÇÃO

O processo de colonização na América Espanhola provocou uma série de mudanças na vida dos indígenas. A violência e os traumas da conquista levaram à dizimação da população nativa e muitos fatores colaboraram para isso:

1. GUERRAS DE CONQUISTA:

Com armamentos e tropas, os espanhóis promoveram verdadeiros massacres sobre os povos indígenas.

2. TRABALHO FORÇADO E ESCRAVIDÃO:

Os indígenas foram escravizados e obrigados a trabalhos forçados exaustivos na exploração de metais precisos.

3. FOME:

Obrigados a trabalharem para os espanhóis os indígenas não tinham tempo para as práticas agrícolas, assim, a produção e a variedade de alimentos decaíram.

4. EPIDEMIAS:

Os espanhóis trouxeram uma série de doenças desconhecidas na América (sarampo, varíola, gripe, etc). Os indígenas, por nunca terem tido contato com elas, não possuíam imunidade para combatê-las, gerando surtos de epidemias que tornaram as mortes constantes.

OUTRAS CAUSAS

Podemos falar também das causas não imediatas da colonização na América Espanhola. Para o historiador Hector Bruit houve duas conquistas: visível e a invisível.

Conquista Visível: é a conquista militar propriamente dita, a derrubada do mundo indígena, a evangelização, a exploração.

Conquista Invisível: é aquela mais sutil, mas não menos violenta. É a destruição dos referenciais simbólicos que distanciaram os indígenas de sua história e de sua cultura.

Por diversos e tortuosos caminhos, espanhóis e indígenas produziram suas próprias dinâmicas de convivência no Novo Mundo.