Um dos conteúdos mais cobrados em História do Brasil nos vestibulares é o período entre 1840 até 1889, conhecido como Segundo Reinado. O período foi resultado de uma politica autoritária e conservadora praticada durante o Primeiro Reinado e o Período Regencial no país. Por conta disso, inúmeras rebeliões regionais eclodiram por todo o país.
Desse clima de instabilidade surgiram 2 vertentes políticas, o Partido Liberal e o Conservador. Os dois partidos desempenharam papel fundamental para a ascensão de D. Pedro II. Com apenas 14 anos na época, D. Pedro só pode assumir o poder graças a um golpe bem sucedido pelo Partido Liberal que levou o nome de Golpe da Maioridade.
Foi o início do governo monárquico mais longo do Brasil. O período ficou caracterizado pela intensa luta por estabilidade interna e pela reorganização da política. A reativação do comércio internacional e a implementação do parlamentarismo como forma de governo foram outras marcas do Segundo Reinado.
O Partido Liberal (Progressistas) lutava para ter uma maior participação política, enquanto o Conservador (Regressistas) defendia um governo centralizador que garantisse seus privilégios. Apesar desse conflito, os dois partidos tinham interesses semelhantes, afinal eram ambos elitistas.
O papel de D. Pedro II foi intermediar a relação entre os dois lados, garantindo uma participação política maior para os Liberais sem interferir nos interesse econômicos dos Conservadores. A atuação de D. Pedro alcançou um período de relativa estabilidade. Com isso, após a Revolução Praieira nenhuma outra rebelião questionou o regime monárquico.
Em 1847, instaurou-se o Parlamentarismo no país. Entretanto, este funcionava de forma diferente da que se via na Europa, Imperador tinha total autonomia para escolher os membros do Conselho de Estado. Já os membros do Conselho, por sua vez definiam os líderes da Câmara de Deputados.
Entre os anos de 1848 e 1850, ocorreu a última revolta durante o Brasil Império, a Revolução Praieira. Foi uma revolta liberal e federalista que ocorreu na província de Pernambuco. Ela recebeu esse nome porque a sede do jornal dirigido pelos liberais revoltosos, os praieiros, ficava na rua da Praia. Foi também o único movimento revolucionário ocorrido no Segundo Reinado.
O estopim foi o veto do Senado à participação de um liberal pernambucano, provocando a revolta de um grupo de políticos liberais. Na época, o Senado era dominado pelos Conservadores. Além disso, a população pernambucana apoiou o movimento. O apoio foi motivado pela insatisfação com a falta de autonomia política das províncias e a concentração de poder nas mãos da monarquia. O ápice foi a tomada a cidade de Olinda, porém, foram derrotados posteriormente pelas forças oficiais.
As ótimas condições de solo e clima, permitiram que o café se tornasse o principal produto de exportação do Brasil. Isso aumentou o número de latifundiários no país, os chamados Barões do Café. Com o aumento do número de empresários, aumentou também a demanda por mais mão de obra escrava. Esses Barões apoiavam o Imperador em troca de privilégios e títulos de nobreza.
Além disso, o grande sucesso das monoculturas cafeeiras trouxe uma retomada na expansão urbana. Isso resultou tanto na criação de novas cidades quanto no crescimento das já existentes. Essa onda de avanços estruturais também ocorreu na construção de ferrovias e portos, usados para escoar a produção cafeeira.
Para sustentar as grandes produções de café, os latifundiários passaram a utilizar mais mão de obra escrava. Entretanto, o tráfico negreiro já vinha sendo combatido pela Inglaterra e outras potências europeias. Longe de ser um impulso humanitário, o objetivo era ampliar seus mercados consumidores. Afinal, um escravo que não recebe salário não pode consumir!
Inicialmente, para não acabar com o trabalho escravo e desagradar os latifundiários, D. Pedro II optou em abolir o tráfico negreiro. Assim, com o aumento da demanda por mão de obra, imigrantes de diversas nacionalidades foram atraídos para o Brasil.
Mas mesmo assim, a elite conservadora demorou em abrir mão do trabalho forçado para não ter que pagar por funcionários, e a abolição só foi finalmente decretada em 1888, com a assinatura da Lei Áurea.
Com a Abolição da Escravatura (1888), todo o dinheiro envolvido no tráfico negreiro foi direcionado para outras atividades, como o setor Industrial. Esse novo cenário aliado com a vinda de mão de obra assalariada europeia e a implantação da Tarifa Alves Branco (aumento dos impostos de produtos importados), fomentou o surto industrial mesmo em um país de economia essencialmente agrária.
O Regime Monárquico já havia terminado na maioria dos países, muito por não conseguir lidar com as novas questões econômicas, sociais e religiosas que surgiram no final do Séc XIX. No Brasil não foi diferente!
Por conta da Abolição, D. Pedro II perdeu o apoio de seus antigos aliados latifundiários, que passaram a apoiar movimentos republicanos. Após ganhar a Guerra do Paraguai, os militares se sentiram motivados a terem maior participação na política brasileira, pressionando uma mudança na forma de regime.
E para completar, devido às interferências do Imperador em assuntos da Igreja Católica, até mesmo o clero passou a apoiar a implementação da República. O golpe era uma questão de tempo, tendo ocorrido em 15 de Novembro de 1889, com a Proclamação da República liderada pelo Mal. Deodoro da Fonseca. E assim, se encerra mais um capitulo da História do Brasil.