Resumo de historia: O que é história



 História e o Tempo - O que é história

 

Comumente associa-se a história com coisas que aconteceram, com fatos passados. Normalmente responde-se a pergunta “O que é história?” com as seguintes frases: “É o estudo do passado” “É o passado” “São os fatos do passado”. Entretanto, quando falamos de história é importante separar a História Ciência da história comum. 

Quando estudamos História estamos falando de uma ciência. Logo, por ser uma ciência, a história possui métodos e um objeto de estudo. Assim como a ciência não estuda os fatos, a história não estuda o passado. O objeto de estudo da história é o homem, o ser humano, este é o foco de estudo da história. A história preocupa-se em estudar e entender o homem e as suas relações ao longo do tempo: 

 

“A História é a ciência que estuda o homem ao longo do tempo” - Marc Bloch 

 

Por muitas vezes é comum dizer: “a história é a ciência que serve para conhecer o passado, compreender o presente e imaginar o futuro”. Entretanto, a relação entre o tempo não é linear. Não é possível trazer o passado para o presente. A história de fato permite o conhecimento do passado e o passado de ajuda a compreender o presente com algumas exceções e proporções. Contudo, a linha reta “o passado explica o presente” não existe. Entre os tempos há uma série de nuances. Ademais, com a história não é possível imaginar o futuro; o papel do historiador não é este, ele não se assemelha a um adivinha. A história não serve para imaginar o futuro e sim para compreender coisas que aconteceram. A história possui um perfil narrativo, ela narra fatos e os problematiza.

O tempo é a matéria prima da história, é o guia do historiador. Há duas noções de tempo: o tempo linear e o tempo cíclico. O tempo linear é a noção de tempo cristã. Dentro desta concepção há um gêneses (um início) e um apocalipse (um fim).  O tempo cíclico é uma concepção na qual o fim não existe. O que ocorre é o fim de um ciclo e início de outro. Um exemplo desta concepção é o calendário Maia. Em 2012 o calendário Maia chegava ao fim e difundiu-se amplamente a ideia de fim de mundo, até mesmo filmes sobre o assunto foram produzidos. Entretanto, o fim do calendário Maia não era como um apocalipse cristão, era apenas o encerramento de um fase e início de outra. Mesmo que ambas concepções de tempo sejam bastante diferentes é possível marcar algo comum entre elas: os calendários. Estes são as representações das concepções de tempo de cada cultura. O calendário que utilizamos no Brasil, por exemplo, é o calendário cristão; o marco inicial da nossa era é o nascimento de Cristo, por isto a divisão a.C (antes de cristo) e d.C (depois de cristo). O nosso calendário possui o nome de Calendário Gregoriano, visto que foi estabelecido pelo papa Gregório. Já dentro do mundo árabe, há a utilização do calendário islâmico, este utiliza como referência a Hégira, momento em que Maomé parte de Meca para Medina. Dentro da cultura judaica o marco inicial do calendário é a criação do homem no mundo, a criação de Adão; enquanto estamos no ano 2019 o calendário judaico encontra-se no ano 5780.