Os processos históricos e a nova forma de pensar do período moderno impactaram as práticas e formas religiosas do mundo europeu. Nesse texto, analisaremos as principais críticas feitas a Igreja e as características das reformas religiosas.
A Igreja Católica, detentora de grande poder e influência durante toda a Idade Média, sempre sofreu contestações. No entanto, a partir do século XV elas se intensificaram, culminando na principal reforma: a Reforma Protestante, liderada por Martinho Lutero, em 1517.
Essa data é um marco tão representativo que muitos historiadores a consideram o início definitivo da Idade Moderna. A Reforma de Lutero pôs fim a unidade eclesiástica cristã europeia e, a partir dela, os cristãos passaram a congregar em diversas igrejas de diferentes denominações.
Ainda que o movimento liderado por Lutero seja o mais significativo, os movimentos reformistas foram bastante diversificados. Ainda assim, houve uma série de características que foram comuns a maioria deles.
Os reformados renovaram as práticas religiosas e, de forma geral, defendiam uma vida religiosa mais disciplinada. Era valorizada a leitura da Bíblia e contato direto com Deus, sem a necessidade de um intermediário, como a Igreja.
Uma série de críticas foram feitas à atuação da Igreja e a forma com que ela exercia o poder até ali. Entre elas estavam:
Nesse contexto, alguns aspectos contribuíram para o êxito da Reformas religiosas nesse período, como:
A invenção da imprensa, por Guttenberg, em 1456, revolucionou a difusão de ideias e pensamentos (inclusive e principalmente os da Reforma). Isso porque a impressão em papel permitiu reproduzir uma série de textos em forma de livros, como a Bíblia (que foi o primeiro). Dessa forma, o conhecimento, até então restrito à Igreja e à nobreza, tornou-se mais acessível.
Além disso, os humanistas denunciavam a corrupção da Igreja e incentivavam o exercício do pensamento, o direito à manifestação e a livre interpretação, todas ideias defendidas pelos reformistas.
A contestação do poder do Papa foi levantada antes de Lutero. Esses críticos geralmente questionavam a oposição entre a riqueza da Igreja e a situação de pobreza dos fiéis.
Além disso, pregavam a simplificação do culto e a adesão do Papa a uma vida cristã calcada na pobreza.
O fato da Igreja ser proprietária de extensas faixas de terra e de ter privilégios no tratamento dado a ela por parte das autoridades provocou manifestações contra o seu poder. Em regiões como Colônia, na Alemanha e em vários lugares da Inglaterra, surgiram uma série de movimentos populares que questionavam esse poderio, já que atribuíam à ela a miséria do povo.
É importante ressaltar que essas revoltas eram muito bem vistas pela nobreza e pela burguesia, que viam nelas, a oportunidade de confiscar essas terras e por fim as restrições que a Igreja fazia ao comércio e aos juros.
Esses fatores combinados desafiavam de forma definitiva o poder permanente da Igreja Católica até aquele momento, contribuindo significativamente para o fortalecimento dos movimentos reformistas.