Resumo de historia: Baixa Idade Média



Baixa Idade Média

 

  1. Problemas

 

  • A partir do século XI :

    • Decadência do sistema feudal 

    • Neste momento o oriente e ocidente juntam-se 

    • Novas técnicas agrícolas 

      • há um aumento na oferta de alimentos 

      • invenção do arado que aumenta a fertilidade da terra 

    • Redução das invasões bárbaras 

    • Aumento demográfico 

      • Não é um aumento nos nascimento e sim uma redução na mortalidade. Maior expectativa de vida 

      • decorrente da oferta de alimento e da redução dos conflitos 

      • o feudo é um espaço limitado 

      • o aumento demográfico não é acompanhado do aumento do espaço 

  • Problemas:

    • Falta de terras 

      • o feudo é um espaço limitado. O aumento demográfico não é acompanhado do aumento de espaço disponível  

    • Disputas religiosas 

      • Cristãos x Ortodoxos 

        • Devido ao Grande Cisma do Oriente em 1054 

      • Cristãos x Islâmicos 

        • expansão do Islã a partir do século XI. Invasão do Norte da África, Península Ibérica e tentativa de invasão das demais áreas da Europa. Contudo, há a derrota para os Francos, contendo o avanço pela Europa. Recuam e dominam Jerusalém 

      • Igreja Católica perde aos poucos sua soberania diante de religiões que confrontam o seu poder e a sua riqueza

 

  • Solução: 

    • Cruzadas:

      • expedições em nome da Cruz 

      • Quatro bases:

        • política: busca por poder, por novas terras. Durante a Idade Média terra é sinônimo de poder 

        • militar: são guerras 

        • econômicas: exploração de novos produtos das regiões conquistadas 

        • religiosa: o discurso é de combate aos infiéis, todos aqueles que não são Católicos Apostólicos Romanos 

 

    • Grupos envolvidos:

      • clero: divulga a ideologia das cruzadas. As Cruzadas nascem do discurso do papa Urbano II 

      • nobreza: são os guerreiros 

      • comerciantes: o sistema feudal não era universal e em algumas regiões da Europa o comércio se manteve e os comerciantes configuravam um setor importante. Um exemplo de região é o sul da Península Itálica. 

 

    • Alvos da Cruzada:

      • Jerusalém: 

        • a cidade santa, o centro religioso que foi dominado pelos islâmicos 

      • Constantinopla:

        • o centro da Igreja Ortodoxa 

      • Península Ibérica 

        • Espanha e Portugal. Os árabes não chegaram a dominar toda a região 

      • Jerusalém e Constantinopla: para o Oriente

      • Península Ibérica: para o Ocidente 

 

  1. Efeitos

 

  • Não sabe-se ao certo quanto Cruzadas ocorreram. Houveram as oficiais organizadas pela Igreja, algumas com o envolvimento de reis europeus e há também as particulares. 

 

  • Cruzadas dos mercados/comerciantes 

    • Início do século XIII 

    • Também referida como a IV Cruzada

    • A única que quase não apresentou motivação religiosa 

    • Liderada por comerciantes de Veneza e Gênova 

      • Gênova e Veneza tinham um grande desenvolvimento comercial devido principalmente ao comércio com os árabes

      • Possuíam a intenção de se consolidarem como pontos de comércio (burgos). 

      • Constantinopla era a principal rota comercial entre Ocidente e Oriente, o principal ponto de trocas. 

      • O alvo era Constantinopla para se estabelecer uma rota comercial entre Oriente e Ocidente para facilitar o comércio de especiarias 

        • Especiaria significa produto raro, especial, com alto valor. Exemplos: cravo, canela, tecidos, marfim 

    • Obteve sucesso 

      • A maior parte das cruzadas como expedições militares e religiosas  fracassaram. Jerusalém não foi reconquistada. 

      • Esta foi uma das primeira a de fato atingir o seu objetivo 

 

  • Efeitos: 

    • Crescimento da atividade comercial 

    • Êxodo rural 

      • a agricultura não é atividade econômica principal 

      • ao se reduzir as invasões o feudo perde sua utilidade visto que que era um lugar de produção e proteção. 

    • Desenvolvimento dos burgos 

      • burgos são pontos de troca. Locais onde os comerciantes se reuniam e expunham os seus produtos. Há agora as grandes feiras. 

      • os moradores dos burgos são os burgueses. O burguês aqui é o comerciante 

    • Início da ascensão da burguesia

      • o burguês ainda não tem condições de lutar pelo poder. A sociedade ainda possui características feudais. Ainda há o clero, o nobre e o servo; o burguês está aparecendo e conquistando o seu espaço na sociedade. 

 

  1. Necessidade

 

  • Consequências das transformações:

    • Necessidade de padronização

      • As diversas sociedades e culturas estão em contato e reunidas em um mesmo espaço gerando a necessidade da padronização da(s):

        • Língua (para favorecer a comunicação)

        • Moeda e Unidades de Medida (para facilitar o comércio) 

        • Lei e impostos 

        • Exército (até então este era formado pela suserania e vassalagem. Entretanto, a fidelidade a apenas uma pessoa não tem espaço visto que há um grande grupo para proteger. A proteção é necessária para todos) 

        • Autoridade (a centralização do poder se faz necessária)

 

    • A centralização do poder

      • O poder não pode mais estar dividido entre os diversos suseranos para que a padronização ocorra. 

 

      • O poder não é criado ou pedido. O poder é transferido.  

        • para que alguém detenha todo o poder mais ninguém pode possuir 

        • os senhores feudais precisam perder a sua autoridade para o Rei. ]

 

      • Aliança: Rei + burguesia 

        • O burguês precisa do rei para que o processo de padronização ocorra. O comerciante é o mais interessado na padronização para que ocorra o pleno desenvolvimento do comércio 

        • O clero apoia o rei a partir do momento que este passa a ser uma alternativa para defesa da unidade religiosa. Onde há um rei católico a Igreja consolida-se 

        • A nobreza perdeu o poder político e econômico (a terra não é mais sinônimo de riqueza), está em processo de falência. Apoia o rei em busca de isenção de impostos, de privilégios, vantagens. 

        • Surgimento dos Estados Nacionais Modernos

 

  1. Disputas

 

  • Disputas 

    • Políticas:

      • entre reis, entre família, entre nobres pela coroa. 

    • Sociais:

      • os camponeses foram completamente marginalizados dentro da nova estrutura social. 

    • Territoriais:

      • a padronização ocorre dentro de uma fronteira (um limite) estabelecido 

    • A formação dos Estados Nacionais ocorre a partir de uma série de conflitos 

 

  • Século XIV: Crise do sistema feudal 

    • Fome

      • a invenção do arado inicialmente proporciona um grande aumento na produção. Entretanto, o solo se esgota visto que não há a rotação de culturas reduzindo novamente a produção de alimentos 

      • acirramento das revoltas camponesas 

    • Doenças

      • Peste bubônica (negra) 

        • é transmitida por um piolho de rato. 

        • Os ratos eram extremamente comuns devido às condições das cidades no período que não possuíam saneamento básico

        • A contaminação proveio do Oriente devido ao comércio 

        • matou cerca de ⅔ da população europeia 

        • A Igreja explica a Peste como um castigo divino devido aos infiéis. Há então o início da Caça às Bruxas. Bruxa é qualquer pessoa com um comportamento destoante dos preceitos estabelecidos pela Igreja e pela sociedade  

    • Guerras:

      • Guerra dos 100 anos 

        • França x Inglaterra. Disputa pela região de Flandres devido o comércio e pela sucessão da coroa francesa. 

        • Inicialmente a França sofre sucessivas derrotas. Vive simultaneamente as Revoltas Camponesas e a Guerra dos 100 anos.

        • Joana D’Arc: considera-se uma enviada de Deus para libertar a França dos ingleses. Vai para guerra vestido de homem e conduz as primeiras vitórias francesas. É presa e assassinada queimada acusada de bruxaria. Torna-se um grande símbolo da França

      • Guerra das Duas Rosas

        • Disputa interna na Inglaterra 

        • York x Lancaster 

        • Os York possuíam como símbola uma rosa branca e os Lancaster uma rosa vermelha 

        • Resultado: junção das duas famílias. Henrique VII, herdeiro da família Lancaster casa-se com a herdeira da família York: início da dinastia Tudor 

      • Guerras da Reconquistas

        • São as cruzadas 

  1. Vida Urbana

 

  • Vida urbana: uma questão cultural 

 

    • O comércio é agora a atividade econômica principal

    • Disputa entre duas ideais:

      • O lucro x Preço justo 

        • o objetivo do comerciantes é lucrar. Entretanto, isto é considerado errado pela Igreja 

        • a mentalidade é ainda teocêntrica, tudo gira em torno de Deus. O homem precisa se submeter a vontade de Deus. 

        • Deus estabeleceu um valor este para tudo, este é o preço justo, ao lucrar o comerciantes está indo contra a vontade de Deus 

 

    • Conflito: burguesia x Igreja

      • a burguesia e a Igreja estão aliadas ao rei, mas não entre elas 

      • disputa de objetivos, mentalidades 

      • a burguesia, dentro da visão religiosa católica, foge do projeto de Deus que estabeleceu um sociedade trina: os que rezam, os que lutam e os que trabalham. A burguesia é um quarto grupo 

 

    • Associações: 

      • Corporações de ofícios

        • os artesãos se juntam para evitar a concorrências. Estas corporações possuem um mestre artesão e os aprendizes que trabalham para o mestre até que este faleça. O aprendiz que trabalha a mais tempo assume o seu lugar 

      •  Guildas 

        • Associações de comerciantes que estabelecem os preços dos produtos. (seriam algo próximo ao que chamamos de cartel atualmente que uma prática ilegal) 

      • Ligas Hanseáticas 

        • Associações entre burgos, entre os pontos de comércio. A maior foi a de Flandres. Promoviam trocas. Um exemplo era a troca entre Inglaterra de Flandres: a Inglaterra promovia a lã e Flandres os tecidos.

 

    • Cultura 

      • São Tomás de Aquino: questiona toda estrutura agostiniana vigente 

        • Conciliação entre fé e razão: Deus é um ser racional e o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, logo, o homem também é racional e a fé e razão se complementam. Desenvolvem-se as primeiras universidades, ainda ligadas a Igreja. 

        • Livre arbítrio: Contra a ideia de predestinação absoluta do Santo Agostinho. O homem tem a liberdade de escolher suas ações e quando realiza um ato contra a fé foi porque escolher fazer isto. A responsabilidade passa para o próprio homem, a função da Igreja é apenas mostrar o caminho correto

        • Usura: O homem precisa se contentar com o que Deus lhe oferta, logo, o lucro, a busca pela quebra do preço justo é errado, é um pecado. 

 

    • Arquitetura:

      • Estilo gótico 

        • construções altas: como se fossem atingir o céu. A função da Igreja é ligar o homem a Deus, a construção transmite a ideia de uma ponte entre a terra e o céu. São construções leves, o Deus não é mais opressor e sim aquele que mostra o caminho, que ensina 

        • iluminação: grandes janelas 

        • vitrais: presentes nas janelas. São imagens que demonstram cenas bíblicas com o intuito de ensinar, de educar pelo olhar visto que a maior parte da população é analfabeta. 

      • Estas mudanças na arquitetura simbolizam uma mudança na mentalidade do período:

        • não há mais o medo constante de morrer visto que há a diminuição das invasões bárbaras, das guerras

        • há  a necessidade de se discutir sobre a questão do lucro, sobre a vontade do homem diferindo da vontade de Deus 

        • Há uma nova forma do homem olhar para a realidade: “o ar da cidade torna o homem livre” - livre iniciativa, busca pelo lucro próprio, quebra do paradigma da predestinação, o homem como um agente