Na transição da Idade Moderna para a Contemporânea destacaram-se uma série de alterações no sistema produtivo. O surgimento de máquinas que aceleravam a fabricação de produtos fez com que um novo processo surgisse: a Revolução Industrial.
Nesse contexto, a crise do Antigo Regime e o fortalecimento da burguesia também contribuiu de forma significativa para a industrialização, uma vez que os anseios dessa nova classe social e da nova ordem econômica não eram assimilados pela antiga divisão entre clero, nobreza e servos.
Surgia aí uma nova divisão social representada de maneira geral por:
a) burguesia, bastante diversificada, que compreendia desde grandes proprietários até pequenos comerciantes; e
b) operários (ou proletários), que vendiam sua força de trabalho aos burgueses e sem os quais as fábricas e produções não tinham como funcionar.
O que chamamos de Primeira Revolução Industrial ocorreu entre os anos de 1760 e 1860 e iniciou-se na Inglaterra, por uma série de fatores que colocaremos a seguir:
A Inglaterra tornou-se, no século XVIII, uma importante potência marítima/naval, o que colaborou para o acúmulo de capital por meio do comércio marítimo e da pirataria. Esse dinheiro acumulado fez com que o país investisse em uma nova forma de produção: a indústria.
A política dos cercamentos (a introdução de cercas em áreas rurais para a criação de ovelhas, matéria-prima para indústria têxtil) foi responsável por um gigantesco êxodo rural, já que os vários pequenos proprietários rurais que perderam suas terras e os camponeses que perderam seus empregos foram em busca de oportunidades nas cidades.
A Inglaterra possuía uma abundância de recursos naturais que foram utilizados nessas indústrias, tais como carvão, ferro, lã e algodão.
A predestinação, ideia ligada ao calvinismo, pregava que a acumulação de riquezas era um dos sinais da salvação.
00 Quadro “Ferro e Carvão” de William Bell Scott
A Inglaterra transformou a antiga manufatura em uma indústria maquinofatureira, ou seja, se mecanizou. Esse novo processo industrial caracterizou-se por:
– Inovações técnicas: a Inglaterra foi pioneira nos avanços tecnológicos. Entre eles estavam a máquina a vapor, os teares mecânicos e hidráulicos e o uso do carvão como combustível.
– Aceleração da produção: o uso do carvão como combustível e as novas tecnologias fizeram com que a produção aumentasse e o tempo dessa produção diminuísse significativamente.
– Nova divisão social: como já mencionado, duas classes sociais se sobressaíram nesse processo, a burguesia e o proletariado.
– Capitalismo industrial: o mercantilismo, característico da Idade Moderna, foi substituído pelo liberalismo econômico ou capitalismo comercial.
A primeira Revolução Industrial produziu conseqüências e “deu o tom” para a Idade Contemporânea que começava:
A Revolução Industrial espalhou-se pela Europa e pelo resto do mundo, alcançando Estados Unidos e Japão. A produção passou a ser pensada em grandes escalas obrigando a abertura de novos mercados.