Resumo de portugues: Variação e mudança linguística



Variação linguística

“Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo... Também a gramática não é a língua.”

Marcos Bagno

Nos Parâmetros curriculares nacionais, publicados pelo Ministério da Educação e do Desporto em 1998, podemos ler que:

A variação é constitutiva das línguas humanas, ocorrendo em todos os níveis. Ela sempre existiu e sempre existirá, independentemente de qualquer ação normativa. Assim, quando se fala em “Língua Portuguesa” está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades. [...] A imagem de uma língua única, mais próxima da modalidade escrita da linguagem, subjacente às prescrições normativas da gramática escolar, dos manuais e mesmo dos programas de difusão da mídia sobre “o que se deve e o que não se deve falar e escrever”, não se sustenta na análise empírica dos usos da língua.

Parâmetros curriculares nacionais, Língua Portuguesa, 5a a 8a séries, p. 29.

 

Estamos inseridos em uma sociedade dinâmica, a qual se transforma com o passar do tempo e acaba transformando o modo pelo qual as pessoas estabelecem seus relacionamentos interpessoais. Um bom exemplo de tais mudanças é a linguagem dos internautas, que em meio a tantas abreviações e neologismos termina por criar um universo específico, no qual somente os interlocutores são capazes de decifrar o vocabulário por eles utilizado. 
 
Partindo dessa prerrogativa, ocupemo-nos em discorrer acerca dos tipos de variações que as línguas apresentam, os quais dependem de fatores específicos, tais como condição social, faixa etária, diferenças existentes entre uma região e outra, enfim... 
 
Assim sendo, constatemos algumas elucidações e casos representativos de tais variações. Entre elas, destacamos: 
 
Variações diafásicas: 
Representam as variações que se estabelecem em função do contexto comunicativo, ou seja, a ocasião é que determina a maneira como nos dirigimos ao nosso interlocutor, se deve ser formal ou informal. 
 
Variações diatópicas: 
São as variações ocorridas em razão das diferenças regionais, como, por exemplo, a palavra “abóbora”, que pode adquirir acepções semânticas (relacionadas ao significado) em algumas regiões que se divergem umas das outras, como é o caso de “jerimum”, por exemplo. 
 
Variações diastráticas:
São aquelas variações que ocorrem em virtude da convivência entre os grupos sociais. Como exemplo podemos citar a linguagem dos advogados, dos surfistas, da classe médica, entre outras.
 
Variações diacrônicas: 
São aquelas variações que ocorrem em virtude do contexto histórico. Como exemplo a palavra você que, no passado, era Vossa Mercê.
 
Variações diamésica:
São as comparações entre a língua falada e a língua escrita, surge entre as diferenças e as particularidades no idioma falado e no mesmo idioma só que escrito. Pois existem termos e palavras que quando escrevemos usamos a norma gramatical, porém quando falamos existe uma mudança.
Fala: cê gosta di mixirica? (Minas Gerais)
Escrita: Você gosta de mexerica?