Resumo de sociologia: Introdução à Sociologia



Introdução à Sociologia:

Contexto de criação da Sociologia

A Sociologia surge no século XIX, a partir de uma série de acontecimentos e transformações que modificaram a economia, política e vida na Europa. Podemos listar como alguns dos principais eventos o surgimento do renascimento, iluminismo e a Revolução Francesa, mais significativa transformação político-social do final do século XVIII. A queda do antigo regime na França, conduziu a Europa a inúmeras transformações e ao desenvolvimento de um novo pensamento político, laico, republicano e juridicamente amparado. Diante disso, Auguste Comte propôs a criação de uma nova ciência e formulou, a fim de propor rumos para o progresso social, científico e moral, sua teoria dos Três Estados, inaugurando o positivismo. Comte dava o primeiro passo para criação da Sociologia, ciência que examina os diversos aspectos da realidade social tendo como objeto de estudo o mundo físico e social. Após Comte surgiria Durkheim materializando a Sociologia enquanto ciência. Durkheim acreditava que uma ciência da sociedade deveria ter seu próprio método de investigação e, assim, desenvolveu a análise social, baseado no que chamou de fato social. Na percepção de Durkheim, existiriam características comuns que se repetem em todas as sociedades, fatos sociais, sendo o papel do sociólogo identificá-los e estudá-los. Como exemplo de fato social, Durkheim legou para a posteridade o suicídio.

Objeto de estudo e metodologia sociológica - Separando a Sociologia das demais áreas

Diferentemente de outras formas de conhecimento a sapiência sociológica não provém simplesmente do método analítico, fé ou razão. Suas constatações extrapolam as esferas de investigações teóricas e racionais na busca de mecanismos investigativos que a distingue dos demais dispositivos científicos. Sua principal base epistemológica se baseia na investigação e observações da realidade social a fim de promover uma análise da sociedade em sua organização geral. Por isso busca através de estudo das relações e instituições que guiam o homem em sociedade – família, religião e Estado – construir o conhecimento social, ou seja, busca compreender tanto como os laços sociais acontecem e permanecem quanto a maneira como ocorre a interação social. As relações e condutas que norteiam a vida do homem em sociedade, sem se prender a abstração especulativa característica de algumas correntes filosóficas ou senso acrítico e passivo próprio da religião.

O que é o pensamento sociológico - lógica nas provas

O pensamento sociológico está relacionado à pesquisa científica, ou seja, ao estudo do indivíduo e da sociedade ao seu redor. Tendo fundamentação teórica enquanto ciência, busca colaborar para o desenvolvimento dos indivíduos em sociedade através do estudo de marcadores sociológicos como, relações sociais, isto é, como os laços sociais acontecem e permanecem e como ocorre a interação social entre diferentes grupos, etnias e culturas.  Também é característico do pensamento sociológico buscar compreender a influência de elementos como capitalismo, consumo nas sociedades, globalização entre outros fatores que podem ser usados para análise da sociedade em sua organização geral. Para tanto, foi necessário desenvolver métodos de pesquisa e de provas que podem oscilar entre diferentes autores. Tomemos como exemplo Émile Durkheim e Max Weber. O primeiro, partindo da percepção de que deveriam existir características, valores e normas sociais intrínsecos a todos os indivíduos em sociedade, criou o fato social como elemento de análise e pesquisa. O segundo, buscou estudar a sociedade a partir do que ele chamou de ação social, ou seja, baseado na ação que sofremos e exercemos em sociedade. Dessa forma, desenvolveu-se os vários métodos que possibilitaram a consolidação da Sociologia enquanto Ciência.

O que é o processo de socialização?

O processo de socialização pode ser descrito como sendo a assimilação que um indivíduo ou grupo, faz de hábitos, características culturais e comportamentais, persuadido pelo corpo social do qual faz parte. É mutável, fluido e dinâmico, pois ocorre permanentemente ao longo da vida influenciado pelos diferentes contextos nos quais os seres sociais possam estar inseridos. Tem início com a assimilação e socialização de práticas, costumes e hábitos da mais rudimentar instituição social, a família. É com ela que aprendemos as primeiras regras de comunicação, compreensão e entendimento de elementos culturais característico da família e sociedade, além das primeiras noções de ética e moral, elementares para o convívio social. Divide-se ordinariamente em socialização primária e secundária. A primeira ocorre na infância tanto com a família quanto com a escola. Enquanto a segunda é característica da vida adulta, na qual o indivíduo passa a fazer parte de outras instituições e a estabelecer relações com diferentes órgãos sociais como trabalho, matrimônio e política. De modo geral, a socialização é, consequentemente, o conjunto de convenções culturais que viabilizam a ação do indivíduo em seu meio social.

Quem foi Augusto Comte? Por que ele é chamado de pai da sociologia?

Augusto Comte foi um dos mais importantes filósofos e sociólogos do século XIX. Nasceu em 19 de janeiro de 1798, em Montpellier, França. Era filho de um oficial de taxas e uma monarquista devota do catolicismo. Em 1814, ingressou na “Escola Politécnica de Paris” onde logo se destacou por sua genialidade. Anos mais tarde fazia parte do círculo de intelectuais franceses, apresentado por Saint-Simon, o qual lhe influenciou em muitos aspectos, sendo que o principal deles foi a percepção de que haveria uma marcha progressista, constante e contínua da humanidade sentido ao desenvolvimento. A influência de Simon somado às transformações sociais, políticas e econômicas que passavam a Europa desde o renascimento, fomentadas pelas Revoluções Francesa e Industrial do final do século XVIII, conduziram Comte ao desenvolvimento da Sociologia, inicialmente chamada por ele de física social. Comte ficou conhecido como “pai” da Sociologia por ter sido o primeiro a teorizar a necessidade de uma ciência pautada no estudo da sociedade, a fim de organizá-la e conduzi-la, mediante as modificações em que estava imersa a Europa, ao caminho certo a fim de alcançar o maior desenvolvimento possível. Foi também o criador, inspirado na percepção de progresso contínuo da humanidade, da teoria filosófica do positivismo, pioneira na sistematização do pensamento sociológico. Para explicá-la, Comte criou a Lei dos Três Estados: estado teológico, estado metafísico e estado positivo, sendo o último o mais desenvolvido da humanidade, marcado pela busca incessante do progresso.