(EsPCEx - 2002)
“O incêndio – leão ruivo, ensangüentado,
A juba, a crina atira desgrenhado
Aos pampeiros dos céus!...
Travou-se o pugilato... e o cedro tomba...
Queimado..., retorcendo na hecatomba
Os braços para Deus.
A queimada! A queimada é uma fornalha!
A irara – pula; o cascavel – chocalha...
Raiva, espuma o tapir!
...E às vezes sobre o cume de um rochedo
A corsa e o tigre – náufragos do medo –
Vão trêmulos se unir!”
Esse fragmento de poema apresenta características literárias da poesia
romântica condoreira, pela humanização da natureza, incontinência verbal, e pela presença de hipérboles e metáforas, com imagens grandiosas.
ultra-romântica, pelo tom suave e melancólico com que descreve a destruição da natureza, descambando para o medo, o pessimismo e a melancolia.
barroca, pelo jogo de metáforas, encadeadas através de antíteses e paradoxos, retratando conflito, dúvida, incerteza, ódio e religiosidade.
arcádica, pelo descritivismo, pela objetividade, ausência de emoção, e pela identificação entre sentimentos do poeta e a natureza.
da primeira fase romântica brasileira, quando se une a exaltação da natureza, sentimentalismo e religiosidade, através de uma linguagem acessível, conforme a simplicidade do tema.