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VestibularEdição do vestibular
Disciplina

(EsPCEx - 2011)Lngua torta: porto menor que porta.

Português | Gramática | estrutura e formação de palavras | estrutura das palavras
Português | Interpretação de texto | noção de texto | fatores linguísticos e pragmáticos
ESPCEX 2011ESPCEX PortuguêsTurma EsPCEx-AFA

(EsPCEx - 2011)

“Língua torta: portão menor que porta.”

Observando-se a frase acima, de Millôr Fernandes, pode-se inferir que

A

a forma -ão não necessariamente funciona como sufixo aumentativo, como no caso da palavra irmão, por exemplo. Sendo assim, porta e portão são palavras completamente distintas e, portanto, a frase de Millôr Fernandes não faz sentido.

B

a frase está em sentido denotativo e quer mostrar que, ao não dominar bem o próprio idioma, o falante mal consegue passar pelo portão da comunicação e, portanto, menos ainda conseguirá quando a exigência chegar a interpretações mais complexas.

C

a forma portão, por ter o sufixo aumentativo -ão, indica aumento, ou seja, uma porta grande. Como existem portões menores que a forma normal porta, Millôr conclui que, nesse caso, a língua é torta, ou seja, defeituosa.

D

o humorista faz uma brincadeira com o fato de a linguagem vir de dentro para fora na comunicação interpessoal. Sendo assim, para que as palavras entrem no mundo da comunicação, devem passar primeiramente pelo portão, representado pelos dentes, para só então entrarem pela porta,  representada pela boca, cuja abertura, enquanto porta, é maior do que a da arcada dentária.

E

o pensador Millôr Fernandes, por trás de uma frase curta e rimada, quer nos levar a imaginar que, quando não se domina a linguagem, a primeira barreira, representada pelo termo portão, precisa ser ultrapassada sem medo, porque, depois dessa entrada dificultosa, todo o resto será mais fácil, já que é comum as portas se abrirem para aqueles que falam bem.