(Fgv 2005) "Heróis são símbolos poderosos, encarnações de ideias e aspirações... São, por isso, instrumentos eficazes para atingir a cabeça e o coração dos cidadãos a serviço da legitimação de regimes políticos... Os candidatos a herói não tinham, eles também, profundidade histórica, não tinham a estatura exigida para o papel. Não pertenciam ao movimento da propaganda republicana, ativa desde 1870... A busca de um herói para a República acabou tendo êxito onde não o imaginavam muitos dos participantes da proclamação".
(CARVALHO, J. M. de, "A formação das almas." O imaginário da República no Brasil, São Paulo: Cia das Letras, p.55-57.)
A escolha e a construção do principal herói da República recaíram sobre:
Deodoro da Fonseca, devido à sua imensa popularidade, por ser um republicano histórico e um ferrenho adversário dos poderes monárquicos.
Benjamin Constant, líder popular identificado com a causa operária, defensor do positivismo e um representante civil com amplo trânsito entre os militares.
Duque de Caxias, grande comandante da Guerra do Paraguai, identificado com uma política centralizadora e patrono do Exército brasileiro.
Bento Gonçalves, presidente da república rio-grandense e principal líder da revolta farroupilha do século XIX, considerado o patrono militar do republicanismo no Brasil.
Tiradentes, militar e republicano transformado em mártir, cuja morte passou a ser associada ao sacrifício de Jesus Cristo.