(Fgv 2014) Feitas as contas, a historiografia tradicional do bandeirantismo errou na proposição secundária (as bandeiras caçavam índios para vendê-los no Norte), mas acertou na principal (as bandeiras foram originadas pela quebra do tráfico atlântico): os anos 1625-50 configuram, incontestavelmente, um período de “fome de cativos”.
(Luiz Felipe de Alencastro, O trato do viventes. p. 198-9)
Esse “período de ‘fome de cativos’” relacionou-se
aos conflitos entre os holandeses e os portugueses no controle sobre o tráfico negreiro africano.
às inúmeras guerras internas na África, que diminuíram drasticamente a oferta de homens para o tráfico intercontinental.
à ascensão da marinha de guerra inglesa que, interessada na exploração da África, conteve a retirada de homens do continente.
à ação militar e diplomática da França, que obteve o monopólio virtual do tráfico de escravos para a América.
a importantes restrições de escravização dos africanos impostas pela Igreja Católica.