(FGV - 2018) Os escravos provenientes da África chegaram à América espanhola junto com algumas das primeiras expedições. No primeiro e no segundo quartel do século XVI, vamos encontrá- los trabalhando no bateamento dos rios auríferos mais ricos e em outros locais de trabalho onde os lucros eram elevados ou não existia força de trabalho indígena, ou ambas as coisas. De modo geral, devido às distâncias e aos custos envolvidos, a aquisição e a manutenção dos escravos africanos eram mais onerosas que as dos índios de aldeia, e não havia aldeia agrícola autossuficiente à qual pudessem retornar na baixa temporada.
(Murdo J. Macleod. Aspectos da economia interna da América Espanhola Colonial. Em: Leslie Bethell (org.). História da América Latina v. 2: América Latina Colonial, 1998)
Entre as razões para o emprego crescente da mão de obra africana escravizada na América espanhola, é correto identificar:
a intensificação da exploração de metais preciosos como ouro e prata no sul da América do Sul, na região do Rio da Prata, o que exigiu a mobilização de um grande contingente de trabalhadores.
a interiorização da ocupação espanhola especialmente no México e na América Central, o que forçou o deslocamento de negros escravizados para essas regiões de forma a impulsionar a presença de colonos.
o desenvolvimento da monocultura de exportação especialmente na região do Caribe e no norte da América do Sul, o que proporcionou capital excedente suficiente para permitir a aquisição de africanos escravizados.
a decadência do tráfico de escravos e o consequente barateamento de negros africanos escravizados nas colônias, o que estimulou os grandes proprietários da costa do Pacífico a adotarem essa mão de obra.
o estabelecimento do sistema de plantation na região andina, o que determinou a utilização, pelos grandes proprietários, da mão de obra escrava, para sustentar o latifúndio monocultor.