(FGV - 2020) Podem-se apanhar muitos fatos da vida daqueles sertanejos dizendo que atravessaram a época do couro. De couro era a porta das cabanas, o rude leito aplicado ao chão duro, e mais tarde a cama para os partos; de couro todas as cordas, a borracha para carregar água, o mocó ou alforge para levar comida, a maca para guardar roupa, a mochila para milhar cavalo, a peia para prendê-lo em viagem, as bainhas de faca, as broacas e surrões, a roupa de entrar no mato, os banguês para curtume ou para apurar sal.
(Capistrano de Abreu. Capítulos de história colonial: 1500-1800, 2000.)
O texto descreve a cultura material da pecuária, que a partir do século XVI estendeu-se ao interior nordestino da colônia do Brasil.
A criação de gado
empregava predominantemente a mão de obra escrava africana e consolidou a pequena propriedade rural às margens dos grandes rios da região.
contribuía com o complexo econômico litorâneo e funcionou em um regime de contenção econômica de gastos devido ao aproveitamento de recursos locais.
transgredia os ordenamentos legais da administração metropolitana e jamais se caracterizou como atividade econômica lucrativa.
deslocava o centro dinâmico da exploração econômica da colônia e contribuiu para o adensamento demográfico em novos territórios.
favorecia o surgimento de cidades autoadministradas e revelou a existência de jazidas de metais preciosos nas áreas recém-descobertas.