(FUVEST 2011) Se utilizssemos, numa conversa com homens medievais, a expresso Idade Mdia, eles no teriam ideia do que isso poderia significar. Eles, como todos os homens de todos os perodos histricos, se viam vivendo na poca contempornea. De fato, falarmos em Idade Antiga ou Mdia representa uma rotulao posterior, uma satisfao da necessidade de se dar nome aos momentos passados. No caso do que chamamos de Idade Mdia, foi o sculo XVI que elaborou tal conceito. Ou melhor, tal preconceito, pois o termo expressava um desprezo indisfarado pelos sculos localizados entre a Antiguidade Clssica e o prprio sculo XVI. Hilrio Franco Jnior, A Idade Mdia. Nascimento do Ocidente. 3 ed. So Paulo: Brasiliense, s.d. [1986]. p.17. Adaptado. A partir desse trecho, responda: a) Em que termos a expresso Idade Mdia pode carregar consigo um valor depreciativo? b) Como o perodo comumente abarcado pela expresso Idade Mdia poderia ser analisado de outra maneira, isto , sem um julgamento de valor?
(FUVEST 2011) Observe a imagem e leia o texto a seguir. Michelangelo comeou cedo na arte de dissecar cadveres. Tinha apenas 13 anos quando participou das primeiras sesses. A ligao do artista com a medicina foi reflexo da efervescncia cultural e cientfica do Renascimento. A prtica da dissecao, que se encontrava dormente havia 1.400 anos, foi retomada e exerceu influncia decisiva sobre a arte que ento se produzia. Clayton Levy, Pesquisadores dissecam lio de anatomia de Michelangelo, Jornal da Unicamp, n 256, junho de 2004, http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/junho2004/ju256pag1.html. Acessado em 11/06/2010. a) Explique a relao, mencionada no texto, entre artes plsticas e dissecao de cadveres, no contexto do Renascimento. b) Identifique, na imagem acima, duas caractersticas da arte renascentista
(FUVEST - 2011) A passagem do modo de vida caador-coletor para um modo de vida mais sedentrio aconteceu h cerca de 12 mil anos e foi causada pela domesticao de animais e de plantas. Com base nessa informao, correto afirmar que
(FUVEST - 2011) Em 2008, o candidato do Partido Democrata, Barack Obama, foi eleito presidente dos Estados Unidos da Amrica (EUA). Os grficos abaixo se referem a uma pesquisa eleitoral realizada no dia das eleies nos estados da Califrnia e do Mississipi. Com base nesses grficos e tendo em vista o contexto das eleies de 2008 e as particularidades histricas dos Estados Unidos, considere as seguintes afirmaes: I. Os grficos relativos ao estado da Califrnia sinalizaram a vitria de Obama com mais de 70% dos votos, obtidos de modo majoritrio em todos os segmentos raciais. II. A eleio de Obama ocorreu em meio a uma profunda crise econmica que exigiu a interveno do Estado no sistema financeiro do pas, alterando as prticas e os discursos liberais cujas premissas vinham se fortalecendo mundialmente desde a dcada de 1990. III. Mesmo com a abolio da escravido, no sculo XIX, a questo racial continuou a marcar a poltica dos estados sulistas, que procuraram garantir os privilgios dos brancos por meio de leis de segregao, anuladas somente entre 1964 e 1967, durante o governo de Lyndon Johnson. Est correto o que se afirma em
(FUVEST 2011)Observe a seguinte foto. Essas duas esttuas representam bandeirantes paulistas do sculo XVII e trazem contedos de uma mitologia criada em torno desses personagens histricos. a) Caracterize a mitologia construda em torno dos bandeirantes paulistas. b) Indique dois aspectos da atuao dos bandeirantes que, em geral, so omitidos por essa mitologia.
(FUVEST 2011) Observe os quadros a seguir: Essas duas pinturas se referem chamada Guerra da Trplice Aliana (ou Guerra do Paraguai), ocorrida na Amrica do Sul entre 1864 e 1870. a) Esses quadros foram pintados cerca de dez anos depois de terminada a Guerra do Paraguai, o da esquerda, por um brasileiro, o da direita, por um uruguaio. Analise como cada um desses quadros procura construir uma determinada viso do conflito. b) A Guerra do Paraguai foi antecedida por vrios conflitos na regio do Rio da Prata, que coincidiram e se relacionaram com o processo de construo dos Estados nacionais na regio. Indique um desses conflitos, relacionando-o com tal processo.
(FUVEST 2011) Este livro no pretende ser um libelo nem uma confisso, e menos ainda uma aventura, pois a morte no uma aventura para aqueles que se deparam face a face com ela. Apenas procura mostrar o que foi uma gerao de homens que, mesmo tendo escapado s granadas, foram destrudos pela guerra. Erich Maria Remarque, Nada de novo no front. So Paulo: Abril, 1974 [1929], p.9. Publicado originalmente em 1929, logo transformado em best seller mundial, o livro de Remarque , em boa parte, autobiogrfico, j que seu autor foi combatente do exrcito alemo na Primeira Guerra Mundial, ocorrida entre 1914 e 1918. Discuta a ideia transmitida por uma gerao de homens que, mesmo tendo escapado s granadas, foram destrudos pela guerra, considerando: a) As formas tradicionais de realizao de guerras internacionais, vigentes at 1914 e, a partir da, modificadas. b) A relao da guerra com a economia mundial, entre as ltimas dcadas do sculo XIX e as primeiras do sculo XX.
(FUVEST 2011)Considere as seguintes charges. Essas charges foram publicadas durante a presidncia de Joo Goulart (1961-1964). a) Cada charge apresenta uma crtica a um determinado aspecto do governo de Goulart. Identifique esses dois aspectos. b) Analise como esses dois aspectos contriburam para a justificativa do golpe militar de 1964.
(FUVEST - 2011)As cidades [do Mediterrneo antigo] se formaram, opondo-se ao internacionalismo praticado pelas antigas aristocracias. Elas se fecharam e criaram uma identidade prpria, que lhes dava fora e significado. Norberto Luiz Guarinello, A cidade na Antiguidade Clssica. So Paulo: Atual, p.20, 2006. Adaptado. As cidades-estados gregas da Antiguidade Clssica podem ser caracterizadas pela
(FUVEST - 2011) Se o Ocidente procurava, atravs de suas invases sucessivas, conter o impulso do Isl, o resultado foi exatamente o inverso. Amin Maalouf, As Cruzadas vistas pelos rabes. So Paulo: Brasiliense, p.241, 2007. Um exemplo do resultado inverso das Cruzadas foi a
(FUVEST - 2011) Quando a expanso comercial europeia ganhou os oceanos, a partir do sculo XV, rapidamente o mundo conheceu um fenmeno at ento indito: populaes que jamais tinham tido qualquer contato umas com as outras passaram a se aproximar, em diferentes graus. Uma das dimenses dramticas desses novos contatos foi o choque entre ambientes bacteriolgicos estranhos, do qual resultou a mundializao de doenas e, consequentemente, altas taxas de mortalidade em sociedades cujos indivduos no possuam anticorpos para enfrentar tais doenas. Isso ocorreu, primeiro, entre as populaes:
(FUVEST - 2011) Quando os Holandeses passaram ofensiva na sua Guerra dos Oitenta Anos pela independncia contra a Espanha, no fim do sculo XVI, foi contra as possesses coloniais portuguesas, mais do que contra as espanholas, que os seus ataques mais fortes e mais persistentes se dirigiram. Uma vez que as possesses ibricas estavam espalhadas por todo o mundo, a luta subsequente foi travada em quatro continentes e em sete mares e esta luta seiscentista merece muito mais ser chamada a Primeira Guerra Mundial do que o holocausto de 1914-1918, a que geralmente se atribui essa honra duvidosa. Como evidente, as baixas provocadas pelo conflito ibero-holands foram em muito menor escala, mas a populao mundial era muito menor nessa altura e a luta indubitavelmente mundial. Charles Boxer, O imprio martimo portugus, 1415-1825. Lisboa: Edies 70, s.d., p.115. Podem-se citar, como episdios centrais dessa luta seiscentista, a
(FUVEST - 2011) assim extremamente simples a estrutura social da colnia no primeiro sculo e meio de colonizao. Reduz-se em suma a duas classes: de um lado os proprietrios rurais, a classe abastada dos senhores de engenho e fazenda; doutro, a massa da populao espria dos trabalhadores do campo, escravos e semilivres. Da simplicidade da infraestrutura econmica a terra, nica fora produtiva, absorvida pela grande explorao agrcola deriva a da estrutura social: a reduzida classe de proprietrios e a grande massa, explorada e oprimida. H naturalmente no seio desta massa gradaes, que assinalamos. Mas, elas no so contudo bastante profundas para se caracterizarem em situaes radicalmente distintas. Caio Prado Jr., Evoluo poltica do Brasil. 20 ed. So Paulo: Brasiliense, p.28-29, 1993 [1942]. Neste trecho, o autor observa que, na sociedade colonial,
(FUVEST - 2011) Fonte: Francisco Jos de Goya y lucientes,3 de maio [de 1808] em Madri A cena retratada no quadro acima simboliza a
(FUVEST - 2011) Foi precisamente a diviso da economia mundial em mltiplas jurisdies polticas, competindo entre si pelo capital circulante, que deu aos agentes capitalistas as maiores oportunidades de continuar a expandir o valor de seu capital, nos perodos de estagnao material generalizada da economia mundial. Giovanni Arrighi, O longo sculo XX. Dinheiro, poder e as origens do nosso tempo. Rio de Janeiro/So Paulo: Contraponto/Edunesp, p.237, 1996. Conforme o texto, uma das caractersticas mais marcantes da histria da formao e desenvolvimento do sistema capitalista a