(FUVEST 2012)
Não era e não podia o pequeno reino lusitano ser uma potência colonizadora à feição da antiga Grécia. O surto marítimo que enche sua história do século XV não resultara do extravasamento de nenhum excesso de população, mas fora apenas provocado por uma burguesia comercial sedenta de lucros, e que não encontrava no reduzido território pátrio satisfação à sua desmedida ambição. A ascensão do fundador da Casa de Avis ao trono português trouxe esta burguesia para um primeiro plano. Fora ela quem, para se livrar da ameaça castelhana e do poder da nobreza, representado pela Rainha Leonor Teles, cingira o Mestre de Avis com a coroa lusitana. Era ela, portanto, quem devia merecer do novo rei o melhor das suas atenções. Esgotadas as possibilidades do reino com as pródigas dádivas reais, restou apenas o recurso da expansão externa para contentar os insaciáveis companheiros de D. João I.
Caio Prado Júnior, Evolução política do Brasil. Adaptado.
Infere-se da leitura desse texto que Portugal não foi uma potência colonizadora como a antiga Grécia, porque seu
peso político-econômico, apesar de grande para o século, não era comparável ao dela.
interesse, diferentemente do dela, não era conquistar o mundo.
aparato bélico, embora considerável para a época, não era comparável ao dos gregos.
objetivo não era povoar novas terras, mas comercializar produtos nelas obtidos.
projeto principal era consolidar o próprio reino, libertando-se do domínio espanhol.