(FUVEST - 2018) A operação era um pouco dolorosa e não durava mais que um minuto, mas era traumática. Seu significado simbólico estava claro para todos: este é um sinal indelével, daqui não sairão mais; esta é a marca que se imprime nos escravos e nos animais destinados ao matadouro, e vocês se tornaram isso. Vocês não têm mais nome: este é o seu nome. A violência da tatuagem era gratuita, um fim em si mesmo, pura ofensa: não bastavam os três números de pano costurados nas calças, no casaco e no agasalho de inverno.
Primo Levi. Os afogados e os sobreviventes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990
Está de acordo com o texto a seguinte afirmação:
A tatuagem era uma forma de tortura e uma mensagem não verbal, que inscrevia a condenação no corpo do prisioneiro.
O uso de tatuagens era perturbador apenas para ciganos e judeus ortodoxos, pois violava o código moral e as leis religiosas dessas comunidades.
O recurso de tatuar o prisioneiro, além de impor um sofrimento físico e moral, discriminava o tipo de remuneração.
O emprego das tatuagens funcionava como um código estético e de classificação dos prisioneiros nos campos de concentração.
A tatuagem, assim como o trabalho voluntário, não tinham finalidade produtiva, mas contribuíam para o entendimento entre os prisioneiros.