(Mackenzie 1997)
NINGUÉM:
Tu estás a fim de quê?
TODO MUNDO:
A fim de coisas buscar
que não consigo topar.
Mas não desisto,
porque o cara tem de teimar.
NINGUÉM:
Me diz teu nome primeiro.
TODO MUNDO:
Eu me chamo Todo Mundo
e passo o dia e o ano inteiro
correndo atrás de dinheiro,
seja limpo ou seja imundo.
BELZEBU:
Vale a pena dar ciência
e anotar isto bem,
por ser fato verdadeiro:
que Ninguém tem consciência,
e Todo Mundo, dinheiro.
No trecho, Carlos Drummond de Andrade reconstruiu, com nova linguagem, parte de um texto de importante dramaturgo da língua portuguesa.Trata-se de:
Gil Vicente.
Dom Diniz.
Luís Vaz de Camões.
Sá de Miranda.
Fernão Lopes.