(Mackenzie 2015)
Seres humanos dividem o mundo entre “nós” e “eles”.
Criadas por razões religiosas, étnicas, preferências sexuais, futebolísticas ou de outra natureza, as tensões e 1suspeições intergrupais são as grandes responsáveis pela violência no mundo.
O preconceito que resulta dessas divisões não é consciente, está 2arraigado nas profundezas do passado evolutivo, 3na tendência universal de formarmos coalizões que nos ajudem a enfrentar os desafios que a vida impõe.
Experimentos conduzidos nos últimos 30 anos mostram que nos reunimos em grupos, mesmo em torno de objetivos fúteis4: o fã-clube de uma cantora, um time ou um piloto de corrida. E que, ao nos incluirmos em tais agrupamentos, passamos a acreditar que nossos companheiros são mais inteligentes, espertos, generosos e dotados de valores morais superiores aos dos membros de outros grupos.
As pesquisas hoje estão dirigidas para as razões que nos levam 5a enxergar o mundo sob essa perspectiva do “nós” e “eles”. Que fatores em nosso passado evolutivo 6forjaram a extrema facilidade com que formamos coalizões e reagimos de forma preconceituosa contra os estranhos 7a elas?
Para muitos psicólogos, o ódio dirigido a “eles” tem origem na generosidade manifestada em relação a “nós” mesmos. [...]
Como consequência, esperamos encontrar acolhimento e solidariedade quando estamos entre “nós”, porque somos mais amigáveis, 8altruístas e pacíficos do que os de fora. Valores morais dessa 9magnitude nos autorizam a agir com violência contra inimigos que julgamos não possui-los, em caso de disputas por territórios, prestígio social, empregos ou acesso a bens materiais. [...]
10Embora o preconceito esteja alojado em áreas arcaicas do sistema nervoso central, sua expressão não é inevitável. Nosso córtex cerebral já evoluiu o suficiente para reprimi-lo, de modo a abandonarmos a bestialidade do passado e adotarmos condutas racionais centradas na tolerância e na aceitação da diversidade humana.
Adaptado de Drauzio Varella
Assinale a alternativa correta.
Em na tendência universal de formarmos coalizões que nos ajudem (ref. 3), a palavra coalizões pode ser substituída pelo seu sinônimo “colisões”, sem prejuízo para o sentido original do trecho em que está empregada.
Os dois pontos, apontados pela referência 4, introduzem sequência de elementos com o objetivo de contradizer, com valor adversativo, o que está exposto anteriormente no mesmo período.
É indiferente o emprego das formas “sob” ou “sobre” em a enxergar o mundo sob essa perspectiva (ref. 5), uma vez que usar uma forma ou outra não altera o sentido original do trecho apresentado.
A expressão a elas (ref. 7) retoma antecedente expresso no mesmo período.
Embora (ref. 10) introduz período que estabelece relação semântica de explicação em relação ao período subsequente àquele em que está empregado.