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Questões de Redação - UECE 2015 | Gabarito e resoluções

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Questão
2015Redação

(UECE - 2015) A garagem de casa 1Com o porto enguiado, e num2convite a3ladres de livros, a4garagem de casa lembra uma biblioteca pblica permanentemente aberta para a rua.5Mas no so6adeptos de literatura7os indivduos que ali se abrigam da chuva ou do sol a pino de vero.8Esses desocupados9matam o tempo jogando porrinha, ou lendo os jornais velhos que mame amontoa num canto, sentados nos degraus do escadote com que ela alcana as prateleiras altas.10J quando fazem o obsquio de me liberar o espao, de tempos em tempos entro para olhar as estantes onde h de tudo um pouco, em boa parte remessas de editores estrangeiros que tm apreo pelo meu pai.11Num reduto de literatura to sortida, como bem sabem os habitus de sebos, fascina a perspectiva de por puro acaso dar com um livro bom.12Ou by serendipity, como dizem os ingleses quando na caa a um tesouro se tem a felicidade de deparar com outro bem, mais precioso ainda. Hoje revejo na mesma prateleira velhos conhecidos, algumas dezenas de livros turcos, ou blgaros ou hngaros, que papai capaz de um dia querer destrinchar. Tambm continua em evidncia o livro do poeta romeno Eminescu, que papai ao menos13tentou ler, como fcil inferir das folhas cortadas a esptula. H uma edio em alfabeto rabe das Mil e Uma Noites que ele no14leu, mas cujas ilustraes15admirou longamente, como denunciam os filetes de cinzas na juno das suas pginas coloridas. Hoje tenho experincia para saber quantas vezes meu pai16leu um mesmo livro, posso quase medir quantos minutos ele se17deteve em cada pgina.18E no costumo perder tempo com livros que ele nem sequer19abriu, entre os quais uns poucos eleitos que mame20teve o capricho de empilhar numa ponta de prateleira, confiando numa futura redeno. Muitas vezes a vi de manhzinha compadecida dos livros estatelados no escritrio, com especial carinho pelos que trazem a foto do autor na capa e que papai despreza: parece disco de cantor de rdio. (Chico Buarque.O irmo alemo. 1 ed. So Paulo. Companhia das letras. 2014. p. 60-61. Texto adaptado com o acrscimo do ttulo.) A obraO irmo alemo, ltimo livro de Chico Buarque de Holanda, tem como mvel da narrativa a existncia de um desconhecido irmo alemo, fruto de uma aventura amorosa que o pai dele, Srgio Buarque de Holanda, tivera com uma alem, l pelo final da dcada de 30 do sculo passado. Exatamente quando Hitler ascende ao poder na Alemanha. Esse fato real: o jornalista, historiador e socilogo Srgio Buarque de Holanda, na poca, solteiro, deixou esse filho na Alemanha. Na famlia, no entanto, no se falava no assunto. Chico teve, por acaso, conhecimento dessa aventura do pai em uma reunio na casa de Manuel Bandeira, por comentrio feito pelo prprio Bandeira. Foi em torno da pretensa busca desse pretenso irmo que Chico Buarque desenvolveu sua narrativa ficcional, o seu romance. Sobre a obra, diz Fernando de Barros e Silva: o que o leitor tem em mos [...] no um relato histrico. Realidade e fico esto aqui entranhadas numa narrativa que embaralha sem cessar memria biogrfica e fico. Atente ao enunciado: Mas no so adeptos de literatura os indivduos que ali se abrigam da chuva ou do sol a pino de vero. (ref. 5) Indique a opo correta em relao ao enunciado.

Questão
2015RedaçãoPortuguês

(UECE - 2015) O amigo da casa A prpria menina se prende muito a1ele, que ainda lhe trouxe a ltima boneca, embora agora ela se ponha mocinha: encolhe-se na poltrona da sala sob a luz do abajur e l a revista de quadrinhos.2Ele alemo como o dono da casa. Tem apartamento no hotel da praia e joga tnis no clube, saltando com energia para dentro do campo, a raquete na mo. Assiste s partidas girando no copo de usque os cubos de gelo. o amigo da casa. Depois do jantar, passeia com a me da menina pelo caminho de pedra do jardim: as duas cabeas a loira e a preta de cabelos aparados vo e vm, a dele j com entradas da calva.3Ele chupa o cachimbo de fumo cheiroso, que o moo de bordo vai deixar no escritrio. O dono da casa Seu Feldmann.4Dirige o seu pequeno automvel e muito delicado. Cumprimenta sempre todos os vizinhos, at mesmo os mais canalhas como Seu Deca, fiscal da Alfndega. Seu Feldmann cumprimenta. Bate com a cabea. Compra marcos a bordo e no banco para a5sua viagem regular Alemanha. Viaja em companhia do comandante do cargueiro, em camarote especial. Ento respira o ar martimo no alto do convs, os braos muito brancos e descarnados, na camisa leve de mangas curtas. A fortuna de origem da mulher: as velhas casas no centro da cidade, os antigos armazns,6o stio da serra, de onde ela desce aos domingos em companhia7do8outro, que o amigo da casa, e da menina. 9Saem os dois noite e10ele para o seu prprio automvel sob os coqueiros na praia.11Decerto brigaram mais uma vez, porque ela volta para casa de olhos vermelhos, enrolando12nos dedos o lencinho bordado. Recolhe-se a seu quarto (ela e seu Feldmann dormem em quartos separados). Trila o apito do guarda.13Os faris do automvel na rua pincelam de luz as paredes, tiram reflexo do espelho.14Ela permanece insone: o vidro de sua janela um retngulo de luz na noite. (Moreira Campos. InObra Completa contos II. 1969. p. 120-122. Originalmente publicado na obra O puxador de tero. Texto adaptado.) Leia as afirmativas a seguir, que apresentam as duas personagens - o amigo da casa e o dono da casa. I. O enunciador faz um confronto tendencioso entre os dois, levando sutilmente o leitor a pensar na superioridade de um e, consequentemente, na inferioridade do outro. II. Na caracterizao dos dois, o enunciador trabalha basicamente com elementos concretos. Deixa ao leitor a tarefa de inferir, das aes e do comportamentos dessas personagens, o que se lhes vai no interior. III. O narrador, ao apresentar as personagens, o faz de perspectiva de uma dessas personagens, mostrando-se imparcial, como todos os narradores que narram em terceira pessoa. Est correto o que se diz apenas em

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