(UEFS - 2018) A igualdade de interesses agrários e escravocratas que através dos séculos XVI e XVII predominou na colônia, toda ela dedicada com maior ou menor intensidade à cultura do açúcar, não a perturbou tão profundamente, como à primeira vista parece, a descoberta das minas ou a introdução do cafeeiro. Se o ponto de apoio econômico da aristocracia colonial deslocou-se da cana-de-açúcar para o ouro e mais tarde para o café, manteve-se o instrumento de exploração: o braço escravo.
(Gilberto Freyre. Casa-Grande & Senzala, 1989.)
O excerto descreve o complexo funcionamento do Brasil durante a colônia e o Império. Uma de suas consequências para a história brasileira foi
a utilização de um mesmo padrão tecnológico nas sucessivas fases da produção de mercadorias de baixo custo.
a existência de uma produção de mercadorias inteiramente voltada para o abastecimento do mercado interno.
a liberdade de decisão política do grupo dominante local enriquecido com a exploração de riquezas naturais.
a ausência de diferenças regionais econômicas e culturais durante o período colonial e imperial.
a manutenção de determinadas relações sociais num quadro de modificações do centro dinâmico da economia.