(UEG 2013/2)
A experiência tem mostrado ser prejudicialíssima ao Estado e contrária à humanidade a remoção dos índios dos lugares onde estão acostumados a viver, para outros remotos, o que se prova com o infeliz resultado da mudança do gentio Xavante, que, habitando entre os rios Tocantins e Araguaia, e devendo formar-se-lhes povoações nas suas margens, foram removidos para uma aldeia distante pouco mais de 20 léguas de Vila Boa de Goiás, aonde quase todos morreram, e outros desertaram, perdendo, desta forma, o Estado não só a grande despesa, que se havia feito no seu descimento, mas um tão grande número de vassalos.
MEMÓRIA de Francisco José Rodrigues Barata, 1806. In. PALACIN, Luiz; GARCIA, Ledonias F.; AMADO, Janaína. História de Goiás em documentos: colônia. Goiânia: Editora da UFG, 1995. p. 74. (Adaptado).
Utilizando-se os pressupostos conceituais da sociologia de Durkheim, o que aconteceu com os indígenas Xavante pode ser explicado como um exemplo de
coerção do fato social, já que os indígenas foram coagidos a se mudarem contra a sua vontade.
alienação social, uma vez que os indígenas sucumbiram diante da alteração brusca de seus valores.
ausência de solidariedade social dos habitantes de Vila Boa com o sofrimento indígena.
inadaptação dos indígenas ao sistema de divisão social de trabalho do colonizador.