(UERJ) Sempre que se agita esta questo das reivindicaes, escovam-se os velhos chaves, e, com um grande ar de importncia, os 1filsofos decidem sem apelao que a mulher no pode ser mais do que o anjo do lar, a vestal encarregada de vigiar o fogo sagrado, a 2depositria das tradies da famlia... e das chaves da despensa. Todo esse dispndio de palavras 3inteis serve apenas para encobrir a 4fealdade da nica razo sria que podemos apresentar contra as pretenses das mulheres: o nosso egosmo, o receio que temos de que nos despojem das nossas prerrogativas seculares - o medo de perder as posies, as regalias, as honras que o preconceito brbaro confiou exclusivamente ao nosso sculo. Compreende-se: quem se habituou a empunhar o basto do comando no se resigna facilmente a pass-lo a outras mos: mais fcil deixar a vida do que deixar o poder. (18/08/1901) (BILAC, Olavo. VOSSA INSOLNCIA. So Paulo: Cia. das Letras, 1997, p. 313.) A palavra extrada do texto, cuja constituio mrfica est explicada corretamente, :