(UERJ - 1999) "Quase todos os dias temos a possibilidade de ler um longo artigo sobre a "nova África" e sua habilidade para "jogar novo sangue nas artérias do comércio há muito bloqueadas pela esclerose da corrupção", sem uma só menção aos aspectos sociais da questão. (...) Sabemos, entretanto, que a realidade é menos rósea, que é possível falar de pelo menos duas Áfricas (a pobre e menos pobre) e que a potência da imagem nos lembra quase todo dia que nem tudo que reluz é ouro."
("Jornal do Brasil", 11/10/98)
Apesar da apregoada "renascença africana", os conflitos continuam denominando o panorama daquele continente, que assistiu, em 1996, a confrontos em 14 dos seus 53 países. Essa violência marcante pode ser explicada por motivos que remontam ao processo de colonização europeia no século XIX.
Um desses motivos é:
o rompimento da ordem tradicional tribal, em função dos interesses econômicos europeus
a composição de uma elite local educada na Europa, em oposição a uma burguesia comercial nativa
o desenvolvimento de diversos setores produtivos, em detrimento de uma economia de base primária
difusão de um ideal pan-africano, em virtude da atuação de intelectuais africanos diplomados em universidades estrangeiras