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Questões de Português - UERJ 2016 | Gabarito e resoluções

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Questão
2016Português

(Uerj- 2016) Sobretudo compreendam os críticos a missão dos poetas, escritores e artistas, neste período especial e ambíguo da formação de uma nacionalidade. São estes os operários incumbidos de polir o talhe e as feições da individualidade que se vai esboçando no viver do povo. O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba pode falar com igual pronúncia e o mesmo espírito do povo que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera? José de Alencar, prefácio a Sonhos douro, 1872. Adaptado de ebooksbrasil.org. De acordo com José de Alencar, a caracterização da identidade nacional brasileira, no século XIX, estava vinculada ao processo de:

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2016Português

(Uerj 2016) A EDUCAÇÃO PELA SEDA Vestidos muito justos são vulgares. Revelar formas é vulgar. Toda revelação é de uma vulgaridade abominável. Os conceitos a vestiram como uma segunda pele, e pode-se adivinhar a norma que lhe rege a vida ao primeiro olhar. Rosa Amanda Strausz Mínimo múltiplo comum: contos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1990. A narrativa condensada do texto sugere uma crítica relacionada à educação, tema anunciado no título. Essa crítica dirige-se principalmente à seguinte característica geral da vida social:

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2016Português

(UERJ - 2016) A EDUCAO PELA SEDA Vestidos muito justos so vulgares. Revelar formas vulgar. Toda revelao de uma vulgaridade abominvel. Os conceitos a vestiram como uma segunda pele, e pode-se adivinhar a norma que lhe rege a vida ao primeiro olhar. STRAUSZ, Rosa.Mnimo mltiplo comum: contos. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 1990. pode-se adivinhar a norma que lhe rege a vida ao primeiro olhar. A expresso destacada refora o sentido geral do texto, porque remete a uma ao baseada no seguinte aspecto:

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2016Português

(UERJ - 2016) O FUTURO ERA LINDO A informao seria livre. Todo o saber do mundo seria compartilhado, bem como a msica, o cinema, a literatura e a cincia. O custo seria zero. O espao seria infinito. A velocidade, estonteante. A solidariedade e a colaborao seriam os valores supremos. A criatividade, o nico poder verdadeiro. O bem triunfaria sobre os males do capitalismo. O sistema de representao se tornaria obsoleto. Todos os seres humanos teriam oportunidades iguais em qualquer lugar do planeta. Todos seriam empreendedores e inventivos. Todos poderiam se expressar livremente. Censura, nunca mais. As fronteiras deixariam de existir. As distncias se tornariam irrelevantes. O inimaginvel seria possvel. O sonho, qualquer sonho, poderia se tornar realidade. 1Livre, grtis, inovador, coletivo, palavras-chave do novo mundo que a internet inaugurou. Por anos esquecemos que a internet foi uma inveno militar, criada para manter o poder de quem j o tinha. Por anos fingimos que transformar produtos fsicos em produtos virtuais era algo ecologicamente correto, esquecendo que a fabricao de computadores e celulares, com a obsolescncia embutida em seu DNA, demanda o consumo de quantidades vexatrias de combustveis fsseis, de produtos qumicos e de gua, sem falar no volume assombroso de lixo no reciclado em que resultam, incluindo lixo txico. 2Ningum imaginou que o poder e o dinheiro se tornariam to concentrados em megahipercorporaes norte-americanas como o Google, que iriam destruir para sempre tantas indstrias e atividades em to pouco tempo. Ningum previu que os mesmos Estados Unidos, graas s maravilhas da internet sempre to aberta e juvenil, se consolidariam como os maiores espies do mundo, humilhando potncias como a Alemanha e tambm o Brasil, impondo os mtodos de sua inteligncia militar sobre a populao mundial, e guiando ao arrepio da justia os bebs engenheiros nota dez em matemtica mas ignorantes completos em matria de tica, poltica e em boas maneiras. 3Ningum previu a febre das notcias inventadas, a civilizao de perfis falsos, as enxurradas de vrus, os arrastes de nmeros de carto de crdito, a empulhao dos resultados numricos falseados por robs ou gerados por trabalhadores mal pagos em pases do terceiro mundo, o fim da privacidade, o terrorismo eletrnico, inclusive de Estado. Marion Strecker Adaptado de Folha de So Paulo, 29/07/2014. O primeiro pargrafo expe projees passadas sobre possibilidades de um futuro regido pela internet. O recurso lingustico que permite identificar que se trata de projeo e no de fatos do passado o uso da:

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2016RedaçãoPortuguês

(UERJ 2016) A ARTE DE ENGANAR Em seu livro Pernas pro ar, Eduardo Galeano recorda que, na era vitoriana, era proibido mencionar calas na presena de uma jovem. Hoje em dia, diz ele, no cai bem utilizar certas expresses perante a opinio pblica: O capitalismo exibe o nome artstico de economia de mercado; imperialismo se chama globalizao; suas vtimas se chamam pases em via de desenvolvimento; oportunismo se chama pragmatismo; despedir sem indenizao nem explicao se chama flexibilizao laboral etc. A lista longa. Acrescento os inmeros preconceitos que carregamos: ladro sonegador; lobista consultor; fracasso crise; especulao derivativo; latifndio agronegcio; desmatamento investimento rural; lavanderia de dinheiro escuso paraso fiscal; acumulao privada de riqueza democracia; socializao de bens ditadura; governar a favor da maioria populismo; tortura constrangimento ilegal; invaso interveno; peste pandemia; magricela anorxica. Eufemismo a arte de dizer uma coisa e acreditar que o pblico escuta ou l outra. um jeitinho de escamotear significados. De tentar encobrir verdades e realidades. Posso admitir que perteno terceira idade, embora esteja na cara: sou velho. Ora, poderia dizer que sou seminovo! Como carros em revendedoras de veculos. Todos velhos! Mas o adjetivo seminovo os torna mais vendveis. Coitadas das palavras! Elas so distorcidas para que a realidade, escamoteada, permanea como est. No conseguem, contudo, escapar da luta de classes: pobre ladro, rico corrupto. Pobre viciado, rico dependente qumico. Em suma, eufemismo um truque semntico para tentar amenizar os fatos. Frei Betto Adaptado de O Dia, 21/03/2015. Frei Betto inicia seu texto com uma citao do escritor uruguaio Eduardo Galeano, recorrendo a recurso comum de argumentao. Esse recurso constitui um argumento de:

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2016Português

(UERJ - 2016) A EDUCAO PELA SEDA Vestidos muito justos so vulgares. Revelar formas vulgar. Toda revelao de uma vulgaridade abominvel. Os conceitos a vestiram como uma segunda pele, e pode-se adivinhar a norma que lhe rege a vida ao primeiro olhar. STRAUSZ, Rosa.Mnimo mltiplo comum: contos. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 1990. O conto contrasta dois tipos de texto em sua estrutura. Enquanto o segundo pargrafo se configura como narrativo, o primeiro pargrafo se aproxima da seguinte tipologia

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2016Português

(UERJ -2016) No ltimo quadrinho, formula-se uma analogia moral, quando se sugere que no possvel ver tudo o que acontece frente dos olhos. A partir dessa analogia, pode-se chegar seguinte concluso:

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