(UERJ simulado/2018) As suculentas Cereus jamacaru e Euphorbia ingens muitas vezes são confundidas entre si por apresentarem características morfológicas semelhantes, como a ausência de folhas e a presença de caule fotossintético, conforme ilustram as imagens. Essa semelhança morfológica é uma consequência do seguinte processo:
(Uerj 2018) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O poder criativo da imperfeição Já escrevi sobre como nossas teorias científicas sobre o mundo são aproximações de uma realidade que podemos compreender apenas em parte. 1Nossos instrumentos de pesquisa, que tanto ampliam nossa visão de mundo, têm necessariamente limites de precisão. Não há dúvida de que Galileu, com seu telescópio, viu mais longe do que todos antes dele. Também não há dúvida de que hoje vemos muito mais longe do que Galileu poderia ter sonhado em 1610. E certamente, em cem anos, nossa visão cósmica terá sido ampliada de forma imprevisível. No avanço do conhecimento científico, vemos um conceito que tem um papel essencial: simetria. Já desde os tempos de Platão, 2há a noção de que existe uma linguagem secreta da natureza, uma matemática por trás da ordem que observamos. Platão e, com ele, muitos matemáticos até hoje acreditava que os conceitos matemáticos existiam em uma espécie de dimensão paralela, acessível apenas através da razão. Nesse caso, os teoremas da matemática (como o famoso teorema de Pitágoras) existem como verdades absolutas, que a mente humana, ao menos as mais aptas, pode ocasionalmente descobrir. Para os platônicos, 3a matemática é uma descoberta, e não uma invenção humana. Ao menos no que diz respeito às forças que agem nas partículas fundamentais da matéria, a busca por uma teoria final da natureza é a encarnação moderna do sonho platônico de um código secreto da natureza. As teorias de unificação, como são chamadas, visam justamente a isso, formular todas as forças como manifestações de uma única, com sua simetria abrangendo as demais. Culturalmente, é difícil não traçar uma linha entre as fés monoteístas e a busca por uma unidade da natureza nas ciências. Esse sonho, porém, é impossível de ser realizado. Primeiro, porque nossas teorias são sempre temporárias, passíveis de ajustes e revisões futuras. Não existe uma teoria que possamos dizer final, pois 4nossas explicações mudam de acordo com o conhecimento acumulado que temos das coisas. Um século atrás, um elétron era algo muito diferente do que é hoje. Em cem anos, será algo muito diferente outra vez. Não podemos saber se as forças que conhecemos hoje são as únicas que existem. Segundo, porque nossas teorias e as simetrias que detectamos nos padrões regulares da natureza são em geral aproximações. Não existe uma perfeição no mundo, apenas em nossas mentes. De fato, quando analisamos com calma as unificações da física, vemos que são aproximações que funcionam apenas dentro de certas condições. O que encontramos são assimetrias, imperfeições que surgem desde as descrições das propriedades da matéria até as das moléculas que determinam a vida, as proteínas e os ácidos nucleicos (RNA e DNA). Por trás da riqueza que vemos nas formas materiais, encontramos a força criativa das imperfeições. MARCELO GLEISER Adaptado de Folha de São Paulo, 25/08/2013. A simetria também é observada na estrutura corporal dos animais, influenciando, por exemplo, a distribuição interna dos órgãos. Uma característica associada à simetria bilateral, presente em todos os animais com esse padrão corporal, é:
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O poder criativo da imperfeição Já escrevi sobre como nossas teorias científicas sobre o mundo são aproximações de uma realidade que podemos compreender apenas em parte. 1Nossos instrumentos de pesquisa, que tanto ampliam nossa visão de mundo, têm necessariamente limites de precisão. Não há dúvida de que Galileu, com seu telescópio, viu mais longe do que todos antes dele. Também não há dúvida de que hoje vemos muito mais longe do que Galileu poderia ter sonhado em 1610. E certamente, em cem anos, nossa visão cósmica terá sido ampliada de forma imprevisível. No avanço do conhecimento científico, vemos um conceito que tem um papel essencial: simetria. Já desde os tempos de Platão, 2há a noção de que existe uma linguagem secreta da natureza, uma matemática por trás da ordem que observamos. Platão e, com ele, muitos matemáticos até hoje acreditava que os conceitos matemáticos existiam em uma espécie de dimensão paralela, acessível apenas através da razão. Nesse caso, os teoremas da matemática (como o famoso teorema de Pitágoras) existem como verdades absolutas, que a mente humana, ao menos as mais aptas, pode ocasionalmente descobrir. Para os platônicos, 3a matemática é uma descoberta, e não uma invenção humana. Ao menos no que diz respeito às forças que agem nas partículas fundamentais da matéria, a busca por uma teoria final da natureza é a encarnação moderna do sonho platônico de um código secreto da natureza. As teorias de unificação, como são chamadas, visam justamente a isso, formular todas as forças como manifestações de uma única, com sua simetria abrangendo as demais. Culturalmente, é difícil não traçar uma linha entre as fés monoteístas e a busca por uma unidade da natureza nas ciências. Esse sonho, porém, é impossível de ser realizado. Primeiro, porque nossas teorias são sempre temporárias, passíveis de ajustes e revisões futuras. Não existe uma teoria que possamos dizer final, pois 4nossas explicações mudam de acordo com o conhecimento acumulado que temos das coisas. Um século atrás, um elétron era algo muito diferente do que é hoje. Em cem anos, será algo muito diferente outra vez. Não podemos saber se as forças que conhecemos hoje são as únicas que existem. Segundo, porque nossas teorias e as simetrias que detectamos nos padrões regulares da natureza são em geral aproximações. Não existe uma perfeição no mundo, apenas em nossas mentes. De fato, quando analisamos com calma as unificações da física, vemos que são aproximações que funcionam apenas dentro de certas condições. O que encontramos são assimetrias, imperfeições que surgem desde as descrições das propriedades da matéria até as das moléculas que determinam a vida, as proteínas e os ácidos nucleicos (RNA e DNA). Por trás da riqueza que vemos nas formas materiais, encontramos a força criativa das imperfeições. MARCELO GLEISER Adaptado de Folha de São Paulo, 25/08/2013. (Uerj 2018) A simetria também é observada na estrutura corporal dos animais, influenciando, por exemplo, a distribuição interna dos órgãos. Uma característica associada à simetria bilateral, presente em todos os animais com esse padrão corporal, é:
(UERJ 2018) Os zologos em seus museus de Histria Natural, sem se deslocarem mais do que poucos metros e abrindo apenas algumas gavetas, puderam viajar atravs de todos os continentes. Muitos aspectos comuns, que no podiam ser vistos em espcies perigosas distantes no tempo e no espao, passaram a aparecer facilmente entre o contedo de uma vitrina e o da prxima. Adaptado de LOPES, M. O Brasil descobre a pesquisa cientfica: os museus e as cincias naturais no sculo XIX. So Paulo: HUCITEC; Braslia: UnB, 2009. No decorrer dos sculos XIX e XX, museus de Histria Natural foram criados em diversos pases. Esses espaos buscavam no s expor curiosidades, como tambm promover, em novas bases, o conhecimento cientfico de fenmenos e seres vivos. A promoo dessa forma de conhecimento sobre a natureza se relacionava com a seguinte sequncia de procedimentos:
(Uerj 2018) Por conta de um incêndio, uma floresta teve sua vegetação totalmente destruída. Ao longo do tempo, foram observadas alterações no número e na diversidade de espécies vegetais no local, conforme ilustra a imagem. Essas alterações caracterizam o fenômeno denominado:
(Uerj 2018) Junções comunicantes ou junções gap, um tipo de adaptação da membrana plasmática encontrada em células animais, permitem a comunicação entre os citoplasmas de células vizinhas. Esse tipo de associação entre as células proporciona o seguinte resultado:
Por serem formados por sedimentos bem finos, que se deslocam facilmente, os solos dos mangues so mais instveis. rvores encontradas nesse ambiente apresentam adaptaes que garantem sua sobrevivncia, como o formato diferenciado de suas razes, ilustrado na imagem. O formato diferenciado de raiz desses vegetais contribui para o seguinte processo:
(UERJ 2018) Em clulas eucariotas, a cromatina pode se apresentar como eucromatina, uma forma no espiralada, ou como heterocromatina, uma forma muito espiralada. Na metfase, muitas regies de eucromatina se transformam em heterocromatina, formando cromossomos bastante espiralados, conforme mostra o esquema. Considerando uma mitose tpica, a formao do cromossomo bastante espiralado favorece o seguinte processo:
TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: O poder criativo da imperfeio J escrevi sobre como nossas teorias cientficas sobre o mundo so aproximaes de uma realidade que podemos compreender apenas em parte. 1Nossos instrumentos de pesquisa, que tanto ampliam nossa viso de mundo, tm necessariamente limites de preciso. No h dvida de que Galileu, com seu telescpio, viu mais longe do que todos antes dele. Tambm no h dvida de que hoje vemos muito mais longe do que Galileu poderia ter sonhado em 1610. E certamente, em cem anos, nossa viso csmica ter sido ampliada de forma imprevisvel. No avano do conhecimento cientfico, vemos um conceito que tem um papel essencial: simetria. J desde os tempos de Plato, 2h a noo de que existe uma linguagem secreta da natureza, uma matemtica por trs da ordem que observamos. Plato e, com ele, muitos matemticos at hoje acreditava que os conceitos matemticos existiam em uma espcie de dimenso paralela, acessvel apenas atravs da razo. Nesse caso, os teoremas da matemtica (como o famoso teorema de Pitgoras) existem como verdades absolutas, que a mente humana, ao menos as mais aptas, pode ocasionalmente descobrir. Para os platnicos, 3a matemtica uma descoberta, e no uma inveno humana. Ao menos no que diz respeito s foras que agem nas partculas fundamentais da matria, a busca por uma teoria final da natureza a encarnao moderna do sonho platnico de um cdigo secreto da natureza. As teorias de unificao, como so chamadas, visam justamente a isso, formular todas as foras como manifestaes de uma nica, com sua simetria abrangendo as demais. Culturalmente, difcil no traar uma linha entre as fs monotestas e a busca por uma unidade da natureza nas cincias. Esse sonho, porm, impossvel de ser realizado. Primeiro, porque nossas teorias so sempre temporrias, passveis de ajustes e revises futuras. No existe uma teoria que possamos dizer final, pois 4nossas explicaes mudam de acordo com o conhecimento acumulado que temos das coisas. Um sculo atrs, um eltron era algo muito diferente do que hoje. Em cem anos, ser algo muito diferente outra vez. No podemos saber se as foras que conhecemos hoje so as nicas que existem. Segundo, porque nossas teorias e as simetrias que detectamos nos padres regulares da natureza so em geral aproximaes. No existe uma perfeio no mundo, apenas em nossas mentes. De fato, quando analisamos com calma as unificaes da fsica, vemos que so aproximaes que funcionam apenas dentro de certas condies. O que encontramos so assimetrias, imperfeies que surgem desde as descries das propriedades da matria at as das molculas que determinam a vida, as protenas e os cidos nucleicos (RNA e DNA). Por trs da riqueza que vemos nas formas materiais, encontramos a fora criativa das imperfeies. MARCELO GLEISER Adaptado de Folha de So Paulo, 25/08/2013. (Uerj 2018) A composio assimtrica da membrana plasmtica possibilita alguns processos fundamentais para o funcionamento celular. Um processo associado diretamente estrutura assimtrica da membrana plasmtica :
(UERJ 2018) Vrias plantas possuem flores hermafroditas, ou seja, que apresentam os sexos. Em alguns desses casos, asestruturas femininas, os estigmas, esto posicionadas acima das estruturas masculinas. as anteras, conforme destacado na imagem. Esse arranjo das partes reprodutoras est diretamente associado a seguinte vantagem:
(UERJ/2018) Texto para prxima questo O poder criativo da imperfeio J escrevi sobre como nossas teorias cientficas sobre o mundo so aproximaes de uma realidade que podemos compreender apenas em parte. 1Nossos instrumentos de pesquisa, que tanto ampliam nossa viso de mundo, tm necessariamente limites de preciso. No h dvida de que Galileu, com seu telescpio, viu mais longe do que todos antes dele. Tambm no h dvida de que hoje vemos muito mais longe do que Galileu poderia ter sonhado em 1610. E certamente, em cem anos, nossa viso csmica ter sido ampliada de forma imprevisvel... MARCELO GLEISER Adaptado de Folha de So Paulo, 25/08/2013. Marcelo Gleiser sustenta que a cincia descreve a realidade por meio de uma srie de aproximaes. Desse modo, ele recusa a compreenso de que o objetivo da cincia seja estabelecer: