(UFPR - 2019)
O texto a seguir é referência para as questão.
Diverti-me imensamente com a história dos imbecis da web. Para quem não acompanhou, 1foi publicado em alguns jornais e também on-line que 2no curso de uma chamada 3lectio magistralis em Turim eu teria dito que a web está cheia de imbecis. 4É falso. A lectio era sobre um tema completamente diferente, mas isso mostra como as notícias circulam e se deformam entre os jornais e a web. A história dos imbecis surgiu numa conferência de imprensa durante a qual, respondendo a uma pergunta que não me lembro mais, fiz uma observação de puro bom senso. Admitindo que em 7 bilhões de habitantes exista uma taxa inevitável de imbecis, muitíssimos deles costumavam comunicar seus delírios aos íntimos ou aos amigos do bar – e assim suas opiniões permaneciam limitadas a um círculo restrito. Hoje uma parte consistente dessas pessoas tem a possibilidade de expressar as próprias opiniões nas redes sociais e, portanto, tais opiniões alcançam audiências altíssimas e se misturam com tantas outras ideias expressas por pessoas razoáveis.
[...]
É justo que a rede permita que mesmo quem não diz coisas sensatas se expresse, mas o excesso de besteira congestiona as linhas. E algumas reações descompensadas que vi na internet confirmam minha razoabilíssima tese. Alguém chegou a dizer que, para mim, as opiniões de um tolo e aquelas de um ganhador do prêmio Nobel têm a mesma evidência e não demorou para que se difundisse 5viralmente uma inútil discussão sobre o fato de eu ter ou não recebido um prêmio Nobel – sem que ninguém consultasse sequer a Wikipédia.
(Umberto Eco – Os imbecis e a imprensa responsável, 2017.)
Com base no texto de Eco, é correto afirmar:
A oração “foi publicado em alguns jornais” (ref. 1) trata-se de uma oração sem sujeito.
A expressão “lectio magistralis” (ref. 3) está destacada em itálico em virtude de seu emprego conotativo.
A expressão “no curso de” (ref. 2) pode ser substituída pela preposição “durante”, mantendo paralelismo semântico.
O advérbio “viralmente” (ref. 5) é uma figura de linguagem empregada para estabelecer um paradoxo.
A oração “É falso” (ref. 4) deveria apresentar concordância nominal de gênero com o termo antecedente “história dos imbecis”.