(UFPR - 2020 - 1ª fase)
Considere a seguinte passagem: No final do século XIX e início do século XX, inúmeras leis de “proteção” à mulher passaram a proibir o trabalho feminino em ocupações consideradas mais pesadas ou perigosas, já que isso havia trazido problemas de ordem “moral” resultantes do fato de as mulheres terem mais mobilidade fora do espaço da casa. Na França, uma lei de 1892 proibia as mulheres de exercer o trabalho noturno. No Brasil, a mesma proibição foi expressa em um decreto de 1932. Embora muitas dessas leis visassem à “proteção” das mulheres, exploradas pela indústria – assim como ocorria com as crianças –, acabaram por confiná-las aos cuidados domésticos e a trabalhos realizados em casa, sub-remunerados. Durante o século XX, as duas guerras mundiais voltaram a impulsionar a presença das mulheres nas indústrias, pois, nesses momentos, os esforços produtivos eram necessários. No entanto, com o fim do período de guerras, novamente se reivindicou o retorno das mulheres à casa. O modelo de família almejado pela sociedade industrial e fordista do pós-guerra centrou-se, então, no “homem provedor e na mulher cuidadora”.
(SILVA, Afrânio et al. (orgs.). Sociologia em movimento. São Paulo: Moderna, 2016. p. 338.)
Sobre a participação das mulheres no mercado de trabalho, assinale a alternativa correta.
A inserção das mulheres no mercado de trabalho global significou a superação das desigualdades de gênero pela conquista do poder financeiro.
A divisão de trabalho fundamentada nos sexos levou as mulheres para fora do espaço doméstico contribuindo para a superação do patriarcado.
O desenvolvimento do capitalismo aboliu a distinção entre as atividades que têm lugar no espaço da família considerado “reprodutivo”, e no espaço público, considerado “produtivo”.
A existência de uma dupla jornada (no trabalho e em casa), por vezes tripla (no trabalho, em casa e na universidade), é um dos motivos para a proibição do trabalho das mulheres.
A proibição do trabalho noturno para as mulheres reforçou um efeito perverso da divisão sexual do trabalho.