(UFPR - 2021 - 1ª FASE - anulada) Considere o fragmento a seguir:
Considere o fragmento a seguir: Recusar a irredutível necessidade de uma ordem política enquanto tal, negar, em especial, que as relações de poder sejam condição de funcionamento de qualquer cidade moderna, é sem dúvida a mais generosa das tentações, mas também uma das mais perigosas. Tentação compreensível, pois temos certamente todas as desculpas para assimilar poder à extorsão. Nasce daí a ideia de extirpar, de vez por todas, o poder político. Ideia radical, que foi revigorada nos dias de hoje: o espetáculo dos totalitarismos tem de tudo para fazer-nos inimigos de qualquer poder, isto é, libertários. No século XIX, esta ideia se impunha por uma razão diferente: a preponderância, evidenciada, do econômico, inclinava os espíritos a considerar a instância do poder político como arcaica e supérflua.
(LEBRUN, Gérard. O que é poder. São Paulo: Brasiliense, 2004. p. 42.)
No livro “O que é poder”, Gérard Lebrun enfrenta diferentes modos de conceituação do poder na teoria política e social com o objetivo de aclarar, em suas palavras, “alguns preconceitos e abandonar algumas evidências”. Para Lebrun, é correto afirmar que:
a ideia de poder presente nos regimes totalitários e na preponderância do poder econômico é a razão pela qual devemos banir qualquer forma de poder.
o Estado, enquanto esfera autônoma de poder, deve ser mínimo o suficiente para garantir as liberdades civis e o funcionamento da economia.
há uma inseparável união entre os detentores do poder econômico e os detentores do poder político, sendo necessário substituir a classe dominante pela classe dominada.
a organização política moderna não funciona sem alguma forma de dominação, no entanto o problema político é encontrar a melhor maneira de adequá-la aos valores escolhidos por uma sociedade.
a dominação está associada à proibição, à repressão, revelando a face violenta de um poder que é externo ao indivíduo e impõe limites a sua liberdade.
ANULADA