(UFU - 2015- 2aFASE) Voc sabe o quanto eu, sinceramente, detesto o trfico de escravos, o quanto acredito ser ele prejudicial ao pas, o quanto desejo sua total cesso, embora isso no possa ser feito imediatamente. As pessoas no esto preparadas para isso, e at que seja feito, colocaria em risco a existncia do governo, se tentarmos faz-lo repentinamente. Correspondncia de Jos Bonifcio ao enviado britnico Henry Chamberlain, 1823. Citada em: MAXWELL, Kenneth. Por que o Brasil foi diferente? O contexto da independncia. In: MOTA, Carlos Guilherme (org.). Viagem incompleta. A experincia brasileira (1500-2000). Formao: histrias. So Paulo: Editora Senac, 2000, p.192 (adaptado) A emancipao poltica do Brasil no significou uma ruptura total com a ordem socioeconmica anterior, o que pode ser demonstrado pela permanncia da escravido. A respeito da questo escravista no I Reinado: A) Apresente duas razes pelas quais, de acordo com Jos Bonifcio, o fim do trfico de escravos ameaaria a prpria existncia do governo. B) Caracterize a poltica inglesa em relao ao trfico de escravos no Brasil.
(UFU - 2015- 2aFASE) Escrevendo nas ltimas dcadas do sculo XIX, Lenin, o futuro lder da revoluo socialista na Rssia, observou que a principal caracterstica desse perodo era a diviso final da Terra, no sentido de que a poltica colonial dos pases capitalistas tinha completado a tomada das terras no ocupadas em nosso planeta. Pela primeira vez, segundo ele, o mundo estava dividido, de forma que no futuro s seriam possveis redivises, isto , a transferncia de um dono para outro, e no de um territrio sem dono para um dono. SWEEZY, Paul. Teoria do desenvolvimento capitalista. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1982, p. 351 (adaptado). A fala de Lnin remete ao processo de corrida imperialista, que se acelerou a partir da segunda metade do sculo XIX. A respeito desse processo histrico, A) aponte duas razes que explicam as polticas colonialistas das potncias capitalistas. B) cite dois conflitos resultantes da expanso imperialista do sculo XIX.
(UFU - 2015- 2aFASE) No final de maro de 1964, civis e militares se uniram para derrubar o presidente Joo Goulart, dando um golpe de Estado, tramado dentro e fora do pas. Entre uma data e outra, 1964 e 1985, o Brasil passou por um turbilho de acontecimentos. A economia cresceu, alando o pas ao oitavo PIB mundial. Mas, igualmente, cresceram a desigualdade e a violncia social, alimentadas em boa parte pela violncia do Estado. A vida cultural passou por um processo de mercantilizao, o que no impediu o florescimento de uma rica cultura crtica ao regime. Os movimentos sociais, vigiados e reprimidos, no desapareceram; tornaram-se mais diversos e complexos, expresso de uma sociedade que no ficou passiva diante do autoritarismo. NAPOLITANO, Marcos. 1964: Histria do Regime Militar Brasileiro. So Paulo: Contexto,2014, p. 7-8 (Adaptado) No ano de 2014, foram intensos os debates e discusses pblicas sobre os cinquenta anos do golpe militar, o qual deu incio ao nosso ltimo perodo ditatorial, que se estendeu at 1985. A respeito do processo poltico que levou ao golpe e a posterior ditadura, A) cite dois aspectos da crise do governo Joo Goulart (1961-1964) que contriburam para a sua queda. B) aponte duas formas de contestao ao regime militar que confirmam a ideia, expressa na citao de Marcos Napolitano, de que a sociedade no foi impotente em relao ao poder ditatorial.
(UFU - 2015- 2aFASE) Recm-sados da chamada dcada perdida, como ficaram tristemente caracterizados, em termos de desempenho econmico, os anos 1980; aps um 1990 que marcou uma das quedas de produo das mais dramticas de nossa histria; e ainda por cima vivendo em plena recesso e com altas taxas de inflao no ano de 1991, no sem saudosismo que olhamos para o perodo em que fomos governados pelo presidente Juscelino Kubitschek. Embora associados a um certo descontrole das contas pblicas, os anos JK (1956-1960) foram fundamentalmente marcados por altas taxas de crescimento econmico e por uma boa dose de otimismo. FARO, Clvis de e SILVA, Salomo L. Quadros da. A dcada de 1950 e o Plano de Metas. In: GOMES, ngela de Castro (org.). O Brasil de JK. 2.ed. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 2002, p. 67 (adaptado). A passagem do texto de Faro e Silva acima oferece um breve quadro comparativo sobre a economia brasileira em trs momentos diferentes. Sobre esses momentos, A) aponte duas caractersticas da dcada de 1980 que justificam a qualificao de dcada perdida. B) cite duas razes do otimismo econmico que o pas conheceu durante os anos JK.
(UFU - 2015 - 1 FASE) Tem-se muitas vezes a impresso de que o clero detm o monoplio da cultura na Idade Mdia. O ensino, o pensamento, as cincias, as artes seriam feitas por ele, para ele ou pelo menos sob sua inspirao e controle. Trata-se de uma imagem falsa e que exige profunda correo. A partir da revoluo comercial e do desenvolvimento urbano, grupos sociais antigos ou novos descobrem outras preocupaes, tm sede de outros conhecimentos prticos ou tericos diferentes dos religiosos, criam instrumentos de saber e meios de expresso prprios. LE GOFF, Jacques. Mercadores e banqueiros na Idade Mdia. Lisboa: Gradiva, s.d, p. 77. (Adaptado). A historiografia costuma associar as transformaes econmicas ocorridas na crise do feudalismo na Europa Ocidental ao surgimento do mundo moderno. A citao do historiador medievalista Jacques Le Goff refora essa ligao, uma vez que a revoluo comercial
(UFU - 2015 - 1 FASE) Durante o Congresso de Viena, estabeleceram-se as bases polticas e jurdicas para uma nova ordenao da Europa destinada a durar um sculo redondo. O resultado dos pactos inaugurou uma poca na qual os conflitos externos foram poucos; por outro lado, aumentaram as guerras civis e a revoluo se fez incessante. (KOSELLECK, Reinhart. La poca das revoluciones europeas: 1780-1848. Mxico: Siglo XXI, 1998. p.189. (Adaptado).) A constituio do Congresso de Viena, em 1815, evidenciava a instabilidade da geopoltica da Europa, e tinha entre seus objetivos
(UFU - 2015 - 1 FASE) O perodo posterior Segunda Guerra Mundial foi de enorme crescimento produtivo nos pases desenvolvidos. Denominados de anos gloriosos ou de idade do ouro, o fato que os primeiros trinta anos do ps-guerra constituram uma era nica na histria contempornea. A espantosa recuperao do mundo capitalista, quanto ao crescimento econmico e avanos tecnolgicos, revolucionou as pautas de consumo e comportamento at ento existentes. PADRS, Enrique Serra. Capitalismo, prosperidade e estado de bem-estar social. In: FILHO, Daniel Aaro Reis. FERREIRA, Jorge e ZENHA, Celeste (orgs.). O sculo XX. O tempo das crises: revolues, fascismos e guerras. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2000, p. 229. (Adaptado). A euforia econmica que caracterizou o mundo capitalista nos trinta anos seguintes ao fim da II Guerra estava fortemente relacionada
(UFU - 2015 - 1 FASE) Se essa passagem de sculo tem hoje um sentido para ns, um sentido que talvez no tinha nos sculos anteriores, porque vemos que a que surgem as primcias da globalizao. E essa globalizao mais que um processo de expanso de origem ibrica. Em 1500, ainda estamos bem longe de uma economia mundial. No limiar do sculo XVI, a globalizao corresponde ao fato de setores do mundo que se ignoravam ou no se frequentavam diretamente serem postos em contato uns com os outros. GRUZINSKI, Serge. A passagem do sculo: 1480-1520 as origens da globalizao. So Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 96-98. (Adaptado). Na busca das razes do conceito de globalizao, os historiadores tm voltado suas atenes s grandes navegaes, porque este momento histrico
(UFU - 2015 - 1 FASE) A partir de 1750-60, a produo mineradora comeou a declinar. Tal mudana, articulada a outros elementos, determinou uma reviso da poltica mercantilista durante a administrao do Marqus de Pombal, secretrio de Estado de D. Jos I. ALBUQUERQUE, Manuel Maurcio de. Pequena Histria da Formao Social Brasileira. 2.ed. Rio de Janeiro: Graal, 1981, p.100. (Adaptado). A crise econmica da segunda metade do sculo XVIII abriu caminho para as reformas pombalinas, vistas como inevitveis para a recuperao econmica do reino de Portugal e que se caracterizavam, entre outras medidas,
(UFU - 2015 - 1 FASE) Tem havido um bom nmero de grandes revolues na histria do mundo moderno, e certamente a maioria bem-sucedida. Mas nunca houve uma que tivesse se espalhado to rpida e amplamente, se alastrando como fogo na palha por sobre fronteiras, pases e mesmo oceanos. 1848 foi a primeira revoluo potencialmente global, cuja influncia direta pode ser detectada na insurreio de 1848 em Pernambuco (Brasil) e poucos anos depois na remota Colmbia. HOBSBAWM, Eric. A era do capital: 1848-1875. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982, p. 30. (Adaptado) A onda revolucionria de 1848 estava ligada, inicialmente, delicada conjuntura sociopoltica da Frana que, entre outros aspectos, caracterizava-se
(UFU - 2015 - 1 FASE) Para os historiadores das dcadas de 1960 e 1970, o Brasil e a Argentina teriam sido manipulados por interesses da Gr-Betanha, maior potncia capitalista da poca, para aniquilar o desenvolvimento autnomo paraguaio, abrindo um novo mercado consumidor para os produtos britnicos. A guerra era uma das opes possveis, que acabou por se concretizar, uma vez que interessava a todos os envolvidos. Seus governantes, tendo por base informaes parciais ou falsas do contexto platino e do inimigo em potencial, anteviram um conflito rpido, no qual seus objetivos seriam alcanados com o menor custo possvel. Aqui no h ―bandidos‖ ou ―mocinhos‖, mas interesses. DORATIOTTO, Francisco. Maldita guerra. So Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 87-96. (Adaptado). A Guerra do Paraguai foi o maior conflito militar no qual o Brasil se envolveu em sua histria. Nas novas interpretaes dos historiadores para a guerra,
(UFU - 2015 - 1 FASE) Deodoro era o candidato mais bvio ao papel de heri republicano. No apenas pela indisputada chefia do movimento que derrubou a Monarquia, mas tambm pela sua atuao na jornada de 15 de novembro. Mas contra ele militavam fatores poderosos. A comear pelo seu incerto republicanismo e seu jeito de general da Monarquia. Outro candidato era Benjamin Constant. Seu republicanismo era intocvel. Mas o problema com ele que no tinha a figura de heri. No era militar nem lder popular. CARVALHO, Jos Murilo. A formao das almas: o imaginrio da Repblica no Brasil. So Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 55-57. (Adaptado). Os primeiros momentos do regime republicano no Brasil estiveram marcados por disputas de liderana que caracterizavam
(UFU - 2015 - 1 FASE) Os anos que antecederam ao Estado Novo foram de efervescncia e disputa poltica. Essa situao tinha a ver com a diversidade das foras que se haviam aglutinado em torno da Aliana Liberal, a coligao partidria oposicionista que em 1929 lanou a candidatura de Getlio Vargas Presidncia da Repblica. Enquanto alguns dos que aderiram Aliana Liberal faziam oposio sistemtica ao regime, outros ali ingressaram apenas por discordar do encaminhamento dado pelo ento presidente Washington Lus. PANDOLFI, Dulce Chaves. Os anos 1930: as incertezas do regime. In: FERREIRA, Jorge e DELGADO, Luclia Neves de Almeida (orgs.). O Brasil Republicano. O tempo do nacionalestatismo: do incio da dcada de 1930 ao apogeu do Estado Novo. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2003, p.17. (Adaptado). A instabilidade poltica no perodo de 1930 a 1937 estava associada, entre outros fatores,
(UFU - 2015 - 1 FASE) A partir de 1948, o Partido Nacional, no poder na frica do Sul, entregou-se tarefa de transformar a separao em bases raciais j existente na sociedade sul-africana num complexo sistema legal e no fundamento real do Estado. Essencialmente preocupado em frear e impedir a vinda dos negros para as cidades, o governo branco iniciou a montagem do apartheid (apart-heid, ―desenvolvimento separado‖). LOPES, Marta Maria. O apartheid. So Paulo: Atual, 1990, p. 41. (Adaptado). O apartheid, cujo desmantelamento contou com a histrica liderana de Nelson Mandela, estava originalmente relacionado
(UFU - 2015 - 1 FASE) Provavelmente, no sculo XXI, as guerras que acontecerem no Oriente Mdio estaro mais relacionadas gua do que ao petrleo. Essa advertncia, que soaria descabida na dcada de 1970, parece cada vez mais concreta. OLIC, Nelson B.. Conflitos no mundo. So Paulo: Moderna, 2000, p. 42. Sobre a questo tratada no texto, INCORRETO afirmar que: