(UNESP - 2010)
A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana, e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
(...) Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
E eis aqui a Cidade da Bahia.
(Gregório de Matos. “Descreve o que era realmente naquelle tempo a cidade da Bahia de mais enredada por menos confusa”.
In: Obra poética (org. James Amado), 1990.)
O poema, escrito por Gregório de Matos no século XVII,
representa, de maneira satírica, os governantes e a desonestidade na Bahia colonial.
critica a colonização portuguesa e defende, de forma nativista, a independência brasileira.
tem inspiração neoclássica e denuncia os problemas de moradia na capital baiana.
revela a identidade brasileira, preocupação constante do modernismo literário.
valoriza os aspectos formais da construção poética parnasiana e aproveita para criticar o governo