(UNESP - 2014/2 - 2 fase) REDAO TEXTO 1 O SUS (Sistema nico de Sade) recebeu em seus hospitais e clnicas uma mdia de duas mulheres por hora com sinais de violncia sexual em 2012, segundo dados do Ministrio da Sade. No Brasil, segundo o Sistema de Vigilncia de Violncias e Acidentes do Ministrio da Sade, um total de 18 007 mulheres deram entrada no sistema pblico de sade em 2012 apresentando indcios de terem sofrido violncia sexual. Essas estatsticas funcionam apenas como um indicador, pois no englobam casos de violncia nos quais a mulher no procurou atendimento mdico ou se dirigiu a uma unidade de sade privada. (Luis Kawaguti. SUS recebe duas mulheres por hora vtimas de abuso. www.bbc.co.uk/portuguese, 08.03.2013. Adaptado.) TEXTO 2 Um em cada quatro brasileiros acredita que se uma mulher usa roupas provocantes merece ser atacada. O dado muito abaixo dos 65% divulgados inicialmente pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada) na pesquisa Tolerncia social violncia contra mulheres, mas ainda alarmante: 58,5% dos entrevistados afirmam que se as mulheres soubessem como se comportar haveria menos estupros. O estudo ganhou destaque na mdia e levou a um intenso debate sobre a violncia sexual contra mulheres no Brasil. (Lilia Diniz. O estupro na mdia. www.observatoriodaimprensa.com.br, 17.04.2014.) TEXTO 3 O importante que o debate no se limite questo do vesturio feminino. A mulher como objeto e a fabricao de um pseudoerotismo no qual engajam-se os meios de comunicao e publicitrios, h pelo menos uma gerao, esto criando valores e distores existenciais que vo na contramo do que se entende como civilizao. A mulher sensual est hoje em anncios de apartamentos, automveis, viagens, comida, bebida e at em diplomas universitrios. Nesta midiatizao do sexo e coisificao da mulher pode estar a incubadora da furiosa onipotncia que intoxica o comportamento masculino. (Alberto Dines. A imagem txica. www.observatoriodaimprensa.com.br, 15.04.2014. Adaptado.) Com base nos textos apresentados e em seus prprios conhecimentos, escreva uma redao de gnero dissertativo, empregando a norma-padro da lngua portuguesa, sobre o tema: A TOLERNCIA DA SOCIEDADE BRAISLEIRA VIOLNCIA SEXUAL CONTRA MULHERES
(UNESP - 2014 - 2 FASE) Texto 1 Dos 594 deputados e senadores em exerccio no Congresso Nacional, 190 (32%) j foram condenados na Justia e/ou nos Tribunais de Contas. As ocorrncias se encaixam em quatro grandes reas: irregularidades em contas e processos administrativos no mbito dos Tribunais de Contas (como fraudes em licitaes); citaes na Justia Eleitoral (contas de campanha rejeitadas, compra de votos, por exemplo); condenaes na Justia referentes lida com o bem pblico no exerccio da funo (enriquecimento ilcito, peculato etc.); e outros (homicdio culposo, trabalho degradante etc.). (Natlia Paiva. www.transparencia.org.br. Adaptado.) Texto 2 Nossa tradio cultural, por diversas razes, criou um ideal de cidadania poltica sem vnculos com a efetiva vida social dos brasileiros. Na teoria, aprendemos que devemos ser cidados; na prtica, que no possvel, nem desejvel, comportarmo-nos como cidados. A face poltica do modelo de identidade nacional permanentemente corroda pelo desrespeito aos nossos ideais de conduta. Idealmente, ser brasileiro significa herdar a tradio democrtica na qual somos todos iguais perante a lei e onde o direito vida, liberdade e busca da felicidade uma propriedade inalienvel de cada um de ns; na realidade, ser brasileiro significa viver em um sistema socioeconmico injusto, onde a lei s existe paraos pobres e para os inimigos e onde os direitos individuais somonoplio dos poucos que tm muito. Preso nesse impasse, o brasileiro vem sendo coagido a reagir de duas maneiras. Na primeira, com apatia e desesperana. o caso dos que continuam acreditando nos valores ideais da cultura e no querem converter-se ao cinismo das classes dominantes e de seus seguidores. Essas pessoas experimentam uma notvel diminuio da autoestima na identidade de cidado, pois no aceitam conviver com o baixo padro de moralidade vigente, mas tampouco sabem como agir honradamente sem se tornarem vtimas de abusos e humilhaes de toda ordem. Deixam-se assim contagiar pela inrcia ou sonham em renunciar identidade nacional, abandonando o pas.Na segunda maneira, a mais nociva, o indivduo adere tica da sobrevivncia ou lei do vale-tudo: pensa escapar delinquncia, tornando-se delinquente. (Jurandir Freire Costa. http://super.abril.com.br. Adaptado.) Texto 3 Se o eleitorado tem bastante clareza quanto falta de honestidade dos polticos brasileiros, no se pode dizer o mesmo em relao sua prpria imagem como povo brasileiro. Isto pode ser um reflexo do aclamado jeitinho brasileiro, ora motivo de orgulho, ora de vergonha. De qualquer forma, fica claro que h problemas tanto quando se fala de honestidade de uma forma genrica, como quando h abordagem especfica de comportamentos antiticos, alguns ilegais: a caixinha para o guarda no multar, a sonegao de impostos, a compra de produtos piratas, as fraudes no seguro, entre outros. A questo que est posta aqui que a populao parece no relacionar seus pequenos desvios com o comportamento desonesto atribudo aos polticos. (Silvia Cervellini. www.ibope.com.br. Adaptado.) Com base nos textos apresentados e em seus prprios conhecimentos, escreva uma redao de gnero dissertativo, empregando a norma-padro da lngua portuguesa, sobre o tema: Corrupo no Congresso Nacional: reflexo da sociedade brasileira?