Questão2010Redação
(UNICAMP - 2010 - 1 FASE)
ORIENTAO GERAL:
O tema geral da prova da primeira fase Geraes. A redao prope trs recortes desse tema.
Propostas:
Cada proposta apresenta um recorte temtico a ser trabalhado de acordo com as instrues especficas.
Escolha uma das trs propostas para a redao (dissertao, narrao ou carta) e assinale sua escolha no alto da pgina de resposta.
Coletnea:
A coletnea nica e vlida para as trs propostas. Leia toda a coletnea e selecione o que julgar pertinente para a realizao da proposta escolhida. Articule os elementos selecionados com sua experincia de leitura e reflexo. O uso da coletnea obrigatrio.
ATENO - sua redao ser anulada se voc desconsiderar a coletnea ou fugir ao recorte temtico ou no atender ao tipo de texto da proposta escolhida.
APRESENTAO DA COLETNEA
Em toda sociedade convivem geraes diversas, que se relacionam de formas distintas, exigindo de todos o exerccio contnuo de lidar com a diferena.
1)
2) Para o socilogo hngaro Karl Mannheim, a gerao consiste em um grupo de pessoas nascidas na mesma poca, que viveram os mesmos acontecimentos sociais durante a sua formao e crescimento e que partilham a mesma experincia histrica, sendo esta significativa para todo o grupo. Estes fatores do origem a uma conscincia comum, que permanece ao longo do respectivo curso de vida. A interao de uma gerao mais nova com as precedentes origina tenses potencializadoras de mudana social. O conceito que aqui est patenteatribui gerao uma forte identidade histrica, visvel quando nos referimos, por exemplo, gerao do psguerra. O conceito de gerao impe a considerao da complexidade dos fatores de estratificao social e da convergncia sincrnica de todos eles; a gerao no dilui os efeitos de classe, de gnero ou de raa na caracterizao das posies sociais, mas conjuga-se com eles, numa relao que no meramente aditiva nem complementar, antes se exerce na sua especificidade, ativando ou desativando parcialmente esses efeitos. (Adaptado de Manuel Jacinto Sarmento, Geraes e alteridade: interrogaes a partir da sociologia da infncia.
Educao e Sociedade, Campinas, vol. 26, n. 91, p. 361-378, Maio/Ago. 2005. Disponvel em http://www.cedes.unicamp.br)
3) A partir do advento do computador, as empresas se reorganizaram rapidamente nos moldes exigidos por essa nova ferramenta de gesto. As organizaes procuraram avidamente os quadros tcnicos e os encontraram na quantidade demandada. Os primeiros quadros bem formados tiveram em geral carreiras fulminantes. Suas trajetrias pessoais foram tomadas como referncia pelos executivos mais jovens. Aqueles grandes executivos foram considerados portadores de uma viso de conjunto dos problemas empresariais, que os colocava no campo superior da administrao estratgica, enquanto o principal atributo da nova gerao passa a ser a contemporaneidade tecnolgica. Os constrangimentos advindos do choque geracional encarregaram-se de fazer esses jovens encarnarem essa caracterstica, dando a esse trunfo a maior rentabilidade possvel. Assim, exacerbaram-se as diferenas entre os recm-chegados e os antigos ocupantes dos cargos. No plano simblico, toda a tica construda nas carreiras autodidatas posta em xeque no conflito que ope a tcnica dos novos executivos contra a lealdade dos antigos funcionrios que, no mais das vezes, perdem at a capacidade de expressar o seu descontentamento, tamanha a violncia simblica posta em marcha no processo, que no se trava simplesmente em cada ambiente organizacional isolado, mas se generaliza.
(Adaptado de Roberto Grn, Conflitos de gerao e competio no mundo do trabalho. Cadernos Pagu. Campinas, vol. 13, p. 63-107, 1999.)
4) Ao longo da dcada de 1990, a renda das famlias brasileiras com filhos pequenos deteriorou-se com relao das famlias de idosos. Ao mesmo tempo, h crescentes evidncias de que os idosos aumentaram sua responsabilidade pela proviso econmica de seus filhos adultos e netos. (Ana Maria Goldani, Relaes intergeracionais e reconstruo do estado de bem-estar. Por que se deve repensar essa relao para o Brasil, pp. 211.
Disponvel em http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/PopPobreza/GoldaniAnaMariaCapitulo7.pdf).
5) As relaes intergeracionais permitem a transformao e a reconstruo da tradio no espao dos grupos sociais. A transmisso dos saberes no linear; ambas as geraes possuem sabedorias que podem ser desconhecidas para a outra gerao, e a troca de saberes possibilita vivenciar diversos modos de pensar, de agir e de sentir, e assim, renovar as opinies e vises acerca do mundo e das pessoas. As geraes se renovam e se transformam reciprocamente, em um movimento constante de construo e desconstruo.
(Adaptado de Maria Clotilde B. N. M. de Carvalho, Dilogo intergeracional entre idosos e crianas. Rio de Janeiro. PUC-RJ, 2007, p 52.)
6)
PROPOSTA B
Leia a coletnea e elabore sua narrativa a partir do seguinte recorte temtico:
O convvio entre geraes tem lugar privilegiado no ambiente familiar.
Instrues:
1. Imagine uma personagem jovem que vai estudar em outra cidade e passa a morar com os avs.
2. Narre o(s) conflito(s) da personagem, dividida entre os sentimentos em relao aos avs e as dificuldades de convvio com essa outra gerao.
3. Sua histria pode ser narrada em primeira ou terceira pessoa.