(UNICAMP 2015)
A observação do canavial fornece, numa primeira impressão, a imagem de um mar de cana, um todo homogêneo no qual se distribuem os trabalhadores. Essa visão se desfaz quando se analisa o processo de trabalho. Na medida em que se penetra no interior das relações de produção, descortina-se um universo submerso, pilar básico de uma estrutura de dominação.
(Adaptado de Maria Aparecida de Moraes Silva, Errantes do fim do
século. São Paulo: Fundação Editora da Unesp, 1999.)
A respeito das relações de trabalho nas fazendas de cana-de-açúcar em várias regiões do Brasil, é correto afirmar que:
A elevada mecanização da lavoura e as exigências das leis trabalhistas levam os antigos cortadores de cana a serem empregados nos setores de produção no interior das usinas de álcool e de açúcar.
A expansão dos canaviais e o aumento da produção de álcool e de açúcar permitem que os trabalhadores permaneçam empregados durante todo o ano,
reduzindo o trabalho sazonal.
As usinas eliminam os pagamentos dos trabalhadores por produtividade no corte da cana, e, com isso, os ganhos salariais passam a ser computados apenas pelos dias trabalhados.
Os trabalhadores são migrantes sazonais que se deslocam para o trabalho manual nos canaviais e retornam para suas antigas regiões após a colheita,
dedicando-se a atividades de subsistência.