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Questões de Redação - UNICAMP 2019 | Gabarito e resoluções

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Questão
2019Redação

(UNICAMP - 2019 - 2FASE) REDAO PROPOSTA 2 Sua professora de Geografia abriu um frum no ambiente virtual da disciplina para discutir o tpico IDH e crescimento do PIB como indicadores de desenvolvimento e props as seguintes questes: a) Observe a classificao do Brasil nos rankings apresentados nos grficos 1 e 2; b) Interprete os textos 3, 4 e 5; e c) Indique se haveria diferenas no desenvolvimento social do Brasil caso o pas optasse por uma poltica econmica que tenha como consequncia uma melhor classificao no ranking do IDH ou no ranking do crescimento do PIB. Publique uma postagem nesse frum, na qual, a partir da leitura dos textos indicados abaixo, voc deve: a) apontar em qual ranking o Brasil subiria se privilegiasse os aspectos qualidade de vida e igualdade no desenvolvimento social; b) apresentar as consequncias de priorizar o consumo para o desenvolvimento social; e c) argumentar em favor do seu ponto de vista. 1. 2. PIB significa Produto Interno Bruto, medida que representa a soma, em valores monetrios, de todos os bens e servios finais produzidos numa determinada regio, durante um determinado perodo. IDH significa ndice de Desenvolvimento Humano, medida concebida pela ONU (Organizao das Naes Unidas) para avaliar a qualidade de vida e o desenvolvimento econmico de uma populao. 3.Um breve conjunto de informaes para nos fazer repensar as relaes de consumo: A indstria da moda a segunda maior consumidora de gua no mundo. S perde para a do petrleo. Estima-se que 17% a 20% da poluio da gua industrial vem de tingimento e tratamento txtil. Cerca de 15% a 20% de tecido desperdiado a cada pea cortada. E tecido no reciclvel. Estima-se que 10% das emisses de gases de efeito estufa provm da indstria da moda. As fbricas de moda consomem mais de 130 milhes de toneladas de carvo/ano para gerar energia. Para suprir a demanda do consumo, quase toda matria-prima utilizada na moda resulta em problema: do algodo, cheio de pesticidas, ao polister, oriundo da explorao do petrleo. Operrios da indstria txtil em pases como China, ndia e Bangladesh trabalham mais de 12 horas por dia e ganham menos do que 100 dlares por ms. Cerca de 80% da mo de obra deste mercado so mulheres. E menos de 2% ganham o suficiente para viver em condies dignas. Para ganhar mais, elas chegam a trabalhar mais de 75 horas por semana. E tem quem ache que o consumismo um problema individual que s diz respeito prpria conta bancria (Adaptado de Nina Guimares, O consumismo destri o meio ambiente e incentiva o trabalho escravo. Metrpoles, 19/04/2017.) 4. As principais redes de varejo de moda do pas associadas ABVTEX (Associao Brasileira do Varejo Txtil) j notam a melhora no nimo dos consumidores. O cenrio mais favorvel, a partir do momento em que h maior disponibilidade de crdito; a inflao est abaixo do esperado, com aumento no poder de compra; e h uma leve reduo do desemprego. Esses fatores somados ajudam a elevar a inteno de compra, aponta Lima, diretor executivo da ABVTEX. A FGV estima que, em 2018, o PIB cresa 2,5%. Esse crescimento deve permanecer liderado pelo consumo. (Adaptado de Em 2018, crescimento permanecer liderado pelo consumo, diz FGV. Disponvel em http://www.abvtex.org.br/. Acessado em 04/05/ 2018.) 5. Pelo 12 ano consecutivo, s deu ela: a Noruega foi novamente eleita pela ONU como o melhor pas do mundo para se viver. Segundo Jens Wandel, diretor do departamento administrativo do Programa de Desenvolvimento da ONU, o sucesso do pas consiste em combinar o crescimento de renda com um elevado nvel de igualdade. Ao longo do tempo, a Noruega conseguiu aumentar sua renda e, ao mesmo tempo, garantir que os rendimentos sejam distribudos de modo uniforme. (Adaptado de ndice de Desenvolvimento Humano: o que faz da Noruega o melhor lugar para se viver? Huffpost Brasil, 17/12/2015.)

Questão
2019Redação

(UNICAMP - 2019 - 2FASE) PROPOSTA 1 Voc um(a) estudante do Ensino Mdio na rede pblica estadual e soube de um acontecimento revoltante na sua escola: sua professora de Filosofia recebeu ofensas e ameaas annimas por suposta tentativa de doutrinao poltica, ao ter iniciado o curso sobre as origens da Cidadania e dos Direitos Humanos modernos com o texto a seguir: A ningum, nem aos deuses nem aos demnios, nem s tiranias da terra nem s tiranias do cu, foi dado o poder de impedir aos homens o exerccio daquele que o primeiro e o maior de seus atributos: o exerccio do pensamento. Podem amarrar as mos de um homem, impedindo-lhe o gesto. Podem atar-lhe os ps, impedindo-lhe o andar. Podem vazar-lhe os olhos, impedindo a vista. Podem cortar-lhe a lngua, impedindo a fala. O direito de pensar, o poder de pensar, porm, esto acima de todas as violncias e de todas as represses, que nada podem contra seu exerccio. (...) Parece claro que no h abuso mais abominvel que o de tentar impor limitaes ao pensamento de qualquer pessoa. Pretender suprimir o pensamento de quem quer que seja o maior dos crimes. Pois no apenas um crime contra uma pessoa, mas contra a prpria espcie humana, uma vez que o pensamento o atributo que distingue o ser humano dos demais seres criados sobre a face da terra. (...) Na vida na cidade, se um homem neutraliza dentro de si o direito de pensar, a cidade pode ser tomada e dominada pela ferocidade de um tirano, cujo despotismo levar o povo morte pela fome, pela crueldade ou por outras formas de injustia e prepotncia. E se no o povo todo, pelo menos uma parte do povo, certamente, ser arrastada opresso, tortura, ao crcere ou a qualquer outra forma de perdio. Os tiranos no gostam que as pessoas pensem. (Tecrito de Corinto, filsofo grego, sculo II d.C.) A direo da escola ainda no se manifestou publicamente sobre o episdio. Indignado(a) com a tentativa de censura que a professora sofreu por propor aos alunos reflexes fundamentais formao cidad utilizando Tecrito e o pensamento,decidiu escrever o texto de um abaixo-assinado encaminhado direo da escola, em nome dos estudantes, no qual deve: a) reivindicar que a escola se posicione publicamente em defesa da professora; b) reivindicar a manuteno de aulas de Filosofia que tematizem os Direitos Humanos; e c) justificar suas reivindicaes. Para tanto, voc deve levar em conta tanto o texto acima quanto os excertos abaixo. 1. A instruo ser orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instruo promover a compreenso, a tolerncia e a amizade entre todas as naes e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvar as atividades das Naes Unidas em prol da manuteno da paz. (Declarao Universal dos Direitos Humanos, Artigo XXVI, item 2, 1948.) 2. (Alexandre Beck. Disponvel em pa.unicamp.br/direitos-humanos -armandinho-na-upa. Acessado em 24/11/2018.) 3. No que toca aos direitos humanos, a filsofa Hannah Arendt identificou na ruptura trazida pela experincia totalitria do nazismo e do stalinismo a inaugurao do tudo possvel, que levou pessoas a serem tratadas como suprfluas e descartveis. Tal fato contrariou os valores consagrados da Justia e do Direito, voltados a evitar a punio desproporcional e a distribuio no equitativa de bens e situaes. Arendt prope assegurar um mundo comum, marcado pela pluralidade e pela diversidade, o qual, atravs do exerccio da liberdade, impediria o ressurgimento de um novo estado totalitrio de natureza. No mundo contemporneo, continuam a persistir situaes sociais, polticas e econmicas que, mesmo depois do trmino dos regimes totalitrios, contribuem para tornar os homens suprfluos e sem lugar num mundo comum, como a ubiquidade da pobreza e da misria, a ameaa do holocausto nuclear, a irrupo da violncia, os surtos terroristas, a limpeza tnica, os fundamentalismos excludentes e intolerantes. (Adaptado de Celso Lafer, A reconstruo dos direitos humanos: a contribuio de Hannah Arendt. Estudos Avanados, v. 11, n. 30, So Paulo, p. 55-65, maio/ago. 1997.) 4.O bicho est pegando na educao. Fico pensando em que mundo vivem os que acham que as escolas brasileiras sofrem de contaminao poltico-ideolgica comandada por um exrcito organizado de militantes travestidos de professores. uma baita contradio para quem diz defender a pluralidade, e o caminho oposto dos pases de alto desempenho em educao: Estados Unidos (em que alguns Estados oferecem educao sexual desde o sculo XIX), Nova Zelndia, Sucia, Finlndia e Frana. No Brasil, querem interditar o debate. Mesma coisa com os estudos indgenas e africanos, classificados aqui como porta de entrada para favorecer movimentos sociais. J na Noruega, o currculo generoso com o povo sami, habitantes originais do norte da Escandinvia. Doutrinao, por l, chama-se respeito diversidade e s razes da histria do pas. Para piorar, o principal evangelista dessa Bblia do Mal seria Paulo Freire. Justo ele, pacifista convicto e obcecado pela ideia de que as pessoas deveriam pensar livremente. Presos na cortina de fumaa da suposta doutrinao, empobrecemos um pouco mais o debate sobre educao. (Adaptado de Blog do Sakamoto. Disponvel em https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br. Acessado em 05/07/2018.)

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