Kuadro - O MELHOR CURSO PRÉ-VESTIBULAR
Kuadro - O MELHOR CURSO PRÉ-VESTIBULAR
MEDICINAITA - IMEENEMENTRAR
Logo do Facebook   Logo do Instagram   Logo do Youtube

Conquiste sua aprovação na metade do tempo!

No Kuadro, você aprende a estudar com eficiência e conquista sua aprovação muito mais rápido. Aqui você aprende pelo menos 2x mais rápido e conquista sua aprovação na metade do tempo que você demoraria estudando de forma convencional.

Questões de Redação - UNICAMP 2021 | Gabarito e resoluções

1-2 de 2
Questão 2
2021Redação

(UNICAMP - 2021 - 2 Fase) Voc se encontra em uma situao de vulnerabilidade socioeconmica que o deixa mais exposto infeco pelo vrus da Covid-19 e se sente indignado/a com a negligncia do Estado, que no adota medidas srias e eficazes para evitar que voc e outros/as trabalhadores/as corram esse risco. Em um ato de resistncia psquica e poltica, voc decide escrever um dirio para registrar o seu testemunho dos acontecimentos extraordinrios da pandemia da Covid-19 para que as geraes futuras possam entender como as decises polticas de um dado momento so determinantes para a histria da humanidade. Escreva um texto de entrada para o seu dirio, no qual voc deve a) narrar um episdio em que voc corre o risco de contrair a Covid-19 em razo de seu trabalho e; b) denunciar, a partir desse episdio, a necropoltica como forma de organizao de um Estado negligente em relao sade dos mais vulnerveis. Lembre-se de que seu dirio servir de testemunho para que seus descendentes tomem conhecimento do exerccio da necropoltica que marcou a pandemia da Covid-19. Para escrever seu texto, leve em conta a coletnea apresentada a seguir. 1. Necropoltica um conceito desenvolvido pelo filsofo Achille Mbembe que questiona os limites da soberania quando o Estado, baseado em premissas coloniais, racistas e capitalistas, escolhe quem deve viver e quem deve morrer (...). Segundo a pesquisadora Rosane Borges, racismo, capitalismo e necropoltica so inseparveis. Um sustenta o outro. Aquilo que o capitalismo acha que no serve mais, ele abate, porque so corpos negros. O que se faz com a massa sobrante do mercado de trabalho? O que se faz com o contingente de pessoas que no so absorvidas pelas novas competncias tcnicas e tecnolgicas do capitalismo? Se mata, se exclui. Obviamente que essa mesma massa sobrante so corpos negros, mulheres negras, que foram fundamentais para a acumulao de capital. Corpos que foram escravizados e que hoje no interessam mais para o capital. So pessoas que esto vivendo nas franjas do sistema social, marginalizadas. Nesse processo de marginalizao, a gente cria linhas divisrias entre ns e os outros. E esses outros podem ser alvo de tudo. Inclusive da morte. (Adaptado de O que necropoltica. Disponvel em https://ponte.org/o-que-e-necropolitica-e-como-se-aplica-a-seguranca-publica-no-brasil/. Acessado em 15/01/2021.) 2. Quais so as consequncias dessa pandemia no que diz respeito reflexo sobre igualdade, interdependncia global e nossas obrigaes uns com os outros? O vrus no discrimina. Poderamos dizer que ele nos trata com igualdade, nos colocando igualmente diante do risco de adoecer, perder algum prximo e de viver em um mundo marcado por uma ameaa iminente. A desigualdade social e econmica garantir a discriminao do vrus. O vrus por si s no discrimina, mas ns, humanos, certamente o fazemos, moldados e movidos como somos pelos poderes casados do nacionalismo, do racismo, da xenofobia e do capitalismo. Quais mortes chorar? Parece provvel que passaremos a ver um cenrio doloroso no qual algumas criaturas humanas afirmam seu direito de viver a custo de outras, reinscrevendo a distino espria entre vidas passveis de luto e aquelas no passveis de luto, isto , entre aqueles que devem ser protegidos contra a morte a qualquer custo e aqueles cujas vidas no valeriam o bastante para serem salvaguardadas contra a doena e a morte. (Adaptado de Judith Butler, O capitalismo tem seus limites. Disponvel em https://www.redebrasilatual.com.br/blogs/blog-na-rede/2020/03/judith-butler-sobre-a-covid-19-o-capitalismo-tem-seus-limites/. Acessado em 08/09/2020. 5. O chefe de governo negou a gravidade do problema, insultou os coveiros, promoveu aglomeraes e espalhou desinformao sobre o distanciamento, a higienizao e o uso de mscara. Jogou com a vida dos que acreditaram em um remdio incuo, a cloroquina, e nisso comprometeu o Exrcito e o SUS. Desmoralizou os mdicos Ministros da Sade, ignorou medidas que inibiriam a evoluo da doena e deixou mofar milhes de testes que ajudariam a salvar vidas. Aps atribuir poderes polticos s vacinas, o governo federal se dedica agora, negando uma cultura de cem anos, a minar a confiana nelas. Por ele, a pandemia nunca ser superada. (Adaptado de Ruy Castro, Os mdicos sobre Bolsonaro. Disponvel em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ ruycastro/2020/12/os-medicos-sobre-bolsonaro.shtml. Acessado em 14/12/2020.)

Questão
2021Redação

(UNICAMP - 2021 - 2 FASE ) PROPOSTA1 Voc candidato/a a vereador/a em uma cidade de So Paulo. Em sua campanha, prometeu resolver uma situao polmica envolvendo a escola pblica em que estudou. A escola foi fundada em 1965 e tem em seu ptio duas esttuas de figuras histricas apresentadas como glrias passadas do Estado: um bandeirante, que hoje d nome a uma rodovia estadual (Anhanguera), e um missionrio jesuta que fundou a cidade de So Paulo (Padre Anchieta). Tais esttuas sempre passaram despercebidas pela maioria dos estudantes. Em 2020, inspirados no movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), que questionou monumentos erguidos em homenagem a colonizadores e escravagistas na Europa, Estados Unidos e frica, um grupo de estudantes se mobilizou para pedir a retirada das esttuas do ptio da escola. Outros estudantes se manifestaram contra a possvel retirada. Como ex-aluno/a e candidato/a a vereador/a, voc foi convidado/a para discutir o assunto na assembleia estudantil dessa escola. Voc ento decide preparar um discurso poltico a ser proferido na assembleia. Em seu texto, voc deve: a) fazer um balano das duas vises em disputa; b) assumir uma posio sobre como agir diante do dilema da retirada ou no das esttuas, argumentando no sentido de convencer os estudantes ali presentes. Lembre-se de que, como lder poltico, sua posio ter impacto nos encaminhamentos da assembleia. Para escrever seu texto, leve em conta a coletnea apresentada a seguir. 1. Bandeirante: indivduo que no Brasil colonial tomou parte em bandeira (no sentido de expedio); paulista (no sentido de natural ou habitante); que ou o que abre caminho; desbravador, precursor, pioneiro. (Dicionrio Houaiss on-line. Disponvel em https://houaiss.uol.com.br/corporativo/apps/uol_www/v5-4/html/index.php#1. Acessado em 28/09/2020.) 2. Os vndalos do bem escolheram o alvo certo. Assim como os intelectuais de ontem, que ergueram esttuas para celebrar as ideias hegemnicas da poca, os de hoje esto dispostos a derrub-las em nome do mesmo princpio covarde. Uma esttua uma cicatriz da histria, uma marca inscrita pelo passado no corpo paisagstico da sociedade. Nas praas, nos parques ou nas ruas, as esttuas alertam-nos sobre o passado - ou melhor, sobre incontveis camadas de passado. A derrubada desses smbolos revela o desejo tirnico de exterminar a memria social. Uma esttua erguida no passado no representa uma celebrao presente de um personagem ou de uma ideologia, mas apenas a prova material de que, um dia, em outra poca, isso foi celebrado. (Adaptado de Demtrio Magnoli, Derrubada de esttua a imposio do esquecimento. Folha de So Paulo, 26/06/2020.) 3. 4. Cidades so locais de memria e temos o direito de atribuirmos novos sentidos a monumentos que outrora esculpimos em pedra. No se apaga a histria, escrita com a caneta dos vencedores. No caso de esttuas, questiona-se quem merece um pedestal pblico. A escolha no est entre depredar monumentos ou deix-los intocveis. Podemos, ao invs disso, ter a maturidade de escolher no elogiar genocidas em nosso espao pblico e derrubar monumentos. Civilidade essa que , alis, infinitamente superior das figuras representadas nesses monumentos. Seja para p-los em museus, para coloc-los em cemitrios de esculturas, para ressignific-los, quando o valor artstico permite, seja para destru-los, quando este valor for pfio. (Adaptado de Thiago Amparo, Borba Gato deve cair. Folha de So Paulo, 14/06/2020.) 5. Como todos os missionrios do Brasil, Anchieta protegia os ndios e benzia a escravido dos negros. Para ele, o cativeiro dos ltimos livrava os primeiros da explorao colonial. Depois, o padre Antnio Vieira completou a justificao jesutica do trfico negreiro, afirmando que o escravismo tambm salvava os africanos do paganismo. Ao fio dos anos, acumulando negcios, os jesutas se tornaram grandes proprietrios de escravos. A fazenda de Santa Cruz, que lhes pertencia, era a maior propriedade escravista das Amricas por volta de 1750, concentrando mais de mil cativos negros e mulatos. (Adaptado de Luiz Felipe Alencastro, Santo Anchieta dos poucos. Folha de So Paulo, 20/07/2014.) 6. Os motivos que moviam os bandeirantes eram trs. Em primeiro lugar, a riqueza: comerciantes endinheirados organizavam bandeiras para descobrir novas minas e depsitos de ouro, prata e pedras como a esmeralda. Em segundo lugar, a propriedade: fazendeiros financiadores usavam as expedies para ampliar suas terras, aumentando o territrio para cultivo ou criao de gado. Por fim, a mo de obra: muitas viagens tinham como objetivo recapturar escravos fugitivos ou ento encontrar ndios que pudessem ser escravizados. (Adaptado de https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-era-umaexpedicao-dos-bandeirantes/. Acessado em 25/09/2020.)

1-2 de 2