(UPE - 2018) Aristteles, em Arte Potica, menciona trs gneros literrios: lrico, pico e dramtico. Ao primeiro denominou de palavra cantada; ao segundo, de palavra narrada e ao terceiro, de palavra representada. Considerando os conceitos do estudioso grego, leia os trs textos a seguir: TEXTO 3 J no largo Oceano navegavam, As inquietas ondas apartando; Os ventos brandamente respiravam, Das naus as velas cncavas inchando; Da branca escuma os mares se mostravam Cobertos, onde as proas vo cortando As martimas guas consagradas, Que do gado de Prteo so cortadas, (Cames) TEXTO 4 [...] Chega o Parvo ao batel do Anjo e diz: PARVO Hou da barca! ANJO Que me queres? PARVO Queres-me passar alm? ANJO Quem s tu? PARVO Samica algum. ANJO Tu passars, se quiseres; porque em todos teus fazeres per malcia nom erraste. (Gil Vicente) TEXTO 5 Discreta e formosssima Maria, Enquanto estamos vendo a qualquer hora Em tuas faces a rosada Aurora, Em teus olhos e boca o Sol e o dia. Enquanto com gentil descortesia O ar, que fresco Adnis te namora, Te espalha a rica trana voadora Quando vem passear-te pela fria. Goza, goza da flor da mocidade, Que o tempo trata a toda ligeireza, E imprime em toda a flor sua pisada. Oh no aguardes, que a madura idade, Te converta essa flor, essa beleza, Em terra, em cinza, em p, em sombra, em nada. (Gregrio de Matos) Analise as proposies a seguir, colocandoVnas verdadeiras eFnas falsas. ( ) Os textos esto na ordem em que se encontram as denominaes de gnero, presentes no enunciado, sendo o primeiro lrico, o segundo, pico e o terceiro, dramtico. ( ) Os trs textos possuem a mesma temtica e so estruturados no mesmo gnero literrio, pois apresentam caractersticas semelhantes, apesar de pertencerem a trs momentos literrios distintos. ( ) O texto 5, de Gregrio de Matos, lrico, porque possui como tema a efemeridade do tempo, enquanto a estrofe do poema camoniano pica, por narrar o incio da viagem de Vasco da Gama s ndias; j o texto 4, sendo um Auto vicentino, pertence ao gnero dramtico. ( ) No h nenhum texto lrico; todos so dramticos, porque se organizam pela palavra representada. ( ) Cada um dos textos pertence a um gnero literrio diferente: no texto 3, pode-se afirmar que a palavra narrada; no texto 4, representada, e no texto 5, cantada. Assinale a alternativa que apresenta a sequnciaCORRETA.
(UPE/SSA1 - 2016/ Adaptada) Aristteles, ao admitir a arte como recriao da realidade, tambm sistematizou e organizou parmetros, em seu livro Arte Potica, para distinguir os tipos de produo literria existentes na poca. Hoje denominamos esses trs diferentes tipos de texto de lrico (palavra cantada), pico (palavra narrada) e dramtico (palavra representada). Partindo dos conceitos acima expressos, leia os trs textos a seguir: Texto 1 Corridinho O amor quer abraar e no pode. A multido em volta, com seus olhos cedios, pe caco de vidro no muro para o amor desistir. O amor pega o cavalo, desembarca do trem, chega na porta cansado de tanto caminhar a p. O amor usa o correio, o correio trapaceia, a carta no chega, o amor fica sem saber se ou no . Fala a palavra aucena, pede gua, bebe caf, dorme na sua presena, chupa bala de hortel. Tudo manha, truque, engenho: descuidar, o amor te pega, te come, te molha todo. Mas gua o amor no (Adlia Prado) Texto 2 Enquanto isto se passa na formosa Casa etrea do Olimpo omnipotente, Cortava o mar a gente belicosa J l da banda do Austro e do Oriente, Entre a costa Etipica e a famosa Ilha de So Loureno; e o Sol ardente Queimava ento os Deuses que Tifeu Co temor grande em peixes converteu. To brandamente os ventos os levavam Como quem o Cu tinha por amigo; Sereno o ar e os tempos se mostravam, Sem nuvens, sem receio de perigo. O promontrio Prasso j passavam Na costa de Etipia, nome antigo, Quando o mar, descobrindo, lhe mostrava Novas ilhas, que em torno cerca e lava. (Cames) Texto 3 Entra Todo o Mundo, rico mercador, e faz que anda buscando alguma cousa que perdeu; e logo aps, um homem, vestido como pobre. Este se chama Ningum e diz: Ningum: Que andas tu a buscando? Todo o Mundo: Mil cousas ando a buscar: delas no posso achar, porm ando porfiando por quo bom porfiar. Ningum: Como hs nome, cavaleiro? Todo o Mundo: Eu hei nome Todo o Mundo e meu tempo todo inteiro sempre buscar dinheiro e sempre nisto me fundo. Ningum: Eu hei nome Ningum, e busco a conscincia. Belzebu: Esta boa experincia: Dinato, escreve isto bem. Dinato: Que escreverei, companheiro? Belzebu: Que ningum busca conscincia. e todo o mundo dinheiro. Ningum: E agora que buscas l? Todo o Mundo: Busco honra muito grande. Ningum: E eu virtude, que Deus mande que tope com ela j. Belzebu: Outra adio nos acude: escreve logo a, a fundo, que busca honra todo o mundo e ningum busca virtude. (Gil Vicente) Analise as afirmativas a seguir e coloque V nas Verdadeiras e F nas Falsas. ( ) Os trs textos, consoante Aristteles, pertencem aos gneros dramtico, lrico e pico, respectivamente. ( ) O texto 2 expressa uma viso do sentimento amoroso, traduzida por uma voz lrica emotiva, que corresponde ao eu potico criado pela autor. ( ) O texto 2 traz o relato do incio da viagem de Vasco da Gama, recurso usado por Cames para narrar a histria do povo lusitano, em Os Lusadas, mais clebre epopeia em Lngua Portuguesa. ( ) O texto 3 um fragmento do Auto da Lusitnia, em que o autor Gil Vicente critica os vcios humanos com base nas aes de quatro personagens: Todo o Mundo, Ningum, Dinato e Belzebu. ( ) O texto 3 retrata uma realidade social que perdura at os dias atuais, o que justifica o fato de as peas vicentinas serem consideradas atemporal e aespacial. a atualidade dos temas utilizados pelo teatrlogo medieval, que torna suas peas aceitas por expectadores de diferentes pocas. Assinale a alternativa que contm a sequncia CORRETA.
(UPE - 2015) Retrato do artista quando coisa A maior riqueza do homem a sua incompletude. Nesse ponto sou abastado. Palavras que me aceitam como sou eu no aceito. No aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa vlvulas, que olha o relgio, que compra po s 6 da tarde, que vai l fora, que aponta lpis, que v a uva etc. etc. Perdoai. Mas eu preciso ser Outros. Eu penso renovar o homem usando borboletas. Barros, Manoel. Manoel de Barros: Poesia Completa. So Paulo: Leya, 2013. Proibida pra mim (Charlie Brown Jr.) Ela achou meu cabelo engraado Proibida pra mim no way Disse que no podia ficar Mas levou a srio o que eu falei Eu vou fazer de tudo que eu puder Eu vou roubar essa mulher pra mim Eu posso te ligar a qualquer hora mas eu nem sei seu nome! Se no eu, quem vai fazer voc feliz? Se no eu, quem vai fazer voc feliz? ...Guerra! Eu me flagrei pensando em voc em tudo que eu queria te dizer em uma noite especialmente boa no h nada mais que a gente possa fazer Eu vou fazer tudo o que eu puder Eu vou roubar essa mulher pra mim posso te ligar a qualquer hora mas eu nem sei seu nome! Se no eu, quem vai fazer voc feliz? Se no eu, quem vai fazer voc feliz?... Guerra! Disponvel em: http://www.vagalume.com.br/zeca-baleiro/proibida-pra-mim.html#ixzz39Nbxl53B A intertextualidade e a interdiscursividade esto presentes em textos literrios ou no literrios. Pode-se dizer que tanto a intertextualidade quanto a interdiscursividade so elementos que, se bem utilizados, tendem ao enriquecimento do discurso e ou do gnero textual. Nesse sentido, considerando o que se afirma, assinale a alternativa CORRETA.
(Upe/2015) As Vanguardas europeias são movimentos artísticos e culturais, com repercussão em muitas escolas literárias brasileiras. Pode-se, inclusive, afirmar que elementos constitutivos das Vanguardas estão presentes em autores e obras da estética literária modernista. Sendo assim, diante dessa afirmativa, assinale a alternativa CORRETA.
(Upe 2015) No Arcadismo brasileiro, encontram-se textos épicos, líricos e satíricos. Com base nessa afirmação, leia os textos a seguir: TEXTO 1 Pastores, que levais ao monte o gado, Vede lá como andais por essa serra; Que para dar contágio a toda a terra, Basta ver-se o meu rosto magoado: Eu ando (vós me vedes) tão pesado; E a pastora infiel, que me faz guerra, É a mesma, que em seu semblante encerra A causa de um martírio tão cansado. Se a quereis conhecer, vinde comigo, Vereis a formosura, que eu adoro; Mas não; tanto não sou vosso inimigo: Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro; Que se seguir quiserdes, o que eu sigo, Chorareis, ó pastores, o que eu choro. Cláudio Manuel da Costa TEXTO 2 [...] Enquanto pasta alegre o manso gado, minha bela Marília, nos sentemos à sombra deste cedro levantado. Um pouco meditemos na regular beleza, que em tudo quanto vive nos descobre a sábia Natureza. [...] Tomás Antônio Gonzaga TEXTO 3 [...] Amigo Doroteu, não sou tão néscio, Que os avisos de Jove não conheça. Pois não me deu a veia de poeta, Nem me trouxe, por mares empolados, A Chile, para que, gostoso e mole, Descanse o corpo na franjada rede. Nasceu o sábio Homero entre os antigos, Para o nome cantar, do grego Aquiles; Para cantar, também, ao pio Enéias, Teve o povo romano o seu Vergílio: Assim, para escrever os grandes feitos Que o nosso Fanfarrão obrou em Chile, Entendo, Doroteu, que a Providência Lançou, na culta Espanha, o teu Critilo. [...] Tomás Antônio Gonzaga - Cartas Chilenas Sobre eles, analise os itens seguintes: I. Os três poemas são árcades e nada têm que possamos considerá-los pertencentes a outro estilo de época, uma vez que seus autores só produziram poemas líricos e com características totalmente arcádicas. Além disso, todos eles trazem referências à mitologia clássica mediante o uso de termos tais como monte, Natureza e Jove, respectivamente, nos textos 1, 2 e 3. II. Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa são poetas árcades, embora o primeiro tenha se iniciado como barroco, daí os trechos dos dois poemas de sua autoria revelarem traços desse momento da Literatura. De outro modo, Cláudio Manuel da Costa, no poema de número 1, se apresenta pré-romântico, razão pela qual sua produção se encontra dividida em dois momentos literários. III. A referência a Critilo, autor textual do oitavo poema, sendo espanhol, é um dado falso que tem por finalidade ocultar a nacionalidade do autor mineiro e, ao mesmo tempo, corroborar a camuflagem da autoria, em decorrência do tom satírico e agressivo da epístola em versos. Contudo, o desejo de ocultação não foi alcançado, porque Tomás Antônio Gonzaga foi preso e deportado, por ter sido atribuída a ele a autoria das referidas Cartas. IV. O tema do amor se faz presente nos poemas 1 e 2. Ambos apresentam bucolismo, característica do Arcadismo, contudo existe algo que os diferencia: o pessimismo do eu poético no texto 1 e a reciprocidade do sentimento amoroso no 2. V. O texto 3, apesar de satírico, nega, pelos aspectos temáticos e formais, qualquer característica do Arcadismo, pois o poeta se preocupa, de modo especial, com os acontecimentos históricos e se exime de preocupação estética, revelando desconhecimento da produção épica de poetas gregos e latinos. Está(ão) CORRETO(S) , apenas, o(s) item(ns)
(Upe 2015) A terceira margem do rio Nosso pai era homem cumpridor, ordeiro, positivo; e sido assim desde mocinho e menino, pelo que testemunharam as diversas sensatas pessoas, quando indaguei a informação. Do que eu mesmo me alembro, ele não figurava mais estúrdio nem mais triste do que os outros, conhecidos nossos. Só quieto. Nossa mãe era quem regia, e que ralhava no diário com a gente - minha irmã, meu irmão e eu. Mas se deu que, certo dia, nosso pai mandou fazer para si uma canoa. Era a sério. Encomendou a canoa especial, de pau de vinhático, pequena, mal com a tabuinha da popa, como para caber justo o remador. Mas teve de ser toda fabricada, escolhida forte e arqueada em rijo, própria para dever durar na água por uns 20 ou 30 anos. Nossa mãe jurou muito contra a ideia. Seria que, ele, que nessas artes não vadiava, se ia propor agora para pescarias e caçadas? Nosso pai nada não dizia. Nossa casa, no tempo, ainda era mais próxima do rio, obra de nem quarto de légua: o rio por aí se estendendo grande, fundo, calado que sempre. Largo, de não se poder ver a forma da outra beira. E esquecer não posso, do dia em que a canoa ficou pronta. Sem alegria nem cuidado, nosso pai encalcou o chapéu e decidiu. Um adeus para a gente. Nem falou outras palavras, não pegou matula e trouxa, não fez alguma recomendação. Nossa mãe, a genteachou que ela ia esbravejar, mas persistiu somente alva de pálida, mascou o beiço e bramou: - "Cê vai, ocê fique, você nunca volte!" Nosso pai suspendeu a resposta. Espiou manso para mim, me acenando de vir também, por uns passos. Temi a ira de nossa mãe, mas obedeci, de vez de jeito. O rumo daquilo me animava, chega que um propósito perguntei: - "Pai, o senhor me leva junto, nessa sua canoa?" Ele só retomou a olhar em mim, e me botou a bênção, com gesto me mandando para trás. Fiz que vim, mas ainda virei, na grota do mato, para saber. Nosso pai entrou na canoa e desamarrou, pelo remar. E a canoa saiu se indo - a sombra dela por igual, feito um jacaré, comprida longa. Nosso pai não voltou. Ele não tinha ido a nenhuma parte. Só executava a invenção de se permanecer naqueles espaços do rio, de meio a meio, sempre dentro da canoa, para dela não saltar, nunca mais.” ROSA, João Guimarães. “A terceira margem do rio”. In Primeiras Estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005. Analise as afirmativas a seguir: I. No fragmento do conto A terceira margem do rio, o leitor pode perceber que a linguagem utilizada pelo narrador tem especificidades que dão à narrativa um ritmo próprio e uma originalidade quando comparada a outros textos produzidos na mesma época, no Brasil.II. O narrador, um menino que presencia a partida do pai, também presencia a discordância da mãe em relação à atitude paterna. Em muitos momentos do conto, a linguagem do sertanejo, com seus trejeitos e modos, é enunciada pelo autor, confirmando seu estilo que merece sempre destaque.III. Os irmãos do narrador, mesmo diante da decisão do pai de ir embora, não esboçam qualquer reação. Eles sabem que o pai não voltará, mas não se importam. Essa declaração é confirmada pelo narrador do conto A terceira margem do rio, no momento em que ele diz: “Sem alegria nem cuidado, nosso pai encalcou o chapéu e decidiu. Um adeus para a gente”.IV. O pai do narrador, embora diante das contrariedades da esposa: “Nossa mãe jurou muito contra a ideia”, não mudava de ideia: “Nosso pai nada não dizia”. Em razão da qualidade narrativa, da história, do enredo, da boa psicologia das personagens, o conto de Guimarães Rosa permite muitas interpretações, muitas impressões sobre a atitude do pai do narrador.V. A decisão do pai do narrador de sair de casa foi motivada pelo fato de não suportar mais a convivência com aquela família repleta de problemas, vivenciando muitos desafios a serem vencidos. Isso fica evidenciado na hora em que o narrador diz: “Ele só retomou a olhar em mim, e me botou a bênção, com gesto me mandando para trás.” Está CORRETO:
(Upe 2015) Em relação à Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto, coloque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. ( ) Trata-se do relato da história de um retirante que, tomando como modelo Vidas secas, deixa seu torrão natal e vai para a metrópole em busca de melhor qualidade de vida. Assim, Severino, protagonista do Auto de Natal pernambucano, chega ao Recife e consegue ascender socialmente, pois é contratado para trabalhar em uma fábrica atingindo seus objetivos. ( ) Integra o texto cabralino uma cena intitulada Funeral do lavrador, composta por redondilhas, a qual foi musicada por Chico Buarque de Holanda, na década de 1970, momento de plena ditadura. Contudo, o texto não sofreu nenhuma censura do sistema constituído, por não apresentar ideologia, na época, considerada subversiva. ( ) Morte e vida severina segue a estrutura de um auto. Como romance que é, em treze capítulos, a personagem central desloca-se da Serra da Costela, situada no interior de Alagoas, vem margeando o Rio Capibaribe, chega ao Recife, onde se encontra com Mestre Carpina. ( ) O texto de João Cabral é composto por versos metrificados, redondilhas, numa perfeita harmonia entre a personagem e a linguagem, peculiar à literatura popular desde os autos do teatrólogo português Gil Vicente até a atualidade. ( ) Nos versos: E se somos Severinos / iguais em tudo na vida, / morremos de morte igual, / mesma morte severina: / que é a morte de que se morre / de velhice antes dos trinta, encontramos o uso de aliterações que trazem musicalidade ao texto. Além disso, a palavra severina exerce uma função adjetiva, pois qualifica o substantivo morte de modo criativo e inusitado. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.
(Upe 2015) Machado de Assis, Guimarães Rosa e Clarice Lispector são romancistas e contistas, cujas narrativas apresentam observações profundas do comportamento humano. Sobre esse tema, coloque V nas afirmativas verdadeiras e F nas falsas. ( ) Em Dom Casmurro, conto da primeira fase da obra machadiana, há uma análise minuciosa do comportamento da mulher pertencente à classe burguesa, pois Capitu se apresenta como personagem ambígua e interesseira, que não mede esforços para dilapidar o patrimônio do marido, tal como acontece no capítulo Libras esterlinas. ( ) Laços de família é uma coletânea de Clarice Lispector, composta por 13 contos que, na maioria, possuem como protagonistas personagens femininas, tomando-se como exemplo Ana, no conto Amor, e Dona Anita, em Feliz aniversário. Nas duas narrativas, elas são idosas e lamentam só terem descoberto a si mesmas em idade avançada. ( ) Primeiras histórias, de Guimarães Rosa e Laços de família, de Clarice Lispector demonstram a preocupação de seus autores com a linguagem, característica peculiar à produção literária tanto do escritor mineiro quanto da autora brasileira, assim considerada, apesar de ter nascido na Ucrânia. ( ) Dom Casmurro, de Machado de Assis, Famigerado, de Guimarães Rosa, e Uma galinha, de Clarice Lispector são três narrativas que têm por narradores-personagens , a galinha e Famigerado. Por essa razão, os três relatos são protagonizados por figuras ambíguas, resultantes do comprometimento dos personagens-narradores. ( ) Em Dom Casmurro, são narrados acontecimentos que se passam no Rio de Janeiro; o mesmo fato ocorre no conto Amor, cuja personagem Ana é identificada por um substantivo que, ao sofrer inversão, mantém-se inalterado, pois nada se lhe modifica. Já em A menina de lá, o espaço é um lugar que ficava para trás da Serra do Mim, quase no meio de um brejo de água limpa, lugar chamado o Temor-de-Deus. Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 1Em qualquer língua, de qualquer época, desde que em uso, ocorreram mudanças, em todos os estratos, em todos os níveis, o que significa dizer que, naturalmente, 12qualquer língua manifesta-se num conjunto de diferentes falares, que atendem às exigências dos diversos contextos de uso dessa língua. 10Pensar numa língua uniforme, falada em todo canto e em toda hora do mesmo jeito, é um mito que tem trazido consequências desastrosas para a autoestima das pessoas (principalmente daquelas de meios rurais ou de classes sociais menos favorecidas) e que tem confundido, há séculos, os professores de língua. 5Exatamente, 13por essa heterogeneidade de falares é que a língua se torna complexa, pois, 11por eles, se instaura o movimento dialético da língua: da língua que está sendo, que continua igual e da língua que vai ficando diferente. 2Não querer reconhecer essa natural tensão do movimento das línguas é deixar de apanhar a natureza mesma de sua forma de existir: histórica e culturalmente situada. 6Por conta dessas vinculações da língua com as situações em que é usada, a voz de cada um de nós é, na verdade, um coro de vozes. 3Vozes de todos os que nos antecederam e com os quais convivemos atualmente. Vozes daqueles que construíram os significados das coisas, que atribuíram a elas um sentido ou um valor semiológico. Vozes que pressupõem papéis sociais de quem as emite; que expressam visões, concepções, crenças, verdades e ideologias. 14Vozes, portanto, que, partindo das pessoas em interação, significam expressão de suas visões de mundo e, ao mesmo tempo, criação dessas mesmas visões. 7A língua é, assim, um grande ponto de encontro; de cada um de nós, com os nossos antepassados, com aqueles que, de qualquer forma, fizeram e fazem a nossa história. Nossa língua está embutida na trajetória de nossa memória coletiva. Daí, 4o apego que sentimos à nossa língua, ao jeito de falar de nosso grupo. Esse apego é uma forma de selarmos nossa adesão a esse grupo. 8Tudo isso porque linguagem, língua e cultura são, reiteramos, realidades indissociáveis. 9É nesse âmbito que podemos surpreender as raízes do processo de construção e expressão de nossa identidade ou, melhor dizendo, de nossa pluralidade de identidades. É nesse âmbito que podemos ainda experimentar o sentimento de partilhamento, de pertença, de ser gente de algum lugar, de ser pessoa que faz parte de determinado grupo. Quer dizer, pela língua afirmamos: temos território; não somos sem pátria. Pela língua, enfim, recobramos uma identidade. ANTUNES, Irandé. Língua, texto e ensino. Outra escola possível. São Paulo: Parábola, 2009, p. 22-23. (Upe 2015) Releia o 6 parágrafo do texto. É nesse âmbito que podemos surpreender as raízes do processo de construção e expressão de nossa identidade ou, melhor dizendo, de nossa pluralidade de identidades. É nesse âmbito que podemos ainda experimentar o sentimento de partilhamento, de pertença, de ser gente de algum lugar, de ser pessoa que faz parte de determinado grupo. Quer dizer, pela língua afirmamos: temos território; não somos sem pátria. Pela língua, enfim, recobramos uma identidade. Sobre o processo coesivo do trecho lido, analise as proposições a seguir. I. Itens lexicais que compartilham a mesma área semântica, como partilhamento e pertença, concorrem para a manutenção temática. II. Por meio do recurso do paralelismo, o termo o sentimento coordena os complementos de partilhamento, de pertença, de ser gente [...] e de ser pessoa [...], num processo de reiteração desses segmentos. III. Nos trechos: É nesse âmbito que e de ser pessoa que faz parte, os termos destacados retomam palavras que os antecedem. Na primeira ocorrência, a palavra retomada é âmbito; na segunda, a palavra retomada é pessoa. IV. A expressão Quer dizer altera o teor do trecho que a antecede, já que essa expressão introduz uma retificação. Estão CORRETAS:
(UPE - 2014) Vozes da seca Seu dout os nordestino tm muita gratido Pelo auxlio dos sulista nessa seca do serto Mas dout uma esmola a um homem qui so Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidado por isso que pidimo proteo a vosmic Home pur nis escudo para as rdias do pud Pois dout dos vinte estado temos oito sem chov Veja bem, quase a metade do Brasil t sem cum D servio a nosso povo, encha os rio de barrage D cumida a preo bom, no esquea a audage Livre assim nis da ismola, que no fim dessa estiage Lhe pagamo int os juru sem gastar nossa corage Se o dout fizer assim salva o povo do serto Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nao! Nunca mais nis pensa em seca, vai d tudo nesse cho Como v nosso distino merc tem na vossa mo Luiz Gonzaga e Z Dantas. Disponvel em: http://letras.mus.br/luiz-gonzaga/47103. Acesso em: 17/07/2013. Alguns versos da cano se configuram como enunciados que incitam ao e, por isso, so denominados, quanto tipologia textual, de injuntivos. Exemplificam enunciados injuntivos os seguintes versos
(Upe 2014) Ali ficamos um pedaço, bebendo e folgando, ao longo dela, entre esse arvoredo, que é tanto, tamanho, tão basto e de tantas prumagens, que homens as não podem contar. Há entre ele muitas palmas, de que colhemos muitos e bons palmitos. Parece-me gente de tal inocência que, se homem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos, porque eles, segundo parece, não têm, nem entendem nenhuma crença. E, portanto, se os degredados, que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles, segundo a santa intenção de Vossa Alteza, se hão de fazer cristãos e crer em nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque, certo, esta gente é boa e de boa simplicidade. E imprimir-se-á ligeiramente neles qualquer cunho, que lhes quiserem dar. E pois Nosso Senhor, que lhes deu bons corpos e bons rostos, como a bons homens, por aqui nos trouxe, creio que não foi sem causa. Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem qualquer outra alimária, que costumada seja ao viver dos homens. Nem comem senão desse inhame, que aqui há muito, e dessa semente e frutos, que a terra e as árvores de si lançam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios, que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos. Partindo da leitura das três citações da Carta de Pero Vaz de Caminha, analise os itens a seguir: I. Trata-se de um documento histórico que exalta a terra descoberta mediante o uso de expressões valorativas dos hábitos e costumes de seus habitantes, o que, de um lado, revela a surpresa dos portugueses recém-chegados, de outro, tem a intenção de instigar o rei a dar início à colonização. II. Ao afirmar que os habitantes da nova terra não têm nenhuma crença, Caminha faz uma avaliação que denota seu desconhecimento sobre a cultura daqueles que habitam a terra descoberta, pois todos os grupos sociais, primitivos ou não, têm suas crenças e mitos. III. Caminha usa a conversão dos gentios como argumento para atrair a atenção do Rei Dom Manuel sobre a terra descoberta, colocando, mais uma vez, a expansão da fé cristã como bandeira dos conquistadores portugueses. IV. Ao afirmar que os habitantes da terra descoberta não lavram nem criam, alimentam-se do que a natureza lhes oferece, Caminha tece uma crítica à inaptidão e inércia daqueles que vivem mal, utilizando, por desconhecimento, as riquezas naturais da região. V. As citações revelam que a Carta do Achamento do Brasil tem por objetivo descrever a nova terra de modo a atrair os que estão distantes pela riqueza e beleza de que é possuidora. Estão CORRETOS, apenas,
(Upe 2014) No Arcadismo brasileiro, encontramos textos líricos, épicos e satíricos. Sobre isso, é CORRETO afirmar que
(Upe/2014) A arquitetura da cana-de-açúcar Os alpendres das casas-grandes de par em par abertos, anchos, cordiais como a hora do almoço, apesar disso não são francos. O aberto alpendre acolhedor no casarão sem acolhimento tira a expressão amiga, amável do que é fora e não dentro: dos lençóis de cana, tendidos, postos ao sol até onde a vista, e que lhe dão o sorriso aberto que disfarça o que dentro é urtiga. (João Cabral de Melo Neto) O bicho Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem. (Manuel Bandeira) Cidadezinha qualquer Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor contar. Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus! (Carlos Drummond de Andrade) Em relação aos três poemas, assinale a alternativa CORRETA.
(UPE - 2014) Ali ficamos um pedao, bebendo e folgando, ao longo dela, entre esse arvoredo, que tanto, tamanho, to basto e de tantas prumagens, que homens as no podemcontar. H entre ele muitas palmas, de que colhemos muitos e bons palmitos. Parece-me gente de tal inocncia que, se homem os entendesse e eles a ns, seriam logocristos, porque eles, segundo parece, no tm, nem entendem nenhuma crena. E, portanto,se os degredados, que aqui ho de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, noduvido que eles, segundo a santa inteno de Vossa Alteza, se ho de fazer cristos e crer emnossa santa f, qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque, certo, esta gente boa ede boa simplicidade. E imprimir-se- ligeiramente neles qualquer cunho, que lhes quiserem dar. E pois Nosso Senhor, que lhes deu bons corpos e bons rostos, como a bons homens, por aquinos trouxe, creio que no foi sem causa. Eles no lavram, nem criam. No h aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha,nem qualquer outra alimria, que costumada seja ao viver dos homens. Nem comem senodesse inhame, que aqui h muito, e dessa semente e frutos, que a terra e as rvores de silanam. E com isto andam tais e to rijos e to ndios, que o no somos ns tanto, com quantotrigo e legumes comemos. Partindo da leitura das trs citaes da Carta de Pero Vaz de Caminha, analise os itens aseguir: I. Trata-se de um documento histrico que exalta a terra descoberta mediante o uso deexpresses valorativas dos hbitos e costumes de seus habitantes, o que, de um lado, revelaa surpresa dos portugueses recm-chegados, de outro, tem a inteno de instigar o rei a darincio colonizao. II. Ao afirmar que os habitantes da nova terra no tm nenhuma crena, Caminha faz umaavaliao que denota seu desconhecimento sobre a cultura daqueles que habitam a terradescoberta, pois todos os grupos sociais, primitivos ou no, tm suas crenas e mitos. III. Caminha usa a converso dos gentios como argumento para atrair a ateno do Rei DomManuel sobre a terra descoberta, colocando, mais uma vez, a expanso da f crist comobandeira dos conquistadores portugueses. IV. Ao afirmar que os habitantes da terra descoberta no lavram nem criam, alimentam-se doque a natureza lhes oferece, Caminha tece uma crtica inaptido e inrcia daqueles quevivem mal, utilizando, por desconhecimento, as riquezas naturais da regio. V. As citaes revelam que a Carta do Achamento do Brasil tem por objetivo descrever a novaterra de modo a atrair os que esto distantes pela riqueza e beleza de que possuidora. Esto CORRETOS, apenas,
(UPE - 2013) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Articulista da Forbes ironiza o status que o brasileiro d para o automvel At a americana revista Forbes anda rindo da obsesso do brasileiro em encarar o automvel como smbolo de status. No ltimo sbado, o blog do colaborador Kenneth Rapoza, especialista nos chamados Brics (Brasil, Rssia, ndia e China), trouxe um artigo intitulado O Jeep Grand Cherokee de ridculos 80 mil dlares do Brasil. A tese do artigo: os brasileiros confundem qualidade com preo alto e se dispem a pagar 189 mil reais (89.500 dlares) por um carro desses que, nos Estados Unidos, s mais um carro comum. Por esse preo, ironiza Rapoza, seria possvel comprar trs Grand Cherokees se esses brasileiros vivessem em Miami junto de seus amigos. O articulista lembra que a Chrysler lanar o Dodge Durango SUV, que nos Estados Unidos custa 54 mil reais, no Salo do Automvel de So Paulo por 190 mil reais. Um professor de escola primria do Bronx pode comprar um Durango. Ok, no um zero quilmetro, mas um de dois ou trs anos, absolutamente bem conservado, exemplifica, para mostrar que o carro supostamente no vale o quanto custa no Pas. O autor salienta que o alto custo ocorre por conta da taxao de 50% em produtos importados e da ingenuidade do consumidor que acredita que um Cherokee tem o mesmo valor que um BMW X5 s porque tem o mesmo preo. Desculpem, Brazukas, mas no h nenhum status em um Toyota Corolla, Honda Civic, Jeep Grand ou Dodge Durango. No sejam enganados pelo preo de etiqueta. Vocs definitivamente esto sendo roubados. E conclui o artigo: Pensando dessa maneira, imagine que um amigo americano contasse que acabou de comprar um par de Havaianas de 150 dlares. Voc diria que ele pagou demais. claro que esses chinelos so sexy e chic, mas no valem 150 dlares. Quando o assunto carro e seu status no Brasil, as camadas mais altas esto servindo Pitu e 51 em suas caipirinhas e pensando que bebida de alta qualidade. Disponvel em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/articulista-da-forbes-ironiza-o-status-que-o-brasileiro-da-para-oautomovel. (Adaptado) Ao longo do texto, relaes semnticas e coesivas so construdas por diferentes tipos de expresses conectivas e sequenciadoras. Sobre esse aspecto, analise as proposies a seguir. I. A preposio At (1 pargrafo) sugere exclusividade no que tange ao posicionamento da revista Forbes sobre o status do automvel para o brasileiro. II. A preposio para (2 pargrafo) introduz o propsito, a finalidade do exemplo trazido pelo articulista Kenneth Rapoza. III. A expresso s porque (3 pargrafo) estabelece uma relao de causa e consequncia entre as partes do texto que conecta. IV. A conjuno mas (3 pargrafo) explicita uma oposio a um fato do senso comum brasileiro, ironicamente desacreditado pelo articulista da Forbes. V. Embora resida na conjuno Quando (4 pargrafo) um sentido temporal, nesse contexto, a relao configurada espacial, pois se compara o Brasil a outros pases. Esto CORRETAS, apenas,