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VestibularEdição do vestibular
Disciplina

(AFA - 2015)PROVA DE REDAO Com base nos textos lid

(AFA - 2015)

PROVA DE REDAÇÃO

Com base nos textos lidos e gráficos analisados, contidos na prova de Língua Portuguesa, no perfil de mulheres por eles apresentado e na discussão por eles suscitada, escreva um texto dissertativo-argumentativo, problematizando a questão do aumento do número de mulheres no mercado de trabalho.

Atenção:

• Considere os textos anteriores como motivadores e fonte de dados. Não os copie, sob pena de ter a redação zerada. • A redação deverá conter no mínimo 100 (cem) palavras, considerando-se palavras todas aquelas pertencentes às classes gramaticais da Língua Portuguesa.
• Recomenda-se que a redação seja escrita em letra cursiva. Caso seja utilizada letra de forma (caixa alta), as letras maiúsculas deverão receber o devido realce.
• Utilize caneta de tinta preta ou azul.
• Dê um título à redação.

 

MULHER BOAZINHA

(Martha Medeiros)

Qual o elogio que uma mulher adora receber 1?

2Bom, se você está com tempo, pode-se listar aqui uns setecentos: mulher adora que verbalizem seus atributos, sejam eles físicos ou morais.

Diga que ela é uma mulher inteligente3 , 4e ela irá com a sua cara.

Diga que ela tem um ótimo caráter e um corpo que é uma provocação, e ela decorará o seu número.

Fale do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso, da sua presença de espírito, da sua aura de mistério, de como ela tem classe: ela achará você muito observador e lhe dará uma cópia da chave de casa.

5Mas não pense que o jogo está ganho6: manter o cargo vai depender da sua perspicácia para encontrar novas qualidades nessa mulher poderosa, absoluta.

7Diga que ela cozinha melhor que a sua mãe, que ela tem uma voz que faz você pensar obscenidades, que 8ela é um avião no mundo dos negócios.

Fale sobre sua competência, seu senso de oportunidade, seu bom gosto musical.

Agora 9quer ver o mundo cair 10?

Diga que ela é muito boazinha.

Descreva aí uma mulher boazinha.

Voz fina, roupas pastel, calçados rente ao chão.

Aceita encomendas de doces, contribui para a igreja, cuida dos sobrinhos nos finais de semana.

Disponível, serena, previsível, nunca foi vista negando um favor.

11Nunca teve um chilique.

12Nunca colocou os pés num show de rock.

É queridinha.

Pequeninha.

Educadinha.

13Enfim, uma mulher boazinha.

Fomos boazinhas por séculos.

Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada, ceguinhas.

Vivíamos no nosso mundinho, 14rodeadas de panelinhas e nenezinhos.

A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas, crucifixo em cima da cama, tudo certinho.

Passamos um tempão assim, comportadinhas, enquanto íamos alimentando um desejo incontrolável de virar a mesa.

15Quietinhas, mas inquietas.

16Até que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas.

Ninguém mais fala em namoradinhas do Brasil: somos atrizes, estrelas, profissionais.

Adolescentes não são mais brotinhos: são garotas da geração teen.

Ser chamada de patricinha é ofensa mortal.

Pitchulinha é coisa de retardada.

Quem gosta de diminutivos, definha.

Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa.

17Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo.

As boazinhas não têm defeitos.

Não têm atitude.

Conformam-se com a coadjuvância.

PH neutro.

Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenções, é o pior dos desaforos.

Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas, apressadas, é 18isso que somos hoje.

Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmáticos.

As “inhas” não moram mais aqui.

Foram para o espaço, sozinhas.

(Disponível em: http://pensador.uol.com.br/frase/NTc1ODIy/ acesso em 28/03/14)

ELAS QUEREM O TOPO

O sucesso de algumas mulheres pioneiras em áreas dominadas pelos homens mostra que elas podem chegar lá - e revela como isso anda difícil.

(Marcela Buscato)

              O passeio preferido da brasiliense Neiriane
arcelli da Silva Costa, quando criança, era
acompanhar seu pai, suboficial da Força Aérea
Brasileira (FAB), nos desfiles militares. Ela gostava de
5observar os aviões no céu e sonhava em estar um dia
no lugar dos pilotos. “Eu me desiludia ao pensar que
nunca poderia realizar meu sonho, porque apenas
Homens pilotavam aviões militares”, diz Marcelli, hoje
Com 28 anos. Até o dia em que oficiais da FAB foram
10ao colégio dela para contar uma novidade: a partir daquele
ano, 2002, as meninas também poderiam se inscrever
no curso de oficiais aviadores. Marcelli se formou cinco
anos depois na Academia da Força Aérea (AFA),
Integrou um esquadrão em Belém, no Pará, e hoje
15ensina os cadetes da AFA, em Pirassununga, interior de
São Paulo. O ambiente, dominado por homens, nunca a
intimidou. “Não pensei se faria alguma diferença ser
mulher. Era o que queria fazer.”
              A tenente Marcelli faz parte de uma geração de
20mulheres criadas para pensar que o limite para elas é o
mesmo que para os homens: o céu. Algumas
alcançaram essa fronteira literalmente, como Marcelli.
Outras, no sentido figurado. Nunca as mulheres
chegaram tão longe: à Presidência da República ou da
25Petrobrás, a maior empresa do país. As conquistas,
como sempre, dão origem a novas e ainda mais
ambiciosas aspirações. As mulheres querem
permanecer na liderança e avançar em muitas áreas.
Elas conquistaram um território dominado pelos
30homens. Contaram com mudanças na sociedade (que
permitiu mulheres oficiais aviadoras) e com alta dose de
eterminação pessoal. Suas histórias contêm lições
para outras desbravadoras – e para os homens também.
(...)

 

(Época, número 823, 10 de março de 2014. Editora Globo; p.60 – adaptado)

PALAVRAS DO COMANDANTE


 “As mulheres estão conquistando cada vez\
mais espaço na Força Aérea Brasileira. Só em pensar
que, em 2002, o efetivo da FAB era composto por,
apenas, 3.249 mulheres e que hoje em dia, já somam
59.250, isso mostra o quanto elas têm se esforçado para
ajudar na defesa do país. (P) E, aos poucos, elas
lcançam patentes cada vez mais altas. Já existem,
inclusive, mulheres Tenente-Coronel e, este ano, as
primeiras aviadoras chegam ao posto de Capitão. É
10bem possível que, no futuro, tenhamos mulheres
Coronel e, quem sabe, possam chegar ao posto de
Oficial-General.”


(NOTAER, ano XXXVII/nº3, março de 2014, p.3)

 

(Época, número 823, 10 de março de 2014. Editora Globo; p.64 -adaptado)

(NOTAER, ano XXXVII/nº3, março de 2014, p.7)