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Questões de Redação - AFA | Gabarito e resoluções

1-10 de 10
Questão 1
2023Redação

(AFA - 2023) TEXTO I Carta Nela [terra], at agora, no pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porm a terra em si de muito bons ares, assim frios e temperados, como os de Entre Douro e Minho, porque neste tempo de agora os achvamos como os de l. As guas so muitas; infindas. E em tal maneira graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se- nela tudo, por bem das guas que tem. Porm o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que ser salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lanar. E que a no houvesse mais que ter aqui esta pousada para esta navegao de Calecute, bastaria. Quando mais disposio para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa santa f. (CAMINHA, Pero Vaz de. Carta. In: PEREIRA, Paulo Roberto Dias. (Org.) Os trs nicos testemunhos do descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Lacerda Ed., 1999, p. 58.) TEXTO II Cano do exlio (Gonalves Dias) Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabi; As aves, que aqui gorjeiam, No gorjeiam como l. Nosso cu tem mais estrelas, Nossas vrzeas tm mais flores, Nossos bosques tm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, noite, Mais prazer encontro eu l; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabi. Minha terra tem primores, Que tais no encontro eu c; Em cismar sozinho, noite Mais prazer encontro eu l; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabi. No permita Deus que eu morra Sem que eu volte para l; Sem que desfrute os primores Que no encontro por c; Sem quinda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabi. Coimbra, julho de 1843 (BARBOSA, Frederico (Org.). Clssicos da poesia brasileira antologia da poesia brasileira anterior ao Modernismo. So Paulo: O Estado de So Paulo/Klick Editora, 1997, p. 66-67.) TEXTO III A Ptria Ama, com f e orgulho, a terra em que nasceste! Criana! no vers nenhum pas como este! Olha que cu! que mar! que rios! que floresta! A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, um seio de me a transbordar carinhos. V que vida h no cho! v que vida h nos ninhos, Que se balanam no ar, entre os ramos inquietos! V que luz, que calor, que multido de insetos! V que grande extenso de matas, onde impera Fecunda e luminosa, a eterna primavera! Boa terra! jamais negou a quem trabalha o po que mata a fome, o teto que agasalha... Quem com o seu suor a fecunda e umedece, V pago o seu esforo, e feliz, e enriquece! Criana! no vers pas nenhum como este: Imita na grandeza a terra em que nasceste! (BILAC, Olavo. Poesias infantis. Rio de Janeiro, Minas, So Paulo: Francisco Alves Cia,1904, p. 114-115.) TEXTO IV Cano do expedicionrio (Guilherme de Almeida) Voc sabe de onde eu venho? Venho do morro, do Engenho, Das selvas, dos cafezais, Da boa terra do coco, Da choupana onde um pouco Dois bom, trs demais, Venho das praias sedosas, Das montanhas alterosas, Dos pampas, do seringal, Das margens crespas dos rios, Dos verdes mares bravios Da minha terra natal. Por mais terras que eu percorra, No permita Deus que eu morra Sem que volte para l; Sem que leve por divisa Esse V que simboliza A vitria que vir: Nossa vitria final, Que a mira do meu fuzil, A rao do meu bornal, A gua do meu cantil, As asas do meu ideal, A glria do meu Brasil. Voc sabe de onde eu venho? de uma Ptria que eu tenho No bojo do meu violo; Que de viver em meu peito Foi at tomando jeito De um enorme corao. Deixei l atrs meu terreiro, Meu limo, meu limoeiro, Meu p de jacarand, Minha casa pequenina L no alto da colina Onde canta o sabi. /.../ (POLCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL. Departamento de Educao e Cultura. Disponvel em https://dec.pm.df.gov.br/images/pdf/Hinos_e_Cancoes_Militares _-_reduzido.pdf. Acesso em 24/03/2022.) TEXTO V TEXTO VI Com base nos textos contidos nesta prova, bem como no seu conhecimento de mundo, escreva um texto dissertativoargumentativo, em prosa, adequado para a seguinte situao comunicativa: Participao em um concurso de redao destinado a estudantes do Ensino Mdio, cujo tema : 200 anos de Independncia do Brasil Instrues: Considere os textos desta prova como motivadores e fonte de dados. No os copie, sob pena de ter a redao zerada. A redao dever conter no mnimo 100 (cem) palavras, considerando-se palavras todas aquelas pertencentes s classes gramaticais da Lngua Portuguesa. Recomenda-se que a redao seja escrita em letra cursiva legvel. Caso seja utilizada letra de forma (caixa alta), as letras maisculas devero receber o devido realce. Utilize caneta de tinta preta ou azul. D um ttulo redao. No assine a folha de redao.

Questão 65
2022Redação

(AFA - 2022) Com base nos textos contidos nesta prova, bem como no seu conhecimento de mundo, escreva um texto dissertativo-argumentativo, em prosa, posicionando-se sobre a seguinte afirmao de Raul Marinho Gregorin: Acontece que d para levar vantagem em tudo sem fazer com que os outros saiam em desvantagem. TEXTO I: O HOMEM CORDIAL Marcos A Rossi de 1936 o livro Razes do Brasil, do historiador Srgio Buarque de Holanda. Nele est contida a ideia de homem cordial, uma das maiores contribuies j realizadas para a compreenso do Brasil e dos brasileiros. 5 O homem cordial resultado de um cruzamento entre a cultura colonial e o improviso de um pas para para sempre inacabado , afetuoso, interesseiro e autoritrio: adora obter vantagens em tudo, detesta regras, vive em busca de atalhos favorveis: no v problemas no que faz de errado, 10 embora seja raivoso na hora de apontar os erros dos outros. Variao muito mal-humorada de um tipo nico de homo brasilliensis, o homem cordial avesso ao esforo metdico e concentrao; prefere o circunstancial, a moda do momento o jeito mais rpido de conquistar aquilo 15 que deseja. Adepto do curtir a vida adoidado o homo brasilliensis encarnado no homem cordial sofre muito diante do de compromissos que exijam dispndio de energia e tempo - na cultura humana do juro, opta sempre por curtir hoje e pagar amanh, em vez de investir agora para 20 saborear depois por tempo indeterminado e mais tranquilo. A impessoalidade no trato, as regras universais, a tica como parmetro para a tomada de decises, o antever dos desdobramentos da sua ao sobre a vida e o planeta, o incentivo ao fortalecimento de instituies pblicas e 25 sociais, nada disso agrada ao homem cordial, que no esconde amar o familiarismo nas relaes sociais, as regras particulares, a moral privada, o salva-se quem- puder, o apelo a sadas pessoais diante de problemas e questes que so, de superfcie e de fundo, coletivas. Em 30 1936, Srgio Buarque de Holanda apontava esses traos culturais brasileiros como uma barreira intransponvel para a democracia. E Hoje? Creio que a atualidade da ideia de homem cordial salta aos olhos de quem observa com interesse o pas. Rasta saber o tamanho desse malfazejo 35 esplio. (Fonte: Marco A., Rossi. Acesso 10/01/2013 s 12:30 p.mhttp://travessia21.blogspot.com.br/2013/01/0-homem-cordial.html.) TEXTO II: A VERDADEIRA LEI DE GRSON Raul Marinho Gregorin Voc se lembra daquele clebre comercial do cigarro Vila Rica, onde nosso tricampeo Grson falava a famosa frase: ...Porque voc tem que levar vantagem em tudo, cerrrto? A frase teve tanto 5 impacto que acabou sendo criada a Lei de Grson, que simboliza o oportunismo e a falta de escrpulos tpicas de uma grande parcela da nossa sociedade.(...) Concordo que nossa postura oportunista realmente contribui para nos manter neste estado de 10 atraso econmico e culturam em que vivemos. S que a Lei de Grson, na verdade muito mais antiga que o prprio. No excelente livro Mau, Empresrio do imprio, de Jorge Caldeira (Ed. Companhia das Letras), percebe-se que h quase duzentos anos atrs esta lei j 15 era cumprida. Alis, essa deve ser a lei mais antiga do Brasil, pois desde as capitanias hereditrias nossa histria pontilhada de exemplos de oportunismo e falta de escrpulos. A prpria escravido no deixa de ser uma mostra do vis tico de nossa sociedade desde 20 tempos imemoriais, mas isso j outra histria. Eu no conheo a biografia do Grson, muito menos do publicitrio que criou a frase e o comercial do Vila Rica. Mas acho muito improvvel que o Grson real seja um oportunista sanguinrio como ficou sendo sua 25 imagem. Nem acredito que o diretos da criao da agncia poderia imaginar que esta frase seria usada mais de vinte anos depois para designar esta nossa caracterstica. Nossa lngua ferina. Quando a Volkswagen 30 lanou o Fusca com teto solar no final da dcada de60, as vendas despencaram depois que passou a ter a conotao de carro chifrudo. A VASP na dcada de 35 criou um voo noturno ligando So Paulo ao Guaruj para atender aos executivos que deixavam suas famlias no balnereo e passavam a semana trabalhando na capital. O nome do voo era Corujo devido ao horrio. No demorou muito o voo passou a ser apelidado de Cornudo, pelo fato das esposas ficarem na praia enquanto os maridos ficavam na cidade. A VASP teve 40 que cancelar a linha por falta de passageiros. E bvio que a VW tinha introduzido o teto solar baseado no fato do Brasil ser um pas quente e ensolarado, perfeito para aquele opcional. S que o consumidor preferia ficar passando calor a ser visto 45 dirigindo um carro com um buraco no teto para deixar os chifres de fora. O voo corujo era perfeito, especialmente na poca em que no havia Piaaguera e, para chegar ao Guaruj de carro na alta temporada, o motorista tinha que enfrentar horas de fila na balsa. Mas 50 era melhor demorar oito ou dez horas de carro do que ir de avio, em meia hora, num voo chamado Cornudo... Com o comercial do Grson foi a mesma coisa. Levar vantagem em tudo no significa que os outros tem que levar desvantagem. O oportunismo foi incorporado 55 frase por quem a leu/ouviu, no por quem a escreveu/disse. O problema que passou a ficar (para usar um conceito atual) politicamente incorreto levar vantagem em alguma coisa. Na verdade, parece que nossa sociedade se 60 divide em dois grandes blocos: um que leva vantagem em tudo (no sentido pejorativo) e outro que no pode levar vantagem em nada. Acontece que d para levar vantagem em tudo sem fazer com que os outros saiam em desvantagem. Voc no precisa esmagar a outra 65 parte para sair ganhando. (http://www.geocities.ws/cp_adhemar/leidegerson.html. Acesso em: 10 abril 2017. Texto revisado conforme a nova ortografia.) TEXTO III: Observe a seguir um dos cartazes da campanha publicitria sobre o cigarro Vila Rica - que circulou no Brasil durante a dcada de 1970 - e deu origem chamada Lei de Grson, conforme citado no 1 pargrafo do texto II. O personagem do cartaz o jogador de futebol Grson, j citado tambm no Texto II. TEXTO IV: Instrues: Considere os textos desta prova como motivadores e fontes de dados. No os copie, sob pena de ter a redao zerada. A redao dever conter no mnimo 100 (cem) palavras, considerando-se palavras todas aquelas pertencentes s classes gramaticais da Lngua Portuguesa. D um ttulo redao

Questão
2021Redação

(AFA - 2021) Com base nos textos da prova de Lngua Portuguesa e no seu conhecimento de mundo, escreva um texto dissertativoargumentativo, em prosa, refletindo sobre o seguinte questionamento: Quais atitudes concretas todo cidado pode tomar para evitar e combater a violncia contra a mulher? TEXTO I As mulheres so vtimas de violncia porque so mulheres Wnia Pasinato. Nos ltimos anos, a violncia contra as mulheres no Brasil vem se tornando assunto pblico e reconhecido como problema ao qual qualquer mulher, independentemente de raa, cor, etnia, idade ou classe social pode estar sujeita. Trata-se de reconhecer que a violncia no um infortnio pessoal, mas tem origem na constituio desigual dos lugares de homens e mulheres nas sociedades a desigualdade de gnero -, que tem implicaes no apenas nos papis sociais do masculino e feminino e nos comportamentos sexuais, mas tambm em uma relao de poder. Em outras palavras, significa dizer que a desigualdade estrutural. Ou seja, social, histrica e culturalmente a sociedade designa s mulheres um lugar de submisso e menor poder em relao aos homens. Qualquer outro fator o desemprego, o alcoolismo, o cime, o comportamento da mulher, seu jeito de vestir ou exercer sua sexualidade no so causas, mas justificativas socialmente aceitas para que as mulheres continuem a sofrer violncia. (...) Em anos recentes, esse reconhecimento foi acompanhado por mudanas na forma como devemos responder a essa violncia, atacando no as justificativas, mas as causas. O pas tornou-se referncia internacional com a Lei 11.340/2006 a Lei Maria da Penha, cujo diferencial a forma de abordar o problema, propondo a criminalizao e a aplicao de penas para os agressores, mas tambm medidas que so dirigidas s mulheres para a proteo de sua integridade fsica e de seus direitos, alm de medidas de preveno destinadas a modificar as relaes entre homens e mulheres na sociedade, campo no qual a educao desempenha papel estratgico. Apesar de tudo, o Brasil segue sendo um pas violento para as mulheres. Anualmente so registradas centenas de ocorrncias de violncia domstica, de violncia sexual, alm das elevadas taxas de homicdios de mulheres que, quando motivadas pelas razes de gnero, so tipificadas como feminicdios. Esses nmeros expressam uma parte do problema e comumente dizemos que a subnotificao uma caracterstica dessas situaes. O medo, a dvida, a vergonha so algumas explicaes para esse silncio, mas novamente nos contentamos em olhar para as justificativas e no para as causas. (...) De modo geral, mudamos as leis, mas no a forma como as instituies funcionam. O Sistema de Justia segue atuando de forma seletiva e distribuindo de forma desigual o acesso Justia. Existem poucos servios especializados para atender as mulheres em situao de violncia. Faltam protocolos que orientem o atendimento. Falta capacitao para os profissionais cuja atuao muitas vezes balizada por convices pessoais e julgamentos de valor que nada tm a ver com os direitos humanos. (...) Disponvel em: https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/notcia/2018/02/ violencia-contra-mulher-wania-pasinato.html - Acesso em 30/06/2020 TEXTO II Porm igualmente uma santa. Diziam os vizinhos. E D. Eullia apanhando. um anjo. Diziam os parentes. E D. Eullia sangrando. Porm igualmente se surpreenderam na noite em que, mais bbado que de costume, o marido, depois de surr-la, jogou-a pela janela, e D. Eullia rompeu em asas o voo de sua trajetria COLASANTI, Marina. Um espinho de marfim e outras histrias. Porto Alegre: L PM, 1999 TEXTO III Mulheres de Atenas Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Vivem pros seus maridos Orgulho e raa de Atenas Quando amadas, se perfumam Se banham com leite, se Arrumam Suas melenas Quando fustigadas no choram Se ajoelham, pedem, imploram Mais duras penas; cadenas Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Sofrem pros seus maridos Poder e Fora de Atenas (...) Elas no tm gosto ou vontade Nem defeito, nem qualidade Tm medo apenas No tm sonhos, s tm Pressgios O seu homem, mares, Naufrgios Lindas sirenas, morenas Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Temem por seus maridos Heris e amantes de Atenas As jovens vivas marcadas E as gestantes abandonadas No fazem cenas Vestem-se de negro, se Encolhem Se conformam e se recolhem s suas novenas, serenas HOLANDA, Chico Buarque de. Meus caros amigos. LP, 1976. Phonogram/Philips TEXTO IV Apelo Amanh faz um ms que a Senhora est longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, no senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. No foi ausncia por uma semana: o batom ainda no leno, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho. Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notcia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no cho, ningum os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, at o canrio ficou mudo. No dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava s, sem o perdo de sua presena, ltima luz na varanda, a todas as aflies do dia. Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate meu jeito de querer bem. Acaso saudade, Senhora? s suas violetas, na janela, no lhes poupei gua e elas murcham. No tenho boto na camisa. Calo a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de ns sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor. TREVISAN, Dalton. Mistrios de Curitiba. 5 ed. Record. Rio de Janeiro, 1996. TEXTO V Disponvel em: https://amarildocharge.wordpress.com/2018/10/27/janelas/ - Acesso em 30/06/2020 TEXTO VI Disponvel em: https://www.humorpolitico.com.br/pxeira/precisamos-lutarjunts-contra-essa-barbarie-eumetoacolher/- Acesso em 30/06/2020

Questão
2020Redação

(AFA - 2020) PROVA DE REDAO Palavra do ano Todo fim de ano a mesma coisa: confraternizaes na firma, festas de Natal e a seleo da palavra do ano por dicionrios gringos. Muito mais do que apenas uma palavra, o termo escolhido procura representar o que marcou o ano como um todo e essa escolha pode provocar reflexes e at polmicas. Dois casos exemplificam bem isso: em 2015, o famoso dicionrio Oxford (editado pela universidade de mesmo nome) fez uma escolha controversa, elegendo como palavra do ano o emoji que chora de rir. Muitos linguistas no receberam bem a deciso, alegando que era uma afronta ao alfabeto. J em 2016, a escolha provocou reflexo: o mesmo dicionrio ingls elegeu o termo ps-verdade como palavra do ano. O termo, que at ento era pouco conhecido, se refere a algo bem atual: a era da ps-verdade aquela em que crenas pessoais tm mais peso do que fatos. Agora: 2018. Escolher uma s palavra para definir este ano deve ter sido um desafio, vide vrios acontecimentos marcantes: crescimento de uma onda conservadora mundial (no Brasil, com um processo eleitoral extremamente polarizado), grande nmero de denncias de assdio contra mulheres vieram a tona, um livro revelou boicotes feitos ao presidente norte-americano Donald Trump pelos prprios assessores dele e at a Alemanha deu vexame na Copa do Mundo. O dicionrio Oxford cravou: a palavra de 2018 txico. (...)Apesar da importncia literal, foi tambm pela versatilidade da palavra que ela foi escolhida:De ar txico a poltica txica, o escopo de sua aplicao em 2018 tornou txico a escolha para nossaPalavra do Ano(). (Disponvel em:https://super.abril.com.br/sociedade/dicionario-oxford-escolhe-a-palavra-do-ano/. Acesso em 03/04/2019) Glossrio: Emoji: termo de origem japonesa que designa uma imagem capaz de transmitir a ideia de uma palavra. Emoji que chora de rir:😂 Considerando as informaes acima, escolha qual, para voc, seria a palavra do ano 2019. Redija um texto dissertativo-argumentativo, em prosa, defendendo a sua escolha. Orientaes: Considere os textos desta prova como motivadores e fontes de dados. No os copie, sob pena de ter a redao zerada. A redao dever conter no mnimo 100 (cem) palavras, considerando-se palavras todas aquelas pertencentes s classes gramaticais da Lngua Portuguesa. Recomenda-se que a redao seja escrita em letra cursiva legvel. Caso seja utilizada letra de forma (caixa alta), as letras maisculas devero receber o devido realce. Utilize caneta de tina preta ou azul. D um ttulo redao. Textos da prova de Lngua Portuguesa: TEXTO I Trecho da pea teatral A raposa e as uvas, escrita por Guilherme de Figueiredo. A cena ocorre na cidade de Samos (Grcia Antiga), na casa de Xants, um filsofo grego, que recebe o convidado Agnostos, um capito ateniense. O jantar servido por Esopo e Melita, escravos de Xants. XANTS (Descobrindo o prato) Ah, lngua! (Comea a comer com as mos , e faz um sinal parta Melita sirva Agnostos. Este tambm comea a comer vorazmente, dando grunhidos de satisfao.) Fizeste bem em trazer lngua, Esopo. realmente uma das melhores coisas do mundo. (Sinal para que sirvam o vinho. Esopo serve, Xants bebe.) Vs, estrangeiro, de qualquer modo bom possuir riquezas. No gostas de saborear esta lngua e este vinho. AGNOSTOS (A boca entupindo comendo) Hum. XANTS Outro prato Esopo. (Esopo sai E. e volta imediatamente com outro prato coberto. Serve, Xants de boca cheia) Que isto? Ah, lngua de fumeiro! bom lngua de fumeiro, heim, amigo? AGNOSTOS Hum. (Xants serve-se de vinho) XANTS (Bebendo vinho, e dando sinais de alegria alcolica) Concorda-se menos comigo, estico, que apesar de desprezares o mundo e seus bens no desprezas o bom vinho de Samos e a boa lngua que os pastores da Arcadia preparam! AGNOSTOS Hum. (Sinal de Xants para que Melita sirva o vinho. Ela obedece.) XANTS Mulher, podias tomar a lira, e cantar um pouco com a tua bela voz. Isto ainda honraria mais o nosso hspede. CLIA Prefiro olhar o repasto, se me permites. Por que no pede a Esopo que conte uma istria? XANTS Esopo, traz outro prato. (Esopo sai E.) Canta mulher. (Um sinal de Clia e Melita lhe traz uma lira.) CLIA (Tangendo a lira, num acompanhamento simples, enquanto entra Esopo e para para escutar) sobre o colo de Vnus Que tua boca emudece sobre o ventre de Vnus Que teu ventre se estremece preso nos ps de Vnus Que sempre teu p se aquece Braos volta de Vnus Assim teu corpo se esquece Sabei, efebos e atletas, Que me rondais desde de cedo Que Vnus que tanto amais Ensinou-me o seu segredo. XANTS Ela canta bem, no? (Serve-se de vinho) AGNOSTOS (respondendo com a boca cheia) Hum. XANTS (A Esopo) Serve outro prato. (Serve) Que trazes a? ESOPO Lngua. XANTS Mais lngua? No te disse que trouxesse o que h de melhor para o meu hspede? Por que s trazes lngua? Queres expor-me ao ridculo? ESOPO Que h de melhor do que a lngua? A lngua o que nos une todos, quando falamos. Sem a lngua nada poderamos dizer. A lngua a chave das cincias, o rgo da verdade e da razo. Graas a lngua dizemos o nosso amor. Com a lngua se ensina, se persuade, se instrui, se reza, se explica, se canta, se descreve, se elogia, se mostra, se afirma. com a lngua que dizemos sim. a lngua que ordena os exrcitos vitria, a lngua que desdobra os versos de Homero. A lngua cria um mundo de Esquilo, a palavra de Demstenes. Toda a Grcia, Xants, das colunas do Partenon s sottuas de Pidias, dos deuses do Olimpo glria sobre Troia, da ode do poeta ao ensinamento do filsofo, toda a Grcia foi feita com a lngua, a lngua de belos gregos claros falando para a eternidade. XANTS (Levantando-se, entusiasmado, j meio brio) Bravo, Esopo. Realmente, tu nos trouxeste o que h de melhor. (Toma outro saco da cintura e atira-o ao escravo) Vai agora ao mercado, e traze-nos o que houver de pior, pois quero ver a sua sabedoria! (Esopo retira-se F. com o saco, Xants fala a Agnostos.) Entao, no til e bom possuir um escravo assim? AGNOSTOS (A boca cheia) Hum. XANTS Mulher bebe tu tambm, que hoje estamos felizes! Bebe! (Sinal a Melita para que sirva o vinho a Clia. Melita obedece) bebe! Eu meu caro confrade que sou precisamente ao contrrio de ti, gosto de usar as riquezas sejam elas um escravo, sejam estes vinhos que bebemos. Mais vinho! (Melita obedece) Hoje eu seria capaz de beber um tonel de vinho! Farias isto comigo filsofo? AGNOSTOS Hum. (Entra Esopo com prato coberto.) XANTS Agora que j sabemos o que h de melhor na terra, vejamos o que h de pior na opinio deste horrendo escravo! Lngua, ainda? Mais lngua? No disseste que lngua era o que havia de melhor? Queres ser espancado? ESOPO A lngua senhor, o que h de pior no mundo. a fonte de todas as intrigas, o incio de todos os processos, a me de todas as discusses. a lngua que usam os maus poetas que nos fatigam na praa, a lngua que usam os filsofos que no sabem pensar. a lngua que mente, que esconde, que tergiverse, que blasfema, que insulta, que se acovarda, que se mendiga, que impreca, que bajula, que destri, que calunia, que vende, que seduz, com a lngua que dizemos morre e canalha e corja. com a lngua que dizemos no. Com a lngua Aquiles mostrou sua clera, com a lngua a Grcia vai tumultuar os pobres crebros humanos para toda a eternidade. A est, Xants, porque a lngua a pior de todas as coisas! TEXTO II Em 1934, um redator de Nova York chamado Robert Pirosh largou o emprego bem remunerado numa agncia de publicidade e rumou para Hollywood, decidido a trabalhar como roteirista. L chegando, anotou o nome e o endereo de todos os diretores, produtores e executivos que conseguiu encontrar e enviou-lhes o que certamente o pedido de emprego mais eficaz que algum j escreveu, pois resultou em trs entrevistas, uma das quais lhe rendeu o cargo de roteirista assistente da MGM. Prezado senhor: Gosto de palavras. Gosto de palavras gordas, untuosas, como lodo, torpitude, glutinoso, bajulador. Gosto de palavras solenes, angulosas, decrpitas, como pudico, ranzinza, pecunioso, valetudinrio. Gosto de palavras esprias, enganosas, como mortio, liquidar, tonsura, mundana. Gosto de suaves palavras com v, como Svengali, avesso, bravura, verve. Gosto de palavras crocantes, quebradias, crepitantes, como estilha, croque, esbarro, crosta. Gosto de palavras emburradas, carrancudas, amuadas, como furtivo, macambzio, escabioso, sovina. Gosto de palavras chocantes, exclamativas, enfticas, como astuto, estafante, requintado, horrendo. Gosto de palavras elegantes, rebuscadas, como estival, peregrinao, elsio, alcone. Gosto de palavras vermiformes, contorcidas, farinhentas, como rastejar, choramingar, guinchar, gotejar. Gosto de palavras escorregadias, risonhas, como topete, borbulho, arroto. Gosto mais da palavra roteirista que da palavra redator, e por isso resolvi largar meu emprego numa agncia de publicidade de Nova York e tentar a sorte em Hollywood, mas, antes de dar o grande salto, fui para a Europa, onde passei um ano estudando, contemplando e perambulando. Acabei de voltar e ainda gosto de palavras. Posso trocar algumas com o senhor? Robert Pirosh Madison Ave, 385 quarto 610 Nova York TEXTO III Janela sobre a palavra (V) Javier Villafae busca em vo a palavra que deixou escapar bem quando ia pronunci-la. Onde ter ido essa palavra, que ele tinha na ponta da lngua? Haver algum lugar onde se juntam todas as palavras que no quiseram ficar? Um reino das palavras perdidas? As palavras que voc deixou escapar, onde estaro sua espera? TEXTO IV Poesia Gastei a manh inteira pensando um verso que a pena no quer escrever. No entanto ele est c dentro inquieto, vivo. Ele est c dentro e no quer sair. Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira. (ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. 8. ed. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 45) TEXTO V Romance das palavras areas /.../ Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potnciaa vossa! ai, palavras, ai, palavras, sois de vento, ides no vento, no vento que no retorna, e, em to rpida existncia, tudo se forma e transforma! Sois de vento, ides no vento, e quedais, com sorte nova! Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potncia, a vossa! todo o sentido da vida principia vossa porta; o mel do amor cristaliza seu perfume em vossa rosa; sois o sonho e sois a audcia, calnia, fria, derrota... /.../ frgil, frgil como o vidro e mais que o ao poderosa! (MEIRELLES, Ceclia, Romanceiro da Inconfidncia. So Paulo: Global, 2015.p.150-152.)

Questão
2019Redação

(AFA - 2019) Com base nos textos da prova de Lngua Portuguesa, bem como no seu conhecimento de mundo, escreva um texto dissertativo-argumentativo, em prosa, sobre o seguinte tema: A violncia em nossa sociedade, sob suas diversas manifestaes, como, por exemplo, nas relaes interpessoais e na cultura.

Questão
2018Redação

(AFA - 2018) PROVA DE REDAO Com base nos textos abaixo e nos textos da prova de Lngua Portuguesa, bem como no seu conhecimento de mundo, escreva um texto dissertativo-argumentativo, em prosa, sobre a seguinte questo: Os efeitos negativos do uso indiscriminado da internet TEXTO I A partilha de informaes ganhou propores nunca imaginadas com a popularizao das redes sociais. Ganhamos agilidade na troca de informaes e estamos mais prximos. Mas a troca indiscriminada de informaes descontextualizadas e humor porttil deixa uma questo em aberto: estamos perdendo o senso crtico? (http://obviousmag.org/archives/2011/09/redes_sociais_e_colaboracao_extrema_O_fim_do_senso_critico-.html.Fragmento.Acesso em: 21 fev 2017) TEXTO II (SALIMENA, Raphael.In:jottaclub.com/2017/02/comisao-de-educasao-do-senado-imajina-qe-seja-a-ora-de-mudar-portugues-emnova-reforma-ortografica/.Acesso em: 11 mar 2017) Observao: D um ttulo redao. Orientaes a) Considere os textos desta prova como motivadores e fonte de dados. No os copie, sob pena de ter a redao zerada. b) A redao dever conter no mnimo 100 (cem) palavras, considerando-se palavras todas aquelas pertencentes s classes gramaticais da Lngua Portuguesa. c) Recomenda-se que a redao seja escrita em letra cursiva legvel. Caso seja utilizada letra de forma (caixa alta), as letras maisculas devero receber o devido realce. d) Utilize caneta de tinta preta ou azul.

Questão
2017Redação

(AFA 2017)

Questão
2016Redação

(AFA - 2016) PROVA DE REDAO TEXTO I Quarto de Despejo O grito da favela que tocou a conscincia do mundo inteiro 2 de MAIO de 1958. Eu no sou indolente. H tempos que eu pretendia fazer o meu diario. Mas eu pensava que no tinha valor e achei que era perder tempo. ...Eu fiz uma reforma para mim. Quero tratar as pessoas que eu conheo com mais ateno. Quero enviar sorriso amavel as crianas e aos operarios. ...Recebi intimao para comparecer as 8 horas da noite na Delegacia do 12. Passei o dia catando papel. A noite os meus ps doiam tanto que eu no podia andar. Comeou chover. Eu ia na Delegacia, ia levar o Jos Carlos. A intimao era para ele. O Jos Carlos tem 9 anos. 3 de MAIO. ...Fui na feira da Rua Carlos de Campos, catar qualquer coisa. Ganhei bastante verdura. Mas ficou sem efeito, porque eu no tenho gordura. Os meninos esto nervosos por no ter o que comer. 6 de MAIO. De manh no fui buscar agua. Mandei o Joo carregar. Eu estava contente. Recebi outra intimao. Eu estava inspirada e os versos eram bonitos e eu esqueci de ir na Delegacia. Era 11 horas quando eu recordei do convite do ilustre tenente da 12 Delegacia. ...o que eu aviso aos pretendentes a poltica, que o povo no tolera a fome. preciso conhecer a fome para saber descrev-la. Esto construindo um circo aqui na Rua Araguaia, Circo Theatro Nilo. 9 de MAIO. Eu cato papel, mas no gosto. Ento eu penso: Faz de conta que estou sonhando. 10 de MAIO. Fui na Delegacia e falei com o Tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse que ele era to amavel, eu teria ido na Delegacia na primeira intimao. (...) O Tenente interessou-se pela educao dos meus filhos. Disse-me que a favela um ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se util a patria e ao pas. Pensei: se ele sabe disso, porque no faz um relatorio e envia para os politicos? O Senhor Janio Quadros, o Kubstchek, e o Dr Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. No posso resolver nem as minhas dificuldades.(...) O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que j passou fome. A fome tambem professora. Quem passa fome aprende a pensar no proximo e nas crianas. 11 de MAIO. Dia das mes. O cu est azul e branco. Parece que at a natureza quer homenagear as mes que atualmente se sentem infeliz por no realizar os desejos de seus filhos. (...) O sol vai galgando. Hoje no vai chover. Hoje o nosso dia. (...) A D. Teresinha veio visitar-me. Ela deu-me 15 cruzeiros. Disse-me que era para a Vera ir no circo. Mas eu vou deixar o dinheiro para comprar po amanh, porque eu s tenho 4 cruzeiros.(...) Ontem eu ganhei metade da cabea de um porco no frigorifico. Comemos a carne e guardei os ossos para ferver. E com o caldo fiz as batatas. Os meus filhos esto sempre com fome. Quando eles passam muita fome eles no so exigentes no paladar. (...) Surgiu a noite. As estrelas esto ocultas. O barraco est cheio de pernilongos. Eu vou acender uma folha de jornal e passar pelas paredes. assim que os favelados matam mosquitos. 13 de MAIO. Hoje amanheceu chovendo. um dia simpatico para mim. o dia da Abolio. Dia que comemoramos a libertao dos escravos. Nas prises os negros eram os bodes expiatorios. Mas os brancos agora so mais cultos. E no nos trata com desprezo. Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz. (...) Continua chovendo. E eu tenho s feijo e sal. A chuva est forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo at passar a chuva para mim ir l no Senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguia. A chuva passou um pouco. Vou sair. (...) Eu tenho d dos meus filhos. Quando eles v as coisas de comer eles brada: Viva a mame!. A manifestao agrada-me. Mas eu j perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o Joo pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Mandei-lhe um bilhete assim: Dona Ida peo-te se pode me arranjar um pouquinho de gordura, para eu fazer sopa para os meninos. Hoje choveu e no pude catar papel. Agradeo. Carolina (...) Choveu, esfriou. o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera comeou a pedir comida. E eu no tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos. E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual a fome! (DE JESUS, Carolina Maria. Quarto de Despejo.) TEXTO II FAVELRIO NACIONAL Carlos Drummond de Andrade Quem sou eu para te cantar, favela, Que cantas em mim e para ningum a noite inteira de sexta-feira e a noite inteira de sbado E nos desconheces, como igualmente no te conhecemos? Sei apenas do teu mau cheiro: Baixou em mim na virao, direto, rpido, telegrama nasal anunciando morte... melhor, tua vida. ... Aqui s vive gente, bicho nenhum tem essa coragem. ... Tenho medo. Medo de ti, sem te conhecer, Medo s de te sentir, encravada Favela, erisipela, mal-do-monte Na coxa flava do Rio de Janeiro. Medo: no de tua lmina nem de teu revlver nem de tua manha nem de teu olhar. Medo de que sintas como sou culpado e culpados somos de pouca ou nenhuma irmandade. Custa ser irmo, custa abandonar nossos privilgios e traar a planta da justa igualdade. Somos desiguais e queremos ser sempre desiguais. E queremos ser bonzinhos benvolos comedidamente sociologicamente mui bem comportados. Mas, favela, ciao, que este nosso papo est ficando to desagradvel. vs que perdi o tom e a empfia do comeo? ... (ANDRADE, Carlos Drummond de. Corpo. Rio de Janeiro: Record, 1984.) Com base nos textos lidos e analisados, contidos na prova de Lngua Portuguesa, e na coletnea que segue abaixo, escreva um texto dissertativo-argumentativo, em prosa, sobre: A realidade da vida nas favelas e a maneira como so apresentadas atualmente para o mundo. TEXTO I DUAS VEZES FAVELA Boris Faust Marginalizados pela excluso social e idealizados no cinema e na msica popular, morros do Rio vivem entre catstrofe e descaso do poder pblico. A imensa tragdia nos morros do Rio de Janeiro relembra o quanto as favelas cariocas fazem parte do imaginrio dos brasileiros. Comeando pela sua origem e por sua designao, elas tm uma histria peculiar e centenria. Embora haja controvrsias a respeito, parecem ter surgido, por volta de 1897, como local de moradia, oferecido pelo governo aos soldados que regressavam da campanha de Canudos [na Bahia]. No por acaso, a designao favela foi dada por esses soldados que, nas proximidades do arraial de Canudos, acamparam num morro, chamado de morro da Favela, em referncia a um arbusto resistente, muito conhecido nas zonas secas do Nordeste. (...) Com uma distncia de 50 anos, o editorial da revista Anhembi, de responsabilidade do escritor e jornalista Paulo Duarte, fala da vitria de Getlio Vargas nas eleies presidenciais de 3 de outubro de 1950, vinculando-a, no Rio de Janeiro, ao meio milho de miserveis, analfabetos, mendigos famintos e andrajosos, espritos recalcados e justamente ressentidos, indivduos tornados pelo abandono homens boais, maus e vingativos, que desceram os morros embalados pela cantiga da demagogia (...). Idealizao do morro O reverso da demonizao da favela veio pela mo do cinema e principalmente da msica popular. No caso do cinema, uma referncia lendria o filme Favela dos Meus Amores, de 1935, do qual, se no estou enganado, no sobrou uma s cpia. Dirigido por Humberto Mauro, com a colaborao de Henrique Pongetti, sua trilha musical era feita de canes e sambas de Ary Barroso, Custdio Mesquita e Orestes Barbosa, entre outros. Milhares de sambas tematizaram a favela, em fases que tm a ver com a histria do pas, onde predominam ora a idealizao romntica (as cabrochas, os barracos sem trinco, a proximidade do cu), ora a violncia (dos marginais ou da polcia), ora o protesto contra as injustias sociais. Isso foi muito bem mostrado por Jane Souto de Oliveira e Maria Hortense Marcier num ensaio intitulado A Palavra Favela, que se encontra no livro j citado de Zaluar e Alvito. Curiosamente, Noel Rosa [1910-37], um dos grandes da msica popular brasileira, tematizou quase todos esses aspectos, inclusive na clebre polmica com Wilson Batista, respectivamente na defesa e na condenao do malandro. Nos versos da msica popular, encontramos s vezes um apelo para que a cidade enfrente o problema da favela e da habitao popular. o caso de Barraco, a clebre cano de Luiz Antonio e Oldemar Magalhes, que no eram compositores do morro, mas sabiam o que diziam: Ai, barraco/ Pendurado no morro/ Vai pedindo socorro/ cidade a seus ps. Bela inverso, em que uma cidade, geograficamente submetida, tem, no entanto, socialmente, uma posio dominante com relao aos habitantes l do alto. At que ponto o pedido de socorro, diante da catstrofe atual, ser ouvido? At que ponto o problema ser enfrentado com um misto de humanidade e competncia tcnica, margem da falsa dualidade remoo ou urbanizao, que percorre a histria das favelas, como se todas as situaes - na realidade, muito diversas - fossem idnticas? A folha corrida do poder pblico, onde consta o crime do esquecimento de tantas e tantas tragdias, no me permite ser otimista. Mas quem sabe assim espero eu esteja completamente enganado. (www1.folha.uol.com.br/paywall/login.shtml?http://www1.folha.uol.com.Br/fsp/mais/fs1804201009.htm acesso em 20/05/2015) TEXTO II A Defensoria Pblica em parceira com o Polos de Cidadania programa de extenso da Faculdade de Direito da UFMG promoveu, no dia 07 de novembro, a Roda de Conversa para debater sobre o tema Favela. O evento contou com a presena de defensores pblicos, estudantes e moradores destas comunidades. (...) Outro tema abordado foi o esteretipo criado acerca da favela e dos seus moradores: a idealizao, a viso romntica de que so pessoas alegres e unidas, que amam e se orgulham do lugar em que vivem, mesmo passando por muitas dificuldades. De acordo com eles, essa ideia, consumida massivamente pela sociedade principalmente por meio das novelas de televiso, acaba por gerar uma cristalizao da posio social destas pessoas, pois, se to contentes esto com a prpria vida, no faz sentido quererem ascender socialmente ou usufruir os mesmos direitos que moradores de outras reas das cidades. A Roda de Conversa foi realizada na data em que se comemora o dia estadual da Favela disse a defensora pblica Cleide Nepomuceno o que nos faz questionar se h algo a ser comemorado, pois, se de um lado est a iniciativa, organizao e coragem dos moradores em construir o seu prprio espao em contraponto inrcia do Estado e a marginalizao imposta pela sociedade, por outro lado existe uma gama de problemas a serem enfrentados. (...) De acordo com a coordenao, quando se pretende lidar com uma determinada realidade, h que se respeit-la em sua autonomia e peculiaridade, ouvindo sua voz e sua histria. Trabalhar em uma favela, exige, antes de tudo, o reconhecimento daquele local e daquelas pessoas enquanto iguais e dotadas de vivncias por ns desconhecidas, que demandam respeito e cuidado. A oportunidade de ter um dilogo horizontal com pessoas que vivenciam cotidianamente a luta pela moradia digna, a luta contra o racismo, contra a marginalizao e criminalizao da pobreza, dentre outras muitas, uma forma tambm de combater os perniciosos esteretipos que so criados acerca do ambiente da favela e seus moradores. (www.anadep.org.br/wtk/pagina/materia?id=21282 - acesso em 20/05/2015)

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2015Redação

(AFA - 2015) PROVA DE REDAO Com base nos textos lidos e grficos analisados, contidos na prova de Lngua Portuguesa, no perfil de mulheres por eles apresentado e na discusso por eles suscitada, escreva um texto dissertativo-argumentativo, problematizando a questo do aumento do nmero de mulheres no mercado de trabalho. Ateno: Considere os textos anteriores como motivadores e fonte de dados. No os copie, sob pena de ter a redao zerada. A redao dever conter no mnimo 100 (cem) palavras, considerando-se palavras todas aquelas pertencentes s classes gramaticais da Lngua Portuguesa. Recomenda-se que a redao seja escrita em letra cursiva. Caso seja utilizada letra de forma (caixa alta), as letras maisculas devero receber o devido realce. Utilize caneta de tinta preta ou azul. D um ttulo redao. MULHER BOAZINHA (Martha Medeiros) Qual o elogio que uma mulher adora receber 1? 2Bom, se voc est com tempo, pode-se listar aqui uns setecentos: mulher adora que verbalizem seus atributos, sejam eles fsicos ou morais. Diga que ela uma mulher inteligente3,4e ela ir com a sua cara. Diga que ela tem um timo carter e um corpo que uma provocao, e ela decorar o seu nmero. Fale do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso, da sua presena de esprito, da sua aura de mistrio, de como ela tem classe: ela achar voc muito observador e lhe dar uma cpia da chave de casa. 5Mas no pense que o jogo est ganho6: manter o cargo vai depender da sua perspiccia para encontrar novas qualidades nessa mulher poderosa, absoluta. 7Diga que ela cozinha melhor que a sua me, que ela tem uma voz que faz voc pensar obscenidades, que 8ela um avio no mundo dos negcios. Fale sobre sua competncia, seu senso de oportunidade, seu bom gosto musical. Agora 9quer ver o mundo cair 10? Diga que ela muito boazinha. Descreva a uma mulher boazinha. Voz fina, roupas pastel, calados rente ao cho. Aceita encomendas de doces, contribui para a igreja, cuida dos sobrinhos nos finais de semana. Disponvel, serena, previsvel, nunca foi vista negando um favor. 11Nunca teve um chilique. 12Nunca colocou os ps num show de rock. queridinha. Pequeninha. Educadinha. 13Enfim, uma mulher boazinha. Fomos boazinhas por sculos. Engolamos tudo e fingamos no ver nada, ceguinhas. Vivamos no nosso mundinho, 14rodeadas de panelinhas e nenezinhos. A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas, crucifixo em cima da cama, tudo certinho. Passamos um tempo assim, comportadinhas, enquanto amos alimentando um desejo incontrolvel de virar a mesa. 15Quietinhas, mas inquietas. 16At que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas. Ningum mais fala em namoradinhas do Brasil: somos atrizes, estrelas, profissionais. Adolescentes no so mais brotinhos: so garotas da gerao teen. Ser chamada de patricinha ofensa mortal. Pitchulinha coisa de retardada. Quem gosta de diminutivos, definha. Ser boazinha no tem nada a ver com ser generosa. 17Ser boa bom, ser boazinha pssimo. As boazinhas no tm defeitos. No tm atitude. Conformam-se com a coadjuvncia. PH neutro. Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenes, o pior dos desaforos. Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas, apressadas, 18isso que somos hoje. Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmticos. As inhas no moram mais aqui. Foram para o espao, sozinhas. (Disponvel em: http://pensador.uol.com.br/frase/NTc1ODIy/ acesso em 28/03/14) ELAS QUEREM O TOPO O sucesso de algumas mulheres pioneiras em reas dominadas pelos homens mostra que elas podem chegar l - e revela como isso anda difcil. (Marcela Buscato) O passeio preferido da brasiliense Neiriane arcelli da Silva Costa, quando criana, era acompanhar seu pai, suboficial da Fora Area Brasileira (FAB), nos desfiles militares. Ela gostava de 5observar os avies no cu e sonhava em estar um dia no lugar dos pilotos. Eu me desiludia ao pensar que nunca poderia realizar meu sonho, porque apenas Homens pilotavam avies militares, diz Marcelli, hoje Com 28 anos. At o dia em que oficiais da FAB foram 10ao colgio dela para contar uma novidade: a partir daquele ano, 2002, as meninas tambm poderiam se inscrever no curso de oficiais aviadores. Marcelli se formou cinco anos depois na Academia da Fora Area (AFA), Integrou um esquadro em Belm, no Par, e hoje 15ensina os cadetes da AFA, em Pirassununga, interior de So Paulo. O ambiente, dominado por homens, nunca a intimidou. No pensei se faria alguma diferena ser mulher. Era o que queria fazer. A tenente Marcelli faz parte de uma gerao de 20mulheres criadas para pensar que o limite para elas o mesmo que para os homens: o cu. Algumas alcanaram essa fronteira literalmente, como Marcelli. Outras, no sentido figurado. Nunca as mulheres chegaram to longe: Presidncia da Repblica ou da 25Petrobrs, a maior empresa do pas. As conquistas, como sempre, do origem a novas e ainda mais ambiciosas aspiraes. As mulheres querem permanecer na liderana e avanar em muitas reas. Elas conquistaram um territrio dominado pelos 30homens. Contaram com mudanas na sociedade (que permitiu mulheres oficiais aviadoras) e com alta dose de eterminao pessoal. Suas histrias contm lies para outras desbravadoras e para os homens tambm. (...) (poca, nmero 823, 10 de maro de 2014. Editora Globo; p.60 adaptado) PALAVRAS DO COMANDANTE As mulheres esto conquistando cada vez\ mais espao na Fora Area Brasileira. S em pensar que, em 2002, o efetivo da FAB era composto por, apenas, 3.249 mulheres e que hoje em dia, j somam 59.250, isso mostra o quanto elas tm se esforado para ajudar na defesa do pas. (P) E, aos poucos, elas lcanam patentes cada vez mais altas. J existem, inclusive, mulheres Tenente-Coronel e, este ano, as primeiras aviadoras chegam ao posto de Capito. 10bem possvel que, no futuro, tenhamos mulheres Coronel e, quem sabe, possam chegar ao posto de Oficial-General. (NOTAER, ano XXXVII/n3, maro de 2014, p.3) (poca, nmero 823, 10 de maro de 2014. Editora Globo; p.64 -adaptado) (NOTAER, ano XXXVII/n3, maro de 2014, p.7)

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2014Redação

(AFA - 2014) PROVA DE REDAO A MOA E A CALA Foi no Cinema Pax, em Ipanema. O filme em exibio ruim: O menino mgico. Se mgico adulto geralmente chato, imaginem menino. Mas isso no vem ao caso. O que vem ao caso a mocinha muito da 5redondinha, condio que seu traje apertadinho deixava sobejamente clara. A mocinha chegou, comprou a entrada, apanhou, foi at a porta, mas a o porteiro olhou pra ela e disse que ela no podia entrar: _ No posso por qu? 10 _ A senhora est de Saint-Tropez. _ E da? Da o porteiro olhou pras exuberncias fsicas dela, sorriu e foi um bocado sincero: _ Por mim a senhora entrava. (Provavelmente completou baixinho... e 15entrava bem.) Mas o gerente tinha dado ordem de que no podia com aquela cala bossa-nova e, sabe como ... ele tinha que obedecer, de maneira que sentia muito, mas com aquela cala no. _ O senhor no vai querer que eu tire a cala. 20 Ns, que estvamos perto, quase respondemos por ele: _ Como no, dona! _ Mas ela no queria resposta. Queria era discutir a legitimidade de suas apertadas calas Saint-Tropez. Disse ento que suas calas eram to compridas como outras quaisquer. O 25cinema Pax dos padres e talvez por causa desse detalhe que no pode Saint-Tropez. A cala, de fato, era comprida como as outras, mas embaixo. Em cima era curta demais. O umbigo ficava ali, isolado, parecendo at o representante de Cuba em conferncias 30panamericanas. _ Quer dizer que com minhas calas eu no entro? _ Quis ela saber ainda mais uma vez. E vendo o porteiro balanar a cabea em sinal negativo, tornou a perguntar: _ E de saia? 35 De saia podia. Ela ento abriu a bolsa, tirou uma saia que estava dentro, toda embrulhadinha (devia ser pra presente). Desembrulhou e vestiu ali mesmo, por cima do pomo da discrdia. No caso, a cala Saint Tropez. Depois, calmamente, afrouxou a cala e deixou 40que a dita escorresse saia abaixo. Apanhou, guardou na bolsa e entrou com uma altivez que s vendo. Enquanto rasgava o bilhete, o porteiro comentou: _ Fao votos que ela tenha outra por baixo. 45Outra cala, naturalmente. (Stanislaw Ponte Preta) A FAVOR DA DIFERENA, CONTRA TODA DESIGUALDADE A maioria das pessoas acredita que est isenta de preconceitos. No entanto at sua linguagem contradiz esta crena. De modo especial, o corpo, que deveria ser um elemento de agregao e de comunicao, se torna 5elemento de discriminao. Coube-me fazer uma pesquisa com dez adolescentes sobre a presena da violncia na escola atravs da palavra. Todos afirmaram que j agrediram e foram agredidos com palavras. Surpreende que os 10adolescentes veem no corpo um elemento de discriminao. A obesidade, a altura, pequenos defeitos fsicos so motivos de preconceito. Acontece que nossa sociedade seleciona um determinado corpo como modelo e quem no obedece a 15este padro est fora de cogitao. Num pas de pobres que no conseguem ter uma alimentao equilibrada e nem os cuidados mnimos com a sade, a consequncia a marginalizao. As pessoas com necessidades especiais 20tambm so consideradas anormais. muito comum agredir verbalmente as pessoas chamando-as de retardadas. At os pobres entram na dana da agresso. Um xingamento comum o de vileiro ou favelado. E o que dizer dos adolescentes homossexuais? 25 Diferena x desigualdade Existe a viso de que a diferena se identifica com a desigualdade. H um padro de ser humano 30estandardizado e nico que deve servir de metro para o julgamento das pessoas. O grande desafio para a educao descobrir este currculo oculto verdadeiro e forte para enfrent-lo adequadamente. H pessoas que dizem que s a educao 35capaz de salvar e desenvolver um pas. At aqui todos esto de acordo. Contudo importante se perguntar qual o tipo de educao necessria para um pas como o Brasil, que tem uma das maiores concentraes de renda do mundo. H pessoas que tiveram acesso a 40todos os estudos possveis e, no entanto, continuam defendendo uma sociedade livre sem ser justa, o que, convenhamos uma grande possibilidade. Pesquisa realizada pela Fundao Instituto de Pesquisas Econmicas (Fipe), a pedido do MEC, 45demonstrou que quanto mais preconceito e prticas discriminatrias existem numa escola, pior o desempenho de seus estudantes. Foram entrevistadas 18.500 pessoas entre alunos, pais, diretores, professores e funcionrios de 501 escolas de todo o 50Brasil. Do total de estudantes entrevistados, 70% tm menos de 20 anos. Esta pesquisa revela que praticamente todos os entrevistados (99,3%) tm preconceito em algum nvel. Sobre contra quem eles admitem ter preconceito, 55revelaram: homossexual, deficiente mental, cigano, deficiente fsico. Enquanto a educao no enfrentar essas questes, o que est acontecendo em nossas escolas apenas uma transmisso de contedos, um verniz 60colorido que no penetra o profundo, a conscincia e o corao das pessoas. (...) SANDRINI, Marcos. Mundo jovem. Realidade brasileira Fevereiro de 2013. SOMOS S PARTE DA IMENSA DIVERSIDADE Protagonista do filme Colegas, que estreou sexta, fala da vida com a sndrome de Down e de como se sente igual a todos. Protagonista do filme Colegas, do diretor Marcelo Galvo, o ator Ariel Goldenberg, 32, se define como um guerreiro. E ele . Guerreiro down, diga-se. Down de sndrome de Down mesmo.(...) 5 O sonho do guerreiro, agora se firmar na carreira de ator (pensa em atuar em uma novela) e estudar para se tornar diretor tambm. Abaixo, entrevista de Goldenberg, em que revela o segredo de seu sucesso e d dicas sobre como os pais 10de crianas com Down podem ajudar seus filhos. Como voc avalia o seu desempenho no filme? Eu dei a minha alma para que o Stallone expressasse a realidade de um down que luta para materializar seus sonhos. Stallone sou eu. Tenho 15orgulho de dizer que fizemos o filme todo em um take s. Gravamos direto, no houve a necessidade de refazer cenas porque os atores se esqueceram do texto, ou porque no colocaram verdade nos personagens. Voc alguma vez se sentiu discriminado por ser 20down? Uma vez. E foi, por coincidncia, em um cinema. Eu e a Rita estamos acostumados a ir ao cinema toda sexta-feira. Sempre fomos tratados com respeito, mas, naquele dia, o gerente se recusou a 25aceitar que pagssemos meia-entrada, que um direito assegurado aos downs. Ficou claro que ele no nos queria l. Me subiu o sangue na hora. Como voc conheceu a Rita? Entrei no site Grandes encontros, que uma 30sala de bate-papo para pessoas com deficincia, e a encontrei. O que ela tem de mais? Nada. Apenas uma alma pura e os olhos azuis bonitos. Casamos nos rituais judaico, religio da minha famlia, e no catlico, da famlia da Rita. 35Voc se sente um cara diferente das pessoas comuns? No. Eu me sinto igual a todo mundo. Ns downs perante a sociedade somos downs, mas, perante Deus, somos normais. claro que eu sei que temos uma cpia a mais do cromossomo 21. Mas todo dia 40nasce um beb torto, ou loiro, ou moreno, ou mais inteligente ou menos. Ns somos apenas parte da imensa diversidade dos seres humanos. Por isso, somos normais. E ter filhos, voc e a Rita no planejam? 45No. Porque d muito trabalho formar um filho com a sndrome. E h a probabilidade muito grande de termos um filho com a sndrome. Eu no quero arriscar. CAPRIGLIONE, Laura. Folha de So Paulo. 04 de maro de 2013. SER DIFERENTE NORMAL Todo mundo tem seu jeito singular de ser feliz, de viver e de enxergar se os olhos so maiores ou so orientais e da, que diferena faz? 5 Todo mundo tem que ser especial em oportunidades, em direitos, coisa e tal seja branco, preto, verde, azul ou lils e da, que diferena faz? 10 J pensou, tudo sempre igual? Ser mais do mesmo o tempo todo no to legal J pensou, sempre to igual? T na hora de ir em frente: 15ser diferente normal! Todo mundo tem seu jeito singular de crescer, aparecer e se manifestar se o peso na balana de uns quilinhos a mais 20e da, que diferena faz? Todo mundo tem que ser especial em seu sorriso, sua f e no seu visual se curte tatuagens ou pinturas naturais 25e da, que diferena faz? J pensou, tudo sempre igual? Ser mais do mesmo o tempo todo no to legal j pensou, sempre to igual? 30T na hora de ir em frente: Ser diferente normal! (Adilson Xavier/ Vincius Castro) A partir da leitura dos textos , da charge apresentada e de seus conhecimentos prvios, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padro escrita da lngua portuguesa, posicionando-se criticamente em relao ao tema: O combate aos preconceitos na atualidade. D um ttulo a sua Redao.

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