(ENEM- 2006) A linguagem na ponta da lngua to fcil de falar e de entender. A linguagem na superfcie estrelada de letras, sabe l o que quer dizer? Professor Carlos Gis, ele quem sabe, e vai desmatando o amazonas de minha ignorncia. Figuras de gramtica, esquipticas, atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me. J esqueci a lngua em que comia, em que pedia para ir l fora, em que levava e dava pontap, a lngua, breve lngua entrecortada do namoro com a priminha. O portugus so dois; o outro, mistrio. (ANDRADE, Carlos Drummond de. Esquecer para lembrar. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 1979) No poema, a referncia variedade padro da lngua est expressa no seguinte trecho:
(ENEM 2006) Aula de Português A linguagem na ponta da língua tão fácil de falar e de entender. A linguagem na superfície estrelada de letras, sabe lá o que quer dizer? Professor Carlos Góis, ele é quem sabe, e vai desmatando o amazonas de minha ignorância. Figuras de gramática, esquipáticas, atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me. Já esqueci a língua em que comia, em que pedia para ir lá fora, em que levava e dava pontapé, a língua, breve língua entrecortada do namoro com a priminha. O português são dois; o outro, mistério. Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lembrar. Rio de Janeiro: JoséOlympio, 1979. Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o contraste entre marcas de variação de usos da linguagem em
(ENEM-2006) A linguagem na ponta da língua tão fácil de falar e de entender. A linguagem na superfície estrelada de letras, sabe lá o que quer dizer? Professor Carlos Góis, ele e quem sabe, e vai desmatando o amazonas de minha ignorância. Figuras de gramática, esquemáticas, atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me. Ja esqueci a língua em que comia, em que pedia para ir lá fora, em que levava e dava pontapé, a língua, breve língua entrecortada do namoro com a priminha. O português são dois; o outro, mistério. Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lembrar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. No poema, a referência àvariedade padrão da língua estáexpressa no seguinte trecho:
(ENEM - 2006) No romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o vaqueiro Fabiano encontra-se com o patro para receber o salrio. Eis parte da cena: 1No se conformou: devia haver engano. (...) Com certeza havia um erro no papel do branco. No se descobriu o erro, 2e Fabiano perdeu os estribos. 3Passar a vida inteira assim no toco, 4entregando o que era dele de mo beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria? O patro zangou-se, repeliu a insolncia, achou bom que o vaqueiro fosse procurar servio noutra fazenda. 5A Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. No era preciso barulho no. Graciliano Ramos. Vidas Secas. 91a ed. Rio de Janeiro: Record, 2003. No fragmento transcrito, o padro formal da linguagem convive com marcas de regionalismo e de coloquialismo no vocabulrio. Pertence variedade do padro formal da linguagem o seguinte trecho:
(Enem/2006) No poema Procura da poesia, Carlos Drummond de Andrade expressa a concepção estética de se fazer com palavras o que o escultor Michelangelo fazia com mármore. O fragmento a seguir exemplifica essa afirmação. (...) Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. (...) Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: trouxeste a chave? Carlos Drummond de Andrade. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 13-14. Esse fragmento poético ilustra o seguinte tema constante entre autores modernistas:
(Enem 2006) Depois de um bom jantar: feijo com carne-seca, orelha de porco e couve com angu, arroz-mole engordurado, carne de vento assada no espeto, torresmo enxuto de toicinho da barriga, viradinho de milho verde e um prato de caldo de couve, jantar encerrado por um prato fundo de canjica com torres de acar, Nh Tom saboreou o caf forte e se estendeu na rede. A mo direita sob a cabea, guisa de travesseiro, o indefectvel cigarro de palha entre as pontas do indicador e do polegar, envernizados pela fumaa, de unhas encanoadas e longas, ficou-se de pana para o ar, modorrento, a olhar para as ripas do telhado. Quem come e no deita, a comida no aproveita, pensava Nh Tom... E ps-se a cochilar. A sua modorra durou pouco; Tia Policena, ao passar pela sala, bradou assombrada: - h! Sinh! Vai drumi agora? No! Num presta... D pisadra e pde morr de ataque de cabea! Despois do armoo num far-m... mais despois da janta?! Cornlio Pires. Conversas ao p do fogo. So Paulo: Imprensa Oficial do Estado de So Paulo, 1987. Nesse trecho, extrado de texto publicado originalmente em 1921, o narrador